domingo, 31 de outubro de 2010

Feliz aniversário, grande mano esbranquiçado!

Há dez anos e alguns meses, eu conheci um moleque estranho. Hoje em dia, ele é o meu melhor amigo e tenho-o como um irmão mais velho. Agora que já não estamos mais estudando juntos, nós passamos algum tempo sem nos falar — isso é normal —, contudo toda vez em que nos encontramos, nós nos falamos como se tivéssemos nos visto no dia anterior. Isso é uma dádiva. Ele é uma das pessoas que eu mais admiro no mundo inteiro. Eu não tenho a menor dúvida de que serei chamado de “tio” pelos filhos dele e que ele será chamado de “tio” pelos meus. Ele será, por toda eternidade, o meu irmão.




Feliz aniversário, grande mano esbranquiçado!

sábado, 30 de outubro de 2010

Crônicas da Minha Vida (181) + Devaneio



.: DEVANEIO :.

Eu não tenho carro, assim sendo, meu principal meio de transporte é o coletivo, às vezes GOL (Grande Ônibus Lotado), outras vezes — nos dias de menor sorte — GOLF (Grande Ônibus Lotado & Fedorento). Como de costume, nessa última quarta-feira de outubro, eu saí do cursinho e rumei para a parada de ônibus com intuito de ir para casa, fiquei lá parado, os braços cruzados e o aparelho de .mp4 ligado — para o meu azar, a bateria acabou antes mesmo de o Nick Mason rir em One of These Days. Entediado, eu não tive outra escolha senão pensar, ou melhor, devaneiar (como minha amiga diz).

Não há nenhum meio de transporte no mundo igual ao ônibus e nele andar é uma aventura única que começa exatamente onde eu jazia naquele momento: na parada (alguns a chamam de ponto), local onde coisas interessantes acontecem — é incrível: você pisa naquele pedaço de terra perto da plaquinha e, imediatamente, o ônibus que precisava pegar passa ao seu lado, indo embora em uma velocidade tão alta, mas tão alta que, caramba, poderia viajar no tempo caso possuísse um capacitor de fluxo.

Então você xinga o motorista de tudo quanto é jeito (o mais engraçado que eu já escutei até agora foi filho duma maldita rameira!, até o incluí no meu vocabulário) e fica a esperar horas a fio pelo próximo ônibus, se quer um verdinho, verá todas as cores do arco-íris passando na sua frente, todas MENOS o verdinho tão esperado: é uma daquelas coisas como “quando a torrada sai boa, cai com o lado da manteiga virado para o chão”.

Daí, por um milagre de Natal, Páscoa e Chanucá, você avista no horizonte aquele glorioso ônibus verdinho pelo qual tanto esperou e é nesse momento sensacional que você percebe como há esperança para uma Humanidade unificada, porque quando as pessoas na parada avistam o ônibus, levantam suas mãos em sincronia, algumas delas até mesmo arriscando sua vida e indo para o meio da rua para assegurar que o motorista há de parar o veículo. Às vezes, ele para. Outras vezes, não. Contudo, continua sendo um momento muito lindo. Eu juro de pé junto que me emociono quando isso acontece. Juro.

E aí você sobe ao ônibus, mas quem disse que é o fim da aventura? Não, não, não. A aventura, meu amigo, apenas começou. Você sobe e dá de cara com um cenário para lá de desesperador: todos os assentos estão ocupados, há um mol de pessoas em pé e, que sorte!, você é uma delas. Então, o que acontece? Você paga a passagem cujo valor é um absurdo de tão caro (quase dois reais aqui em Belém), passa pela roleta, encolhe todo o corpo, se espreme por entre aquele formigueiro de gente e vai avançando até a parte final do ônibus, pensando que “É melhor ficar aqui, porque se essa bodega não esvaziar até a minha parada, eu vou estar tão fodido quanto uma puta aposentada”, segura com as duas mãos naquela haste horizontal cujo nome não é “haste horizontal”, entretanto que será chamada assim nesse texto por eu desconhecer o termo correto, e em seguida olha para o lado, tendo então uma visão horripilante: a pessoa à sua esquerda é um operário suado de construção, ele acabou de sair do trabalho, está vestindo apenas uma camiseta, os braços estão levantados, os pelos da junção do membro superior com a parede lateral do tórax parecem mais com um arbusto do que com qualquer outra coisa e, para piorar, a altura do indivíduo é maior a sua, de modo que a sua cabeça bate exatamente ali naquela apavorante — nos dias mais quentes, você pode até ver as gotas de suor caindo da ponta do pelo. É um pesadelo garantido naquela noite.

Mas nem tudo está perdido, porque — ora, quem diria? — aquele lugar na sua frente acabou de ser desocupado! Você larga a haste horizontal, dá cotoveladas, chutes, socos e empurrões nas outras pessoas que também notaram aquele assento dando sopa, nocauteia uma pessoa, acertando-a na cabeça usando a mochila e, portanto, o cadernão de mil folhas que há dentro dela e finalmente alcança o cobiçado lugar. Que tudo!

Você se senta. Você fecha os olhos. Você encosta a cabeça no vidro. Você relaxa. Você sente alguém cutucando o seu ombro. Você abre os olhos, pronto para lançar aquele olhar que diz “O que é agora, filho de uma macaca assanhada?” e então descobre uma velhinha que poderia muito bem ter sido babá da Dercy Gonçalves o encarando.

Há um total de quarenta e sete lugares nos ônibus de Belém do Pará, no entanto é o SEU lugar que ela quer tomar e você, pobre coitado, não tem escolha senão desenhar no rosto um sorriso tão falso quanto os peitos da Sheyla Hershey, dizer “Tudo bem, pode sentar, não tem problema” e voltar para a companhia nem um tantinho adorável do Sr. Aparar-O-Sovaco-É-Para-Fracos, que é onde você permanecerá até chegar sua hora de descer, momento no qual você puxa a cordinha para avisar o motorista e ele, uma pessoa tão simpática, o ignora, passando direto do seu ponto de descida e somente parando dois quarteirões mais tarde.

Você desce do ônibus, chama o motorista de tudo, menos de “santo”, inicia sua caminhada debaixo daquele calor das 15 horas e, na metade da andança, um playboy passa do seu lado no Honda Civic dele, escutando Pare O Mundo Que Eu Quero Descer e usando uma camisa vermelha do Che Guevara.

Eu cito o filósofo desconhecido que escreveu as seguintes palavras na parede de um colégio em que eu fiz prova do Vestibular certa vez: “Eu queria ser pobre apenas por um dia, porque ser todo dia é foda”.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (181) :.

1720.
P: Você ainda cometerá muitas falhas, eu sinceramente espero que nenhuma seja tão mortal que eu não possa perdoá-lo, falharei também, espero que possa me perdoar. Você ainda vai amar muitas mulheres e eu espero que sejam mulheres mesmo, viu? E enquanto eu estiver por aqui, vou te aconselhar e você NÃO vai ouvir. Você ainda vencerá a sua batalha mais difícil no momento, e mesmo assim verá que não é a batalha mais difícil que você enfrentará na vida, o seu desafio nem começou! Você ainda tentará consertar o mundo por causa desse seu maldito egoísmo de querer ser Carpinteiro do Universo, oh, mania desgramada! Muita coisa na sua vida vai acontecer, espero que eu esteja por perto de alguma forma, porém se não tiver, lembre-se da caixinha de Chicletes ADAMS. Para finalizar, um tradicionalBoa sorte”, bons ventos diretamente vindos da Irlanda.
F: Obrigado... Meu irmão.

1719.
CW: Acabaram de me chamar de “Colíria” da Capricho. Acho que foi um elogio.
F: Menininhas de dez, onze anos matariam para serem chamadas assim. É um elogio sim.

1718.
CW: Felipe, olhei pro chão agora e tinha um gongolo enorme em cima do meu... Tô em choque ainda.
F: Eu posso até imaginar esse momento: o movimento da cabeça, a respiração parando, o frio correndo pela espinha, aquela vontade de gritar e ninguém para ajudar. Poético (risos).
CW: Caralho, será que ele andou em cima do meu pé? Tava no meu chinelo, bem pertinho, meu pé, socorro, meu pé.
F: Vai ter que amputar (risos).
CW: Porra, Felipe, nunca mais uso aquele chinelo. NUNCA!
F: O que, vai tocar fogo no chinelo?
CW: Cara, vou jogar fora. Minha mãe vai me quebrar, mas eu não vou usar.
F: Medo que o gongolo tenha impregnado-o com um cheiro específico para te marcar e assim o exército de gongolos te atacar durante o sono? “É ela quem atirou a sandália no nosso irmão. Gongolos, ao meu comando! Peguem-na!”. OK, viajei muito agora.

1717.
My: No meio da prova [de Redação], né, você tinha que escolher três temas e fazer um texto dissertativo argumentativo, aí me grita um garoto: “GENTE, O QUE É DISSERTATIVO?”. Minha vontade foi [a] de enfiar a lapiseira na jugular dele.
F: No pulmão. Ele morreria afogado com o próprio sangue.
My: OK, isso me assustou. Sério.
F: Desculpe, desculpe. Humor negro demais. Sorry.

1716.
Ma: It’s gonna be legen — wait for it.
F: (esperando).
Ma: Olha o seu Orkut, bro.
F: (olha o Orkut) OK, isso definitivamente vai para o blog (convulsões de risos).

1715.
Ai: Eu queria ter te ligado [outro dia].
F: Você deveria ter ligado. Eu, provavelmente, estaria dentro de outra moça, mas ainda assim você deveria ter ligado se tinha vontade de falar comigo.

1714.
F: (atendendo o celular).
BHG: (puta da vida) Cara, por que esse povo NUNCA te deixa em paz, hein?
F: Porque eu escuto.

1713.
J(p): Onde é que você tava [nessa última hora]?
F: (com um sorriso sacana de orelha a orelha) Houve um descarrilamento de trem. Minha ajuda foi necessária.

1712.
PV: Tenho que ter cuidado. Grandes poderes exigem grandes responsabilidades.
F: (imediatamente) Não mate o seu tio!

1711.
PV: Meu dia foi interessante.
F: Conte aí.
PV: Bom, basicamente duas garotas me cantaram hoje... Eu fui atraído pro shopping pela [censurado] e lá conheci o novo namorado da [censurado]², reencontrei a [censurado]² pra variar e a [censurado]³, aí fomos pro [Shopping Doca] Boulevard, a [censurado] pagou o meu ingresso porque eu tava sem grana e fomos ver Avatar (bicho azul) em 3-D, depois era meia-noite, eu tava no meio da Doca e não tinha mais ônibus, aí uma mulher para o carro, puta da vida com o namorado/ficante, aí falei pra ela não perder tempo com ele, aí ela me oferece uma carona, eu fui com ela, conversei com ela, ela se acalmou, aí acabamos indo pra casa dela, fizemos safadezas e agora estou aqui em casa. E, foi um dia interessante.
F: (emocionado) And know you are one of us… [censurado] F. Seiei, be without fear in the face of your enemies. Be brave and upright, that the Force may love thee. Speak the truth always, even if it leads you to your death. Safeguard the helpless and do no wrong, that’s your oath. (simula uma bofetada) And so that you remember it. Rise a Jedi Knight.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Crônicas da Minha Vida (180) + Devaneio



.: DEVANEIO :.


Eu sinto o meu corpo pressionando contra o asfalto.
Eu sinto o meu coração palpitar acelerado.
Eu sinto o sangue quente escorrer pelo meu rosto.
Eu sinto dor. Em minhas mãos, em meu estômago, em meu rosto.
Eu sinto em meu orgulho: despedaçado como uma tênue lâmina de vidro.
Eu escuto as pessoas urrando ao meu redor.
Eu escuto alguns urrando palavras zombeteiras.
Eu escuto outros urrando palavras esperançosas.
Eu abro os meus olhos.
Eu encaro o céu noturno nublado.
Eu me levanto.
Eu encaro o meu agressor.
Eu não lembro porque estamos aqui, machucando-nos.
Eu fui o culpado? Ele foi o culpado? Quem foi o culpado? Por que estamos aqui?
Eu noto a cólera em seu olhar.
Eu noto o fechamento de sua mão.
Eu noto a sua vontade de me machucar.
Eu noto o seu primeiro passo em minha direção.
Eu sinto a minha respiração ofegar por um instante.
Eu sinto a minha mão se transformar em um punho.
Eu sinto a minha consciência desaparecer sucintamente.
Eu sinto o meu corpo tremer de ponta a cabeça.
Eu sinto o meu corpo ser tomado pelo monstro.
EU SINTO A DESTRUIÇÃO DAQUELE QUE QUER ME DESTRUIR.
I’m your dream. I’m your eyes. I’m your pain. You know it’s sad but true.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (180) :.

1710.
F: Eu sou maduro, ora.
Co: Não, você não é. Você é uma criança de oito anos. O que você tem são momentos de maturidade que, normalmente, só acontecem quando o mundo inteiro está caindo aos pedaços e você não tem escolha senão dar um jeito na situação.

1709.
CW: Cara, eu não sei por que, mas depois daquele lance do show do Paul [McCartney], peguei uma raiva da cara do [censurado].
F: Você é mulher e se sentiu traída. Traição é imperdoável, logo...
CW: Tem que ver, tem uma menina lá de [nome do lugar] que é amiga dele também. Pra ela, ele continua dando atenção mesmo com a namorada.
F: Porque se algum dia ele levar um pé na bunda da namorada, ele correrá pra afogar as lágrimas (e outras coisas) no colo dela.
CW: Espero que seja no dela mesmo. E quando vier dizer “Blá, blá, blá, o que eu faço?”, que vá para a puta que pariu.
F: Não, não, ele só vai mesmo transar com ela, a parte emocional, certamente, sobrará para ti. Você é o Sol, lembra? Ajudando sem nunca pedir nada em troca...

1708.
C: (tristezinha) Parece que eu não tenho mais em quem me apoiar. Não falo mais com a [censurado], com a [censurado]², com o [censurado]³.
F: Ei, ei, ei, ei, você SEMPRE pode contar comigo, OK? Faça chuva, faça sol, aconteça o que acontecer. Entendeu? Eu estou aqui por você. SEMPRE.

1707.
F: Teve amigos imaginários quando era pequena?
PJ: Eu tinha um diário que se chamava Ada... E levando em conta que até hoje converso (converso mesmo) com Deus, e que você não acredita em Deus... Tenho dois (risos).

1706.
F: Mas então, deu uma olhadela no manuscrito que eu te mandei?
PJ: Confesso que ainda não li. Mas que no máximo amanhã o termino. Desculpinha.
F: Não, tudo bem, moça. Não é como se você tivesse OBRIGAÇÃO de fazer isso, né.
PJ: Não o fiz hoje porque não deu mesmo. Estou curiosa. E preciso disso. Um pouco de fantasia.
F: É uma “fantasia realista”, serve?
PJ: Imaginei [que fosse], vindo de você (risos)! Eu o vejo como um realista. Às vezes, confesso que me sinto envergonhada de toda minha “diferença”. Acho que o seu realismo é bom. Imagino que eu viveria melhor se fosse assim.
F: Acho que o mais correto é o meio termo entre você e eu: todo mundo tem que ter o pé no chão, mas a cabeça nas nuvens.

1705.
F: E você, fazendo muitas safadezas mentais e virtuais com a [censurado]?
Lu: Ah, ela deu crise hoje de novo. Conversamos e nos resolvemos.
F: E assim será até o final dos tempos. A não ser, é claro, que você fique nem eu, isto é, não ligando para essas picuinhas.
Lu: Eu ligo, fico triste.
F: É porque você é menininha e novinha, ainda tem coração e alma diferentemente de mim. Continue assim enquanto puder, porque é lindinho, fofinho e esperançoso.
Lu: Ai, que horror, Felipe.
F: É, não é bonito, mas... Com o passar do tempo, essas coisinhas param de importar, nós mudamos e paramos de fazê-las.
Lu: Nossa... Você desanima qualquer um assim.
F: Por quê?
Lu: Não quero mudar.
F: Por que não?
Lu: Gosto de ser assim.
F: Mas não será assim para sempre. Ninguém muda completamente e ninguém nunca permanece o mesmo. Não tenha medo de mudanças. Elas SEMPRE têm seu lado positivo (piscadela).

1704.
Jo: (depois de horas falando de uma menina) O que eu faço agora, cara?
F: CH3NH2. Simples assim.

1703.
F: Quem é essa [censurado]?
J(p): É a namorada do primo do Idoso.
F: E cadê o primo do Idoso?
J(p): Em BH. Ele pediu para o Idoso tomar conta dela. Eu já vi esse filme. Você também.

1702.
BHG: (dá uma cheirada no meu pescoço) Por que você tá com cheiro de mulher?
F: ‘Cabou o meu perfume. Peguei o da bochechuda.
BHG: (cara de cu).
F: Tá, minha amiga tava agarrada no meu braço.
BHG: (cara de cu ao quadrado) O que você tem a dizer sobre isso?
F: Agarre-me mais do que ela e impregne o teu cheiro em mim, ora (piscadela).

1701.
F: Qual Label é o mais caro?
Idoso: Blue.
F: Sério? Sempre pensei que fosse o Red.
Idoso: Por quê? Só por que o Power Ranger Vermelho é o líder?
F: (ingenuamente) É.


domingo, 24 de outubro de 2010

Crônicas da Minha Vida (179) + Devaneio



.: DEVANEIO :.


Mulheres. Eu amo as mulheres. Eu amo minha mãe, eu amo minha avó, eu amo minha irmãzinha bochechuda (não contem isso para ela!), eu amo minhas tias, eu amo minha prima, eu amo minhas amigas, eu amo as mulheres cujos gostos dos lábios eu conheço e também aquelas cujos lábios eu ainda provarei. Eu amo as mulheres. E eu vivo rodeado por elas. Assim sendo, eu aprendi uma coisa, ou duas, sobre elas com elas como, por exemplo, o modo como às mulheres se veem.

Veja bem, toda mulher — eu repito: TODA mulher da Kate Beckinsale até aquela menina MUITO gordinha da minha sala do cursinho é, em seu íntimo, insegura para com o seu corpo. O mundo girará e girará e ela NUNCA parará de se mirar no espelho e ver defeitos, unicamente, existentes para ela: são umas gordurazinhas aqui, são uns poros enormes ali, são pontas duplas de montão acolá e por aí vai. Eu, como homem, passei dezoito de meus vinte anos tentando, bravamente, fazer com que as mulheres do meu mundo pararem de agir desse modo, que se aceitassem como são aos meus olhos e aos olhos dos outros: lindas e bonitas. Um autêntico trabalho de Sísifo, porque não obstante do que eu diga, elas NUNCA deixarão de se fitar no espelho e enxergar tais defeitos. Isso quer dizer que nós, homens, temos de largar de mão essa missão? Mas é claro que não! Isso apenas quer dizer que devemos ser mais compreensíveis com certas coisas.

Aquela produção de horas, aparentemente, sem fim antes de sair, por exemplo. Ao contrário do que muitos pensam e do que muitos dizem; a mulher não gasta tanto tempo experimentando roupas, trocando sapatos, escolhendo bolsas, arrumando o cabelo e aplicando a maquilagem para ficar lindas para outras mulheres. As outras são, a princípio, importantes. Elas fazem tudo isso para ficarem lindas para si, para esconderem aqueles defeitozinhos que só existem em seus olhos, ao fazê-lo; elas passam a se sentir mais confiantes e mais atraentes, o que, por sua vez, causa um efeito engraçado em nós, homens: fitamos aquela mulher especial trajada com um vestido preto de noite, usando aquele salto alto fatal, aquela sombra perfeita e empunhando aquela bolsa brilhante e minúscula onde, incrivelmente, jaz uma infinidade de coisas e então nós ficamos completamente boquiabertos, estupefatos, maravilhados e, às vezes, mais apaixonados do que antes. Uma novidade para você, meu amigo, tudo isso não é causado pela roupa dela. Não, não. É causado pela mudança na atitude dela, a metamorfose daquela menina quietinha em uma verdadeira femme fatale.

Então, meus amigos, continuem elogiando-as e mimando-as e, por favor, tenham um tantinho mais de paciência durante àquelas horas intermináveis e enfadonhas de arrumação: elas precisam disso e, caramba, você vai simplesmente adorar quando vir o resultado final. Um agradecimento do fundo do coração às mulheres da minha vida por terem me feito perceber isso. Beijos.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (179) :.

1700.
P: Seguinte, mano, tô caindo no chão aqui [de tanto sono], eu quero ficar, mas o meu corpo não quer continuar, logo... Tenho que ir. Se cuida. Estuda. Não desiste. Se mantenha longe da vida dos outros. Você não tem nada a ver com elas. Descanse, poupe grana, corte o cabelo, faça a barba, tome banho, troque de roupa, use menos a Internet, use mais a imaginação, use mais o perdão (se souber como utilizar isso, me ensine). Abração!
F: Abraços, mano. Foi bom falar contigo de novo. Muito bom.

1699.
F: Então, quais as novidades da tua cidade nesses últimos minutos?
CW: Sei lá, mano. Nem fui lá fora. Se eu for, corro o risco de não voltar. Minha cidade tá uma favelice só.
F: Criminalidade tão alta assim é? Caramba, não consigo imaginar morar num lugar onde eu não posso andar livremente à noite.
CW: Poder, pode. Mas, sei lá, eu não arriscaria aqui, não. Só se eu estivesse de carro e olhe lá.
F: Então, nada de volta da festa a pé, conversando com os amigos, pegando aquela brisa noturna e admirando as estrelas?
CW: Não, até dá. Nego vive na rua, mas eu não gosto. Sei lá.
F: Ah, tá. Pô, do jeito que você falou, eu pensei que era mais ou menos assim: você vai correndo de casa para ir comprar refrigerante na esquina, daí quando volta tem um carinha te esperando com uma arma na porta de casa, ele aponta a arma para ti e falar “O refrigerante, ou a vida”.
CW: Seria engraçado (convulsões de risos).

1698.
F: O problema é que para muitas pessoas música é algo dispensável, isso é um pensamento MUITO errado, música é TUDO. Vide os filmes: não obstante do quão bom for o roteiro, um filme nunca estará completo sem uma trilha sonora divina.
CW: Concordo plenamente.
F: Amém. Ah, eu amo música. É o mais próximo que eu tenho de uma religião. E Mike Portnoy é o meu Deus.

1697.
CW: (envia um arquivo pelo MSN).
F: (espantado) Eita! Fotinho do arquivo sendo transferida está com umas cores from hell, parece uma pintura do surrealismo! É, é, esse MSN 2011 é obra de Exu Belzebu mesmo, só pode!
CW: Que cores (risos)?
F: Todas que você possa imaginar! Para você ter uma ideia, há cores que eu nunca tinha visto antes! Totalmente surreal, digno de uma viagem no ácido com Astronomy Domine do Pink Floyd tocando no fundo!

1696.
CW: Eu fui comprar um esmalte hoje, mas a loja de esmaltes estava fechada, aí eu fui em outra que vendia esmaltes pelo dobro do preço. Aham, senta lá. Tá, tudo isso é desnecessário contar, mas, enfim...
F: Na verdade, essas coisas desnecessárias são interessantes de contar, servem para mostrar que você não passa o dia inteiro encurvada sobre a mesa estudando, escrevendo e pensando no Paul McCartney. É o tipo de coisa que eu espero ouvir como resposta toda santa vez em que te pergunto “Como foi o dia?”.
CW: Escrever e pensar no Paul é mais interessante.
F: Discordo, discordo. Nada de tão interessante pode acontecer quando você está apenas escrevendo e pensando -- especialmente quando está pensando no Paul McCartney. Acho mais interessante você ter saído para comprar um esmalte, digo, o simples fato de sair de casa gera milhões de possibilidades de algo interessante acontecer! Quer dizer, já pensou se você dobra em uma esquina e, bam!, esbarra em um produtor musical que está procurando uma menina baixinha, branquinha e de cabelos pretos para ser a nova estrela da sua produtora? Pô, isso nunca aconteceria dentro de casa... Tá, eu viajei um pouco agora, mas você entendeu.
CW: Viajou MUITO (risos)!
F: Eu sou um escritor, ora. Viajar na maionese é algo essencial para o meu ganha-pão.

1695.
F: Então, lembrei-me hoje de uma coisa: você não pode ser o Batman, a vaga já está preenchida há anos, precisará escolher outro super-herói. Recomendo o Lanterna Verde.
J(p): Por quê?
F: Porque, como me foi lembrado hoje, o [grande mano esbranquiçado] ocupa a posição de Batman há uma década.
J(p): Quais sobraram?
F: Uma porrada.
J(p): Exemplos bons.
F: Lanterna Verde, Capitão Marvel, Sandman (Daniel Hall), Dr. Destino, Caçador Marciano, Flash, Arqueiro Verde, Cyborg, Nightwing, Red Robin, etc, etc.
J(p): Estou entre Lanterna Verde e Flash.
F: Lanterna Verde (Hal Jordan). Ele deu um soco no Batman.

1694.
Ju: Ei, convence o [grande mano esbranquiçado] a ir sexta[-feira] [com a gente para o bar].
F: Dado ao evento para o qual ele vai; nem eu consigo convencê-lo a ir ao Studio Pub na sexta-feira.
Ju: Medo! What?
F: Envolve notas de dois reais, lantejoulas e um “trem”.
Ju: OK, já sei (convulsões de risos).

1693.
Lu: Puxa, o Pará não existe.
F: Pará não é o Acre.
Lu: Para mim nenhum dos dois existe.
F: Sim, então eu sou o quê? Um amigo imaginário muito safado?
Lu: Olha, você é meu irmão. E deveria morar no Rio [de Janeiro].
F: Acho que o Rio de Janeiro ficaria em pedaços se eu morasse aí.
Lu: Por quê?
F: Ah, porque sim. Imagine eu e você morando aí.
Lu: É... Acho que teríamos de dividir as mulheres. Morri [de rir].
F: Às vezes a mesma.
Lu: Morri [de rir]. Menos a [censurado]. Não divido a [censurado].
F: Tudo bem, eu também NUNCA dividiria a [minha musa] contigo.

1692.
Lu: Qual MSN está usando?
F: MSN 2011. O mais novo que foi lançado.
Lu: Ah, eu baixei, achei ruim e voltei para o 2010. Pode xingar nesse aí?
F: Como assim?
Lu: Disseram que não dá pra falar palavrão.
F: (testando) Porra! Caralho! Filho da puta! Filho duma maldita rameira! Filho de uma macaca assanhada! Justin Bieber! Apareceu aí?
Lu: Apareceu. Morri [de rir]. Estou rindo demais. “Justin Bieber” (risos).

1691.
Ai: Suas mãos são tão macias.
F: São mãos de médico.
Ai: Mãos de vagabundo (risos).
F: (owned).

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Crônicas da Minha Vida (178) + Citação + Devaneio


.: DEVANEIO :.



— Você não parece estar muito bem, rapaz. Quer um pouco?
— Não, obrigado. Eu não bebo.
— Mais para mim, então. Por que está com essa cara de funeral, hein?
— Ah, é que aconteceram algumas coisas...
— “Ah, é que aconteceram algumas coisas”, hah, hah. Diabos! Eu sei como isso é. Diga aí qual é o nome dela, rapaz. Oh, não me olhe assim. O que mais pode deixar um homem desse jeito senão uma mulher?
— Thaíssa.
— Oh, ela é de Fortaleza?
— Não, não. Ela é daqui mesmo. Por que pensou que ela era de Fortaleza?
— Por nada, não. Apenas... Devaneios de um velho. Nada que alguém da sua idade poderia entender. Não agora, pelo menos.
— Sei.
— Então, onde é que está essa Thaíssa agora?
— Se o meu relógio estiver certo (e eu creio que está) ela deve estar entrando na igreja agora. Hoje é o dia do seu casamento, entende.
— Jesus, Maria, José! Isso deve ser pior do que um chute certeiro nos colhões com um sapato de ponta de aço!
— Algo parecido com isso...
— Por que não é você que está lá esperando por ela no altar?
— Eu não sei. Tudo ia de acordo com os conformes até que, até que... Eu não sei. Ela simplesmente escorregou por entre os meus dedos. Eu a perdi e nem sei por que.
— Tudo bem, rapaz. Isso acontece. Você conhecerá outras mulheres e também as perderá. É a vida. Nada é eterno. Tudo é passageiro. Inclusive a própria vida. Por isso... Trate de se divertir ao máximo, aproveitar cada singelo instante de prazer que surgir diante de você, agarrar toda e qualquer oportunidade, arranjar uma boa mulher para ter seus filhos e fazer companhia a você e então morrer com um sorriso no rosto porque a sua vida foi boa e você fez tudo que queria.
— E se essa boa mulher já estiver casada com outro?
— Então certamente essa boa mulher não era para você, mas para o outro. Você pode me chamar senil se quiser, mas eu acredito cegamente que nisso as novelas, os filmes, os livros e tudo mais acertaram: no final, todo mundo encontra a sua outra metade da laranja, todo mundo se ajeita.
— Isso aconteceu com o senhor?
— Aconteceu.
— Onde encontrou sua boa mulher?
— No último lugar em que eu poderia imaginar: na minha frente.
— Ao seu lado?
— Ao meu lado.
— É uma coisa engraçada, rapaz. Nós vivemos procurando por coisas que, para o nosso espanto, sempre estiveram na nossa sempre.
— Não é a toa que dizem que a vida é uma comédia.
— A mais divertida de todas, rapaz. A mais divertida de todas.


.: CITAÇÃO :.

“Incompleta. De todas as palavras que podem ser usadas para descrever A Sagrada Família (marrom, pontuda, estranha, etc, etc), a melhor parece ser “incompleta”. Por quê? Porque no dia 7 de junho de 1926, o arquiteto Antoni Gaudi cuja barba inclusive era marrom, pontuda e estranha e incompleta foi atropelado por um ônibus, e assim sua grande obra de arte permaneceria para sempre... Incompleta. Gaudi tem crédito por nunca ter desistido do seu sonho, mas geralmente não é o que acontece. Normalmente não é um ônibus que a igreja marrom, pontuda e estranha de ser construída, na maior parte do tempo é difícil demais, ou caro demais, ou muito assustadora. E só quando você para é que percebe como é complicado recomeçar, então você se força a não querer, mas sempre está lá, e até que a termine, sempre será... Incompleta”.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (178) :.

1690.
J(p): Minha casa [de Salinas] é pertinho da casa da [censurado], como é que eu nunca encontrei ela por lá durante todos esses anos?
F: Simples, ora. Você apenas não estava olhando.

1689.
CW: Puxa, eu tô muito triste porque não vou poder ver o Paul [McCartney] nunca, né.
F: Ele não fará um segundo show em São Paulo em um futuro não tão distante?
CW: Vai sim. Eu tava dando uma olhada nos ingressos hoje, caracoles, eu não tenho esse dinheiro e eu duvido que a minha mãe deixa eu ir pra São Paulo e ainda banca tudo.
F: Bem, eu te disse meses atrás para ir juntando de tantinho em tantinho. Qual é o ingresso mais barato?
CW: Cento e alguma coisa.
F: Estudante paga meia?
CW: Acho que não.
F: Pronto! Alerte o PROCON, processe a empresa responsável por trazê-lo para cá e garanta cinco ingressos, dê um para uma amiga, guarde outro para mim e venda os dois restantes para pagar a minha passagem para aí.
CW: (risos).

1688.
Am: Por que homem gosta de peito siliconado? É tão falso...
F: O mesmo vale para o Papai Noel, mas, ei, isso não me impede de adorar abrir os presentes.

1687.
Co: (no telefone) Seu filho de uma maldita rameira!
F: Ah, olá, tudo bem, moça?
Co: Não me venha com esse seu “ah, olá, tudo bem, moça?”! É verdade o que a [censurado] me disse?
F: Depende. Se ela te disse que eu trapaceei quando estávamos jogando Uno outro dia, então é uma mentira lavada, eu ganhei honestamente.
Co: Ela me falou que você fez coisas safadas com a irmãzinha safada do [censurado]... DE NOVO.
F: Ah, tá. Bem, ela não estava mentindo, não.
Co: Como você pôde fazer isso, seu imbecil?! Aff, eu odeio essa menina, você sabe disso, e ela é doida de pedra... Como você pode fazer isso, hein?
F: Você já ficou com alguém que tem um parafuso a menos? É simplesmente sensacional!
Co: Credo, você é assim tão superficial?
F: Você ainda tem coragem de me perguntar isso após longos onze anos de convivência (risos)?

1686.
F: (no telefone) Como eu não tô conseguindo falar nem com o [grande mano esbranquiçado] nem com o [pequeno mano messiânico] e, bem, porque falar com o [gigantesco mano satânico] não é nem mesmo uma opção, sobrou pra você. Pode me dar um conselho?
Ba: Claro. Amigas servem para isso.
F: Irmãzinha safada de dezessete anos do [censurado] acabou de me ligar para ir a casa dela apesar de o [censurado] ter nos feito PROMETER que não ficaríamos juntos de novo. O que eu faço?
Ba: Dê-me a nota da menina.
F: Ela é um sólido 9,2.
Ba: Dê-me a nota do [censurado].
F: Ele é um homem, não entra na escala.
Ba: E você ainda tá me perguntando o que fazer? Faça coisas com ela que ela teria vergonha de contar até para a melhor amiga, porra!
F: (sorridente) E é por essas e outras que você é uma das minhas melhores amigas, fofa.

1685.
J(p): E aí, manolo, melhorou [da dor de cabeça]?
F: Sim, sim. Nada como algumas horas dormindo e o teu primo me acordando para jogar God of War II.
J(p): Pô, o [censurado] nem me visita, mas não posso reclamar, eu também não visito ele.
F: É, mas vou dizer agora que você ficou de mimimi porque ele não vai te visitar.
J(p): Diz.
F: Acabei de dizer. Ele deu uma resposta comovente: “Aham. Felipe, mata logo esse bicho pra mim”.
J(p): Porra. Bom primo.
F: E não é (risos).

1864.
J(p): Fazia muito tempo que eu não aparecia tanto nas Crônicas. Mas eu entendo: novinhas cariocas > resto.
F: Na verdade, você não aparecia há tempos porque há tempos não paramos para conversar direito.

1683.
J(p): O que eu acho engraçado na [censurado] é a “animação” dela. A gente passa a madrugada inteira escrevendo um discurso, selecionando cada singela palavra, daí vai discursar para ela e ela responde com um “Tá, tá bom”. É de dar pena.
Nh: Ei, eu não faço isso... Muito.
F: Claro que faz! É o que você mais faz! A gente vem falar contigo cheio de empolgação, conta as coisas com todos os detalhes, muda a voz quando necessário, faz gestos com as mãos e isso e aquilo e acolá, e você fica só no “Tá, tá bom”.
Nh: (suspiro) Tá, tá bom.
F & J(p): Viu!
Nh: (risos).

1682.
Nh: Por que vocês [você e o seu primo] gostam tanto de fofocas, hein?
F: Não é gostar de fofocas. E gostar de coisas engraçadas. Na nossa família, não há nada tão importante quanto uma boa risada, então quando escutamos algo engraçado, nós TEMOS de compartilhar.

1681.
F: (contando uma história)... Então, apesar do monte de espinhas na cara, esse carinha tinha papo, por isso ele ficava com as meninas mais incrivelmente lindas, era aquele tipo de coisa que te faz soltar um “Como esse protótipo de Shrek está com essa princesa? Isso não faz sentido! Isso é MUITO errado”.
Nh: Ele tinha papo? Papo que nem o [nosso professor que já foi casado sete vezes]?
F: Sim, sim.
Nh: Eu não gosto de pessoas que têm papo.
F: Por que não, ora?
Nh: Porque não. Acho feio. Tem uma menina aqui [na sala] que tem papo. Ela me dá raiva.
F: (estranhando) OK, por quê?
Nh: Porque é revoltante! É uma menina magérrima que tem papo!
F: Pois é, né, eu não estava me referindo a papo (pelanca), mas a papo (lábia) (risos).
Nh: Ah... Ah, tá.
F: Manja muito, hein!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Crônicas da Minha Vida (177) + Devaneio



.: DEVANEIO :.


Eu a vejo entrando no ônibus e indo embora, esboço em meu rosto um sorriso discreto e penso em como esta é uma autêntica reviravolta do destino: aquela garota que há alguns meses não era nada além de parte do cenário agora está me fazendo derreter que nem manteiga na frigideira. OK, eu sei, essa — nem de longe — foi uma das minhas melhores metáforas, entretanto dá para você, pessoa desocupada que está lendo isso, compreender o que eu quero dizer.

Eu solto um suspiro, olho para cima, além das casas, dos prédios, dos anúncios e das luzes da cidade, o meu olhar alcança o pulsar das estrelas, tão distantes e tão apáticas ao que acontece na vida — na dele, na dela, e até mesmo na sua e na minha vida. Alguém poderia vir e discordar de mim, dizer que os acontecimentos de nossas vidas detêm de uma ligação direta com a posição das estrelas, uma afirmação muito arrogante, eu devo dizer. Afinal, qual é a lógica em atribuir um grande significado cósmico a um a simples evento terreno? Um acidente. É tudo um acidente.

Eu não a notei naquele dia porque o brilho da Estrela de Belém estava mais intenso do que o normal. Não, não. Eu a notei naquele dia porque, assim como o narrador sem nome de José de Alencar, eu me atrasei em cinco minutos — um ínfimo intervalo de tempo que me negou a entrada na sala de aula durante o primeiro horário, eu me sentei em um lugar qualquer do lado de fora, peguei um livro, Dom Quixote, para ler, daí ela, sentada à minha esquerda, fez um comentário que desencadeou uma conversa adorável entre nós. O tempo passou, a sineta tocou, nós nos levantamos e, para nossa surpresa, descobrimos estarmos indo para a mesma sala.

— Pensando bem, eu acho que já te vi lá dentro.

— Mas eu nunca te vi.

O rosto dela se transformou em um sorriso meigo.

— Talvez você apenas não estivesse olhando.

Eu sorri de volta e adentrei na sala determinado a tornar aquela pessoinha em uma parte da minha vida.

— É... Talvez eu apenas não estivesse olhando.

E essa é uma das maiores lições que você, pessoa desocupada, poderá aprender em sua vida: de vez em quando, você apenas não está olhando.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (177) :.

1680.
*jantando*
F: Acho que a gente deveria brindar.
J(p): Ao absurdismo!
F: Apenas se estivermos falando do [Albert] Camus, ele é o melhor.
J(p): O [Samuel] Beckett também é.
F: Eu não sei, nunca li nada do Beckett.
Nh: Gente... Camus, Beckett, ahn?
F: OK, vamos brindar a algo universal e apreciado por todos... (ergue o copo) Ao Bruxo de Fogo!
Todos: Ao Bruxo de Fogo!

1679.
F: Ainda dá tempo de a gente sair para algum lugar.
J(p): Felipe, não dá, não. Tá muito tarde e a [censurado] ainda está “fantasiada” de estudante.
Nh: Eu trouxe uma [muda de] roupa aqui [na bolsa].
F: Isso me lembra: essa roupa [que você está usando] não é a mesma de hoje cedo?
Nh: É, é.
J(p): Credo, [censurado], você tá há quase um dia inteiro com a mesma roupa!
Nh: Eu tomei banho, tá.
F: Mas a roupa, não. Continua com todas as impurezas do dia.
Nh: Vocês estão sentindo algum cheiro ruim?
F: Não, mas apenas porque eu tenho um cheiro incrivelmente agradável (piscadela).

1678.
*assistindo Pulp Fiction*
F: (vira para o primo) Eu sou o Vincent [Vega].
J(p): Não. Eu já falei para a [censurado] que eu sou o Vincent.
Nh: É verdade.
F: (pensa por um instante) OK, então eu sou o Bruce Willis, o Butch Coolidge.
*alguns minutos depois*
Filme: (Butch Coolidge mata Vincent Vega usando uma submetralhadora).
F: (acerta o primo no meio do peito com uma “submetralhadora de mão”).
J(p): (owned).

1677.
CW: Tinha um gongolo imenso aqui agora, pensei que fosse uma cobra! Tive de ir acordar a mama pra tirar daqui.
F: (risos).
CW: Serião... Se fosse [um] [d]aqueles pequeninos, tudo bem, mas a única saída desse gigante era chamar a mama.

1676.
CW: http://tinyurl.com/24phjwm.
F: (irônico) Ah, então é isso que você vai tatuar em cima da [tua tatuagem de] estrela? Supimpa! Boa escolha!
CW: Não, não é isso. Só curti a tatuagem.
F: Foi uma brincadeira. Todo mundo sabe que a tua próxima tatuagem será um macaquinho.

1675.
Ba: Por que é que tem um roxão no teu braço, hein?
F: (cantando) A kiss with a fist is better than none.
Ba: Safadinho (risos).

1674.
*no Twitter*
F: Há muitas pessoas online no meu MSN, se eu continuar offline, eu poderei evitá-las.
J(p): Menos aqueles que têm Twitter. Mwhahahahah.
F: (owned).

1673.
J(p): Bruxo, a grande verdade do mundo [dessa vez] é: a parada não é para pônei, é para cavalo.
F: (complementando) De fogo.
Bruxo de Fogo: Rapidash?
F: Não, o original mesmo.

1672.
Bruxo de Fogo: Todo mundo trai.
F: Eu, não.
Bruxo de Fogo: Mas um dia vai trair.
F: Não mesmo.
Bruxo de Fogo: Claro que vai!
F: Quer apostar?
Bruxo de Fogo: Quero.
F: OK, aposto dez centavos como eu NUNCA vou trair na vida.
Bruxo de Fogo: Fechado.
*aperto de mãos*
Bruxo de Fogo: Ei, como eu vou te pagar se você vencer (o que NÃO vai acontecer)?
F: (pensa por um momento) Seguinte, quando minha vida SEM traição tiver chegado ao fim, você pega os dez centavos e joga no meu caixão, será um momento sensacional.

1671.
F: Foi o [Ernest] Hemingway quem disse “a melhor maneira de esquecer uma mulher é transformando-a em literatura”?
J(p): Não, pô. Foi o Oscar Wilde.
F: Não que ele tivesse como saber isso, né (risos).

domingo, 10 de outubro de 2010

.: As Cem Melhores Crônicas da Minha Vida :.



01
.

Ka: Cara, eu pensei que a [minha irmã] fosse me matar ontem. Caralho, ainda tô tremendo
de tanto medo.
F: O que diabo aconteceu, criatura?
Ka: Lembra que eu te disse que o meu banheiro tá entupido e que tô usando o do quarto da [minha irmã] por enquanto?
F: Sim, sim.
Ka: Eu fui usar ontem de madrugada, daí como eu não queria acordar ela e passar meia hora escutando reclamação sobre ter acordado ela e tudo mais, entrei de fininho no quarto dela sem ligar a luz, fui pro banheiro, não liguei a luz, coloquei o pau pra fora e na hora que soltei o primeiro jato, escutei um grito.
F: (convulsões de risos).

02.
R(p): Sim, caralho, aprende a falar sem rodeios!
F: Você me conhece a minha vida inteira, eu falo em rodeios!
R(p): Então por que você não vai ser locutor em Barretos?

03.
N: Tô com desejo de pizza...
F: Ahn? Desejo?
N: É o meu filho querendo comer pizza.
F: Cuma? Você nem tem namorado, mini-menina!
N: É um milagre do Espírito Santo.
F: Ah, então você sabe o que tem de fazer agora, né?
N: O quê?
F: Fundar uma religião.

04.
F: É a nossa formatura, não deveríamos fazer um brinde?
Pd: Às nossas namoradas e amantes! Que elas NUNCA se encontrem!

05.
Co: Terminei com o meu namorado.
F: Por quê? Vocês pareciam tão bem juntos!
Co: Porque ele pensava que monogamia era um tipo de madeira.

06.
*conversa mórbida*
T: O que você vai colocar na minha lápide quando eu morrer?
F: “Não se preocupem, pessoal. Daqui a três dias ele aparece por aqui de novo”.

07.
F: O melhor método anticoncepcional é aquele que a [censurado] usou comigo quando eu a chamei pra sair no 2º Ano.
P: E qual foi?
F: Ela disse “não”.

08.
*devaneio*
F: (vestido como Robin) Santo complexo de inferioridade, Batman! Até na minha imaginação eu sou o coadjuvante.
P: (vestido como Batman) Poderia ser pior, Robin, ao menos você não é o Alfred.
F: (vestido como Alfred) Que droga... Senhor.

09.
F: Se você pudesse ficar com uma estrela [de cinema], com quem ficaria?
Amigo: Eu ficaria com a [minha namorada] porque ela é a estrela do meu coração.
Namorada: Ah, que fofo! Eu ficaria com o Hugh Jackman. Ele é lindo.

10.
H: (derrotado) OK, você estava certo.
F: Ah, que bom que você admitiu! (dá uma piscadela) Não se preocupe, o seu segredo está a salvo comigo. (sai da sala) Ei, [grande mano esbranquiçado], adivinha o que o [censurado] acabou de dizer!

11.
L(pp): (preocupada com um trabalho de Artes) O que eu posso fazer com uma borracha velha, um toco de lápis e uma folha de papel higiênico?
F: Se você for o MacGyver, uma bomba nuclear.

12.
Ca: Eu peguei ela [a minha namorada] fazendo aquilo.
F: (distraído) Fazendo o quê?
Ca: (envergonhado) Uh, aquilo. Aquilo.
F: Não tô acompanhando o seu pensamento.
Ca: A-qui-lo. “Marcha dos pinguins”, “dizendo ‘yo ho’ para a ‘ya ya’”, “procurando Nemo”. Nada?
F: (completamente sem ideia) Nada.
Ca: (impaciente) Ela tava se masturbando, PORRA.
F: Você poderia ter dito isso desde o começo! (pensa por um momento) Peraí, quem sou eu pra dizer isso?

13.
F: Ele até pode não se encaixar na definição de herói da sociedade, mas ele é o herói que eu precisava. O herói que me ajudou a me recuperar do desastre que foi o meu quase pedido de namoro e que me deu esperança para tentar outra vez. Ele vive nas sombras. Seria ele um sonho? Verdade? Ficção? Condenação? Salvação? Ele é todas essas coisas e nenhuma delas. Ele é... O TAXISTA.
J(p): De quem diabo você está falando?

14.
Ba: Eu não acredito que a minha irmãzinha está pretendendo...
F: (ajudando) “Perder o chapéu”?
Ba: “Perder o chapéu” com aquele nojentinho [do namorado dela]! (olha para nós três) Vocês TÊM que me ajudar com isso!
Ca: Um discurso para fazer uma garota não “tirar o chapéu”...
F: Bem, eu não tenho nenhum.
Jo: Desencorajar sexo pré-matrimonial é contra a minha religião.
Ba: (salta no pescoço dele).

15.
F: Então, você diz que o sexo é a solução ideal para todos os conflitos do mundo?
Jo: Sim, sim.
F: Posso testar essa sua, uhm, “teoria”?
Jo: Ah, com certeza.
F: Crise do Oriente Médio.
Jo: Coloque strippers em Gaza.
F: Apartheid.
Jo: Apartetas.
F: Guerra Fria.
Jo: Humm... (pensa por um momento) Sra. Gorbachev, tire suas calças!
F: (estupefato) Inacreditável!

16.
*flashback de anos e anos atrás*
Papai: Ele tem uma cara de cu e também é um bobão, ele é (uma luz divina desce do céu e fica ao redor do papai) um culhão.
*flashfoward para anos e anos depois*
Papai: (terminando a história) E foi assim que nasceu o culhão.
F: Um verdadeiro momento de epifânia, eu devo dizer.

17.
F: Se você fosse um pássaro, para onde voaria?
Ba: (muito puta da vida) Para o ventilador de teto.

18.
J(p): Vocês [moleques da rua detrás] podem me espancar, mas eu não arrasto o pé daqui [do meu lugar preferido na praça]!
F: Isso mesmo! Vocês podem espancar o meu primo, mas nós não sairemos daqui!

19.
Tio: Sempre foi assim, há os homens bestalhões que ficam só bebendo e os homens espertalhões que ficam no meio das mulheres dando em cima delas.
F: E é por isso que eu não bebo.
Y(p): Ora, eu bebo e dou em cima das mulheres, e aí, sou bestalhão ou espertalhão?
Tio: Você é que nem um travesti, 50/50.

20.
C: Gosto de tudo o mais rápido possível.
F: Sério? Eu pensei que toda mulher odiasse rapidez!

21.
Vendedor por Telefone: Com licença, o senhor gostaria de fazer uma assinatura da Revista Globo? Ela vem com várias promoções e cadernos.
F: Desculpe, eu tô meio ocupado agora, poderia me dar o seu número para eu te ligar mais tarde?
Vendedor por Telefone: (desconfortável) Desculpe-me, senhor, nós não temos permissão para fazer isso.
F: Bem, acho que você não ficaria confortável caso um completo estranho te ligasse em casa para falar sobre vendas.
Vendedor por Telefone: Não, não ficaria.
F: Bem, agora você sabe como eu me sinto!

22.
P: Agora vou ter que me ausentar. Problemas à vista! Depois nos falamos.
F: Boa sorte, capitão! Ah, um conselho: dizem que o capitão sempre afunda com o navio... Isso é babaquice, tá? Seja o primeiro no bote salva-vidas!

23.
Ca: Cara, tô preocupado, a [censurada] disse as cinco piores palavras da língua portuguesa... (silêncio dramático) “Nós precisamos ter uma conversa”.
F: (pensativo) Estranho, pensei que as cinco piores palavras da língua portuguesa fossem “De quem é esse sutiã?”.


24.
Médico (militar): Você não quer servir [no Exército], não?
F: Nem em um milhão de anos!

25.
P: Não é porque um avião caiu hoje no Irã ao pousar e morreram catorze pessoas que isso vai acontecer contigo, ou porque nossos sistemas de controle aéreos são dos anos 50 que o teu avião vai de encontro a outro em pleno céu, nem que vai faltar gasolina em pleno voo e o avião vai cair em queda livre.
F: Não se esqueça da possibilidade de acertar um padre voador.

26.
P: Fui nas Americanas e vi um box [de DVD] do Jiraya, aí me lembrei de uns traumas de infância meus, aí tô triste.
F: “Traumas de infância”? O quê? Foi assediado por um tio fantasiado de Jiraya?

27.
Fa(i): (almoçando) Linguiça é bom!
F: Fala isso outra vez e eu te dou uma porrada!

28.
Pai: (reclamando).
Mãe: (dirigindo) E você, o que tá fazendo?
Pai: Eu? Eu tô atrás do restaurante!
Fa(i): Não, pai, se a gente estivesse atrás do restaurante já tinha encontrado ele!
F: (risos).

29.
F: Você realmente leu todos esses livros sobre bebês [quando pensou que a sua namorada estava grávida]?
Ca: Yep. Você poderia me largar dentro do útero de qualquer mulher que de olhos fechados eu encontraria a saída.

30.
F: (vencendo uma corrida) Hah! Eu sou o homem mais rápido do planeta!
Jo: (perdendo uma corrida) E é por isso que você não tem namorada.

31.
*jogando O Que Eu Nunca Faria no MSN*
Co: Sua vez, [censurado].
Mi (♀): Eu nunca daria o cu.
Jo: (decepcionado) Por que não?
Mi (♀): Porque deve doer, pra sair alguma coisa é uma luta, imagine pra entrar...
Jo: Mas no cuzinho é com carinho!
F: (fazendo piada) Carinho? O que é isso? O nome de um novo lubrificante?

32.
F: Por favor, diga outra vez o xaveco que você usou naquela gringa!
Jo: (sorriso sacana) Tu é beautiful.

33.
Pseudopegador: (tenta uma cantada tosca).
Ba: Ah, vai tentar essa com outra.
Pseudopegador: (se retira).
Ca: Pobre coitado.
Ba: Pobre coitado? Pobre de mim!
Ca: É preciso muita coragem pra um cara chegar numa menina e você detonou ele.
Co: Que seja! Vocês não têm ideia do que é ser cantada sempre que sai de casa.
F: (imitando a voz da amiga) “Oh, pobrezinha de mim! Eu sou uma garota bonita e todo mundo em todo lugar que me pagar bebidas e transar comigo!”.
Ca: (imitando a voz da namorada) “Oh, pobrezinha de mim! Eu queria pedir deliciosas bebidas cor-de-rosa com pedaços de fruta de verdades que os caras gostam secretamente, mas não podem pedir porque os outros ririam deles”.
F: (pasmo) Cara!
Ca: É uma delícia!

34.
Professor: Façam a questão 13.
Turma: (começa a fazer a questão).
Professor: (trinta segundos depois) Não, peraí, não façam a questão 13 que eu não sei resolver.

35.
Mi (): Memória eidética, aptidão intuitiva, extenso conhecimento de Biologia, Literatura, Geografia territorial, Filosofia, Sociologia, fluência em português, inglês e latim, aprendendo francês e alemão, diabetes mellitus tipo I, miopia, ambidestrismo, restrição pulmonar leve G1, etc, etc. Sério, cara, o que você não tem?
F: (fazendo a cara perfeita) Uma namorada.

36.
Rf(p): Eu não acredito que o [meu namorado] realmente acredita que estão fazendo vodu com ele! É um absurdo!
F: É uma religião, algo tão louco quanto... O que você é mesmo?
Rf(p): (mordendo o lábio inferior) Católica.
F: Eles acreditam nos mesmos santos que vocês, o que vocês chamam de milagres, eles chamam de feitiços.
Rf(p): Nós não fazemos zumbis!
F: Jesus ascendeu do Mundo dos Mortos em três dias...
Rf(p): Jesus não é um zumbi!
F: Não, ele é um estudante de Ciência da Computação (piscadela).

37.
P: Tô escutando Velhas Virgens!
F: (rindo) Não sabia que você curtia música de igreja.

38.
F: Posso perguntar como você descobriu que é gay?
Primo(Co): Quando eu sai da vagina da minha mãe, olhei para aquele lugar ácido, escuro e úmido e disse: “É a última vez em que eu passo por um lugar desses!”.

39.
B: O que você quer fazer?
F: Várias coisas. Eu quero te convidar para sair comigo, ter uma conversa agradável, fazer algumas piadinhas bobas, usar em você o charme que eu não tenho e, mais tarde, entrar nas suas calças.
B: Meu namorado te espanca se fizer qualquer uma dessas coisas (risos).
F: Então vamos saltar logo para a parte em que eu entro nas suas calças, pelo menos assim eu estarei sorrindo de orelha a orelha quando ele me espancar.

40.
Vl: Eu não gosto quando as pessoas me tocam.
F: Consulta no ginecologista deve ser um pesadelo para você.

41.
Mãe: Você não pode matar carrapato.
Fa(i): O que tem que fazer, então?
Mãe: Tem que afogar no álcool e tocar fogo.
Fa(i): Por quê?
F: Porque eles são que nem vampiros.

42.
Co: Por que homem não liga para a aparência?
F: Claro que ligamos: bonitas e bem–cuidadas!

43.
F: OK, situação hipotética: você esta na seca há um ano, daí uma menina de 90kg, cheia de celulite, que não se depila, tem um mau hálito e cujas unhas mais parecem garras de urso do que qualquer outra coisa dá em cima de você – te pergunto: rola?
Jo: Ela? Claro que rola. Rola ladeira abaixo.

44.
S: Você esta tentando me seduzir é?
F: Absolutamente não! O pensamento nunca passou pela minha cabeça... Mais de seis ou dez vezes.

45.
Co: (tentando ser engraçada) Namorado é que nem uma segunda bolsa, a gente põe tudo que não cabe na bolsinha de sair nos bolso dele, incluindo o vibrador.
F: (não perdendo a deixa) E namorada é que nem manga da casa do vizinho: a gente pega e come de graça.

46.
C: Calma, nem todas as mulheres têm [TPM], é lógico que uma vez ou outra aparece...
F: Ah, então é que nem aquelas minas terrestres perdidas em Angola?

47.
Jo: (contando uma his(es)tória)... Eu estava na cama com uma safada e gritei: “Pega na zampakutou pra eu gritar ‘BANKAI’”, ela riu e pegou.
F: (segurando o riso) Sério, cara, tá ficando cada vez mais difícil ser teu amigo.

48.
T: Mas não deixe ela fugir, caso ela fique insatisfeita com o cara, dê o bote (piscadela).
F: “Dê o bote?” O quê? Eu sou uma cobra agora é? Ah! Entendi a metáfora!

49.
F: Mas sim, você vai dar em cima dela [da menina que estava te olhando até ainda agora]?
T: (“alegre”) Vou assim que ela olhar pra cá e retribuir a minha piscadela.
F: (encucado) Mas, mano, tá escuro, como é que ela te verá piscando?

50.
Pd: Eu vou ficar aqui até o [pequeno mano messiânico] melhorar [do porre].
F: Amém, irmão!
J: [censurado], chegou o tira-gosto que você pediu lá na mesa.
Pd: (saindo) Até mais, gente!

51.
F&M(p): (secando uma menina LINDA do cursinho).
M(p): Que gata!
F: Só gata? Tá de brincadeira comigo? Ela faz a mulher dos meus sonhos parecer uma baixinha gorducha de bigode!

52.
F: Você tá, estranhamente, triste, que aconteceu?
Ca: (macambúzio) Eu reprovei em Biologia há três anos, e hoje a biologia me reprovou.
F: Pô, camarada, isso acontece com todo cara.
Ca: (esperançoso) Já aconteceu com você?
F: Não.

53.
C: Felipe, eu estava pensando em você.
F: (empolgado) Estava pensando em quanto eu sou sarcástico, divertido, gente boa, bonitão e charmoso?
C: Não, estava pensando em quando você vai me pagar àqueles almoços.

54.
Jo: Eu acho que estou começando a gostar de você...
Mi (♀): Ótimo. Você vai ter que ficar de joelhos na minha frente e eu vou te amar docemente, e arranhar a tua pele com as minhas unhas, e te lamber todinho, e te comer bonitinho.
F: (constrangido) Sério, vocês não poderiam ter me esperado sair para falar isso?

55.
F: Eu honestamente não entendo qual é o ponto de manter um relacionamento em que você não pode ser sincero com a outra pessoa.
Ba: Manter o relacionamento funcionado, ora! É quem nem fingir um orgasmo — é mentir para o bem.
F: Ah, OK, você já fez isso alguma vez na vida? Digo, fingir um orgasmo?
Ba: Milhões de vezes!
F: (sarcástico) Ah, meu amiguinho é um cara de tanta sorte por te ter como namorada!

56.
F: O que é pecuária?
Fa(i): É fazer plantação.

57.
F: Casa comigo?
Co: Eu até casaria se não soubesse que você me esqueceria tão logo aparecesse uma menina branquinha de cabelo preto vestida com uma camisa vermelha do Ramones na sua frente.
F: (risos) Ora, não seja ridícula! Eu ainda falaria contigo pelo menos duas vezes por semana!

58.
T: Essas são minhas últimas horas com ela [minha namorada].
F: E você as está desperdiçando comigo? Nem eu as desperdiçaria comigo!

59.
Ca: Eu não acredito, você não chorou quando mataram a mãe do Bambi?
F: Sim, eu me debulhei em lágrimas quando pararam de desenhar o veado.

60.
*no meio da rua*
Pessoa Insuportável: (ao me notar) Felipe! Que mundo pequeno!
F: E ainda assim eu nunca tropeço na Ellen Page!

61.
F: Você realmente só veio aqui hoje pra ver eu brigando com o [censurado]?
Ju: (rindo) Sim!
F: OK, isso é errado.

62.
P: Mas é verdade, eu perguntei [se eu acho como um irmão para minhas amigas] a uma amiga minha, a [censurada], e ela disse a mesma coisa [que eu ajo]. Mano, eu ajo como um irmão?
F: Sério, você esta perguntando para mim se age como um irmão? MANO, a resposta não é meio óbvia?

63.
F: (encarando o decote da amiga).
Amiga: Felipe, eu estou aqui em cima.
F: Oh, desculpa, mana, mas a visão aqui embaixo é muito melhor.
Amiga: (risos).

64.
I: Caramba! Eu devo ser muito gostosa! Os caras não pararam de olhar pra mim hoje.
F: Sim, sim. (pausa) Não, peraí. Não é somente o bonito e agradável que chama atenção, o feio e o desagradável também, diga-me, você estava usando aquela blusa asa de morcego na ocasião?

65.
F: E aí, camarada, novidades?
JP: Fui em um bar de strip-tease ontem. Foi legal. Gostei.
Mi (): Conheceu alguém?
JP: Tem como conhecer alguém em um bar de strip-tease?
F: Ora, claro que tem! Onde você acha que eu conheci a [censurado]?
Mi (): Ele foi os piores dois reais que eu já gastei na vida.

66.
Y(p): Tô pensando em comprar uns patins e ir até lá, Brasília tem muitas mulheres bonitas.
F: Que patins, que nada, só precisa levantar o polegar no meio da estrada.
Y(p): Tenho medo de caminhoneiros malvados que gostam de meninos branquinhos.

67.
Jn: E tô te seguindo [no blog e no Twitter].
F: Sério? Eu vou prestar mais atenção da próxima vez em que eu olhar pra trás.

68.
Jo: “Se não tem esse, vai esse mesmo”. Essa é a minha filosofia de vida.
F: E também da de todas as mulheres que já ficaram contigo.

69.
M(p): Caralho! Felipe, olha o tamanho o cofre daquele cara! Parece o Grand Canyon!
F: Meu primo, há uma porrada de mulheres lindas aqui, mas você estava olhando para o cofrinho daquele cara? Isso é errado.

70.
F: Mas me diga, moça, por que terminou com o [censurado]? Ele era um cara legal.
Lo: http://www.youtube.com/watch?v=d1R356wMv4Y
F: Oh, mas eu tenho um amigo que vai rir muito dessa crônica!

71.
Ca: (com um copo de cerveja na mão).
Ba: (pega o copo de cerveja).
Ca: Ei!
Ba: Você já bebeu muito. Daqui a pouco vai começar a fazer perguntas-bombas.
Ca: Eu não faço perguntas-bombas.
F&Ba: CLARO QUE FAZ!
Ca: PROVEM!
*flashback 2005*
Ca: (meio bêbado) Então, vocês estão apaixonados mesmo, ou é só curtição?
*flashback 2006*
Ca: (meio bêbado) Como se sente por ter dezoito anos e nunca ter beijado ninguém?
*flashback 2007*
Ca: (meio bêbado) Por que você não tem nenhum amigo negro, hein?
*flashback 2008*
Ca: (meio bêbado) Você não comeu a sobremesa por que tem problemas com o corpo?
*flashback 2009*
Ca: (meio bêbado) Cara, você curte mesmo transar com a [censurado] mesmo depois de ter dito que transar com mulheres com mais de vinte anos é nojento e chato?
*flashback 2010*
Ca: (meio bêbado) Já engravidou uma garota?
*de volta ao tempo normal*
Ca: OK, tá bom, eu paro de beber.

72.
PV: E o que mais falta para piorar o meu dia?
F: [Censurado] te ligar dizendo que não desceu.
PV: VTNC!
F: Ei, você quem perguntou!
PV: É DO NAMORADO DELA! FODA-SE! JÁ FAZ MAIS DE UM MÊS QUE EU NÃO COMO ELA!

73.
My: Eu já soube de uma evangélica que, na hora de gozar, gritou: “Me perdoe, Jesus, me perdoe, Jesus!”. Eu broxaria se fosse homem.
F: Aí que está: há homens e há homens, alguns broxariam, outros gritariam “Peraí, já vou te dar uma razão pra pedir por perdão!”.
My: Aposto que você seria do segundo tipo (risos).
F: A gente tem que dançar conforme a música, não é?

74.
F: Ei, você pensa em outros caras quando está fazendo safadeza com o [censurado]?
Ba: Teu amigo já foi tantos caras diferentes que quando a safadeza termina, eu olho para ele e fico boquiaberta, “Era o [censurado] enfiando na minha bolsinha? Porra! E eu crente que era o Hugh Jackman!”.

75.
F: É legal ficar apenas deitado na grama, agarrado na menina, olhando o céu, curtindo o momento e rezando para que aquele tiozinho maltrapilho, que não para de olhar para cá, seja vesgo e não esteja se preparando para nos assaltar.
B(nT): Querido, o problema é que para nós [eu e o teu amigo messiânico], não tem grama nem lua, tem o sofá da minha casa e um tubo de KY.
F: Por favor, diga que não é aquele sofá em que você estava dormindo no dia do teu aniversário.
B(nT): (rindo) É...
F: Pô, cunhadinha, como é que você me deixa sentar em cima da gala divina? E se eu engravido?

76.
Pa: (subnick) Égua, aquele trocinho tá me arranhando.
F: Que trocinho, noiva?
Pa: O aramezinho do aparelho.
F: Ah, colocou aparelho é?
Pa: Não lembra, não?
F: Não.
Pa: Choquei! No seu niver, eu já tava de aparelho.
F: Ah, é que quando eu olho para você, me perco na beleza dos teus olhos, por isso ainda não tinha notado.
Pa: Que lindo! Tá perdoado.
F: Pensamento rápido: salvando-me de enrascadas desde 1990.

77.
Co: Eu já mencionei alguma vez que a tua vida é: niilismo, cinismo, narcisismo, sarcasmo e orgasmo?
F: Esse não era o slogan do [Nicolas] Sarkozy?

78.
M: Será que ela [ex-namorada do seu amigo] sentiu algo [quando sentou no seu colo]?
F: (rindo) Olha, se ela sentiu, eu não sei, mas, ah, estava com um sorrisão depois que eu a empurrei.
M: (risos) No mínimo, eu ia gritar: “Porra, de pau duro?! Me respeita, rapá!”.
F: Daí eu soltaria algo como “Pra vir outro e te desrespeitar? Não mesmo!”.
M: (risos) Adorei a resposta. Parabéns. Você acaba de ganhar uma estrelinha por conseguir [dar] uma resposta ao meu nível.
F: Cuidado, se continuar a me dar estrelinhas, o céu ficará sem constelações.

79.
F: Eu proponho um brinde aos términos traumáticos que nos fazem sair para o bar e fazer coisas que normalmente não faríamos, incluindo acordar no outro dia com um coiote feio do teu lado!
Tu: Coyote Ulgy é um dos filmes mais legais que eu já vi na vida.
F: Sim, sim, nada como ver a Piper Perabo dançando em cima de um balcão com a Izabella Miko e a Bridget Moynahan.
Tu: E jogando um balde de gelo na cabeça dos carinhas safadinhos que pegavam elas pelo pé, MAS ENTÃO...
F: (risos).

80.
*em um aniversário*
Irmão(W): (falando com a garçonete) Moça, água, por favor.
F: Gastrite?
Irmão(W): O quê?
F: Gastrite?
Irmão(W): Ahn?
F: Gastrite. GAS-TRI-TE. Você tem gastrite?
Irmão(W): Não.
F: Então por que está pedindo água, ora?
Irmão(W): Porque eu gosto de água.
F: Tá, mas, uh, água no aniversário? Ninguém bebe água no aniversário.
Irmão(W): Eu bebo.
F: Eu não boto fé nisso, mas, ah, OK, cada qual com seu cada qual, o importante é ser feliz.

81.
Fa(i): Ele [o cachorro] tá no cio.
F: Todos [nós] estamos.
Fa(i): Não. Pessoas não têm cio.
F: Isso vai ser um choque para você, irmãzinha, mas todo menino fica no cio a partir dos doze anos.

82.
Fa(i): (acrescenta mais duas colheres de leite ao Nescau) Eu quero mais grosso...
F: E eu queria que você fosse minha amiga ao invés de minha irmãzinha, porque aí eu soltaria um comentário lindo.

83.
*cantando*
Fa(i): Help!
F: I need somebody!
Fa(i): Help!
F: Not just anybody!
Fa(i): Help!
F: You know I need someone!
Fa(i): Help!
F: When I was younger, so much younger than today!
Fa(i): (calada).
F: (calado).
Fa(i): Vai, continua.
F: Não, é um verso para mim, um verso para ti.
Fa(i): (arriscando) Help?
F: (rindo) Você me envergonha.

84.
CW: Caiu de novo [o MSN]...
F: Acontece. Qual foi a última mensagem que você recebeu?
CW: Sobre os advérbios...
F: Ah, daí você ficou calada, eu pensei que o assunto tinha acabado e para acabar com o silêncio, perguntei por que você tinha escolhido Arquitetura.
CW: Ah, sim... Porque o meu pai já trabalha com isso, ficaria mais fácil! E acho que levo jeito com a coisa...
F: Construiu um prédio de LEGO que e ficou incrivelmente parecido com uma construção visigoda do século V, ou algo do tipo?
CW: (risos).

85.
CW: Eu odeio militantes de qualquer espécie e não acho que você vai conseguir mudar a cabeça de quem acha [o] racismo o maior barato e que [os] gays são doentes só porque meia dúzia de pessoas [gays] se fantasiam de Mulher Maravilha.
F: Merda, queimei meu dedo com o Miojo e ainda imaginei um amigo viado fantasiado de Mulher Maravilha.
CW: Culpa minha?
F: Parte da Mulher Maravilha? Sim, sim. Parte do dedo queimado? Espero que não, você não tem cara de quem lança praga.

86.
F: Aff, [eu] estou exausto.
Ju: Foram quantas [meninas que você ficou] hoje?
F: Cinco. E nem peguei nenhuma delas, só fiquei escutando seus problemas e brincando de analista.
Ju: Porra, [eu] achei que você tinha ido à loucura cinco vezes...
F: (rindo) Não, não, hoje não. Eu planejo, no entanto, dormir com cinco mulheres ao mesmo tempo, dentre elas, uma prostituta, afinal, ajuda profissional pode ser interessante nesse caso.
Ju: Ah, que paia a prostituta...
F: É bom ter certeza de que alguém ali estará sabendo o que fazer.
Ju: Você pode pegar uma mulher safada. [Por] Exemplo: aposto que se fosse para a cama com a [censurado] e mais quatro [mulheres], ela saberia [o que fazer] melhor que uma puta (risos).
F: Aposto que você sabia muito bem que eu ia adorar esse comentário.
Ju: Sabia, mas é a mais puTa verdade.
F: Com tesão.
Ju: (rindo) SEMPRE!

87.
F: Qualquer dia desses, eu te dou uma barra de chocolate, aquele marrom, não aquele branco com gosto de leite em pó estragado.
Mi (): Não, não, ficarei gorda (risos).
F: Não tem problema, queimaremos calorias juntos (piscadela sacana).
Mi (): (rindo) Não sabia que você também queria fazer academia.

88.
J(p): (com a mão esquerda imitando uma pistola, “dispara” em minha direção).
F: (sem reação).
J(p): O que aconteceu com aquele cara que fazia de tudo uma brincadeira?
F: (fazendo a cara perfeita) Pelo visto você não notou o campo de força ao meu redor.

89.
G: Eu tô cansado.
F: De quê, criatura? Passou o dia sentado.
Idoso: Ele passou a noite... (imita o ato de estar se masturbando).
F: (risos) Ah, cara, é como o Woody Allen falou: “Não dispense a masturbação, é sexo com alguém que você ama”.
G: É verdade.
F: Uma vez eu falei isso para uma namorada minha, ela me olhou e falou “Punheteiro”, daí eu fiquei triste.

90.
F: (nostálgico) Ah, que época [a da minha infância]! Lembro-me como era tradição ficar acordado até as duas da madrugada para assistir ao Cine Privê e também como era uma bênção quando estávamos no horário de verão.
He: (risos) Caraca, essa foi demais! Realmente [tu] exprimistes tudo quanto podias da veracidade dos fatos daquela época!

91.
*em 2007*
B: (sonhadora) Eu gosto tanto dele [meu futuro ex-namorado]...
F: E ele não dá a mínima para você.
*em 2008*
B: (indecisa) Acho que eu vou voltar com o [meu ex-namorado], o que você acha?
F: Se além de idiota, você é masoquista, vá em frente...
*em 2009*
B: (triste) Por que será que ele [meu ex-namorado] me trocou por ela?
F: Olha, ela é menos bonita que você, mas, puxa, também é menos bobona e infantil.
*em 2010*
B: Você é um péssimo amigo.
F: (rindo) Mas por que você diz isso?

92.
F: Eu gostaria tanto que houvesse um jeito de bloquear a Internet da minha irmãzinha sem que ela soubesse que eu fiz isso.
PV: Na verdade tem sim...
F: Conte-me mais.
PV: Grandes poderes trazem grandes responsabilidades.
F: E eu tenho dois tios que estão mortos, logo sou duplamente qualificado.

93.
J(p): Lê ali qual é a resposta da décima sétima, da décima oitava, da décima nona e da vigésima questão.
F: (distraído) “A”, “C”, “D”, “C”.
J(p): (cantando) Highway to hell!

94.
F: Mãe, eu estou enjoado.
Mãe: Felipe, ainda bem que você não é mulher, ou então eu ia pensar que você estava grávida!
Fa(i): (rindo) O Felipe é um cavalo-marinho!
F: Obrigado, mãe, agora a [minha irmãzinha] pode me comparar ao macho mais estúpido da face da Terra.

95.
F: (calmo) Amor, eu estou passando mal [hipoglicemia], pode ir à cozinha pegar um pedaço daquele bolo de chocolate?
Mi: (espantada e enregelada).
F: (ainda calmo) Ou podemos ficar aqui, conversar um pouquinho, fazer um carinho, o que você preferir, meu amor.

96.
Mi: (assustada) Amor! Eu vi uma sombra passando aqui, acho que é um fantasma!
F: Que nada, é só a tua imaginação mesmo.
Mi: Peraí.
F: O que foi?
Mi: Amor, eu te ligo depois, vou me esconder aqui embaixo do lençol e fingir que tô dormindo.
F: Agora eu quem digo “peraí”! Você vai tentar enganar o fantasma?
Mi: É.
F: (segurando o riso) Sensacional!

97.
F: Ela [namorada do pequeno mano messiânico] queria me apresentar à baterista da banda dela, mas... Treze anos não dá.
Ju: Ah, você me contou... Treze anos? (risos) [Eu] Não queria rir.
F: Menina nem deve ter pentelho na boceta.
Ju: Verdade. Odeio essa palavra.
F: Que palavra?
Ju: “Boceta”.
F: Prefere “caverna”, “lugar especial”, ou “floresta”?
Ju: Ai... Tá bom, continua com o velho termo (risos).
F: Bem, sempre podemos dizer o termo técnico, “vagina”, ou termo que o meu primo de onze aninhos usou outro dia, “canal para felicidade”, o que me lembra: estou preocupado com ele — tenho medo que a mão dele caia.

98.
Al: O que você fez ontem?
F: Saí com uns amigos, impedi que um amigo porre puxasse briga com um cara que era oito vezes maior do que a gente e fui mordido por uma menina inexperiente.
Al: (rindo) Me conta essa última parte.
F: Vou colocar dessa maneira: quando fomos brincar no banheiro, eu disse “Finja que é um pirulito”, mas ela resolveu fingir que era um crepe.
Al: NÃO! VOCÊ NÃO FALOU ISSO (risos)!

99.
F: (rindo) Por São Patrício! Por que diabo você SEMPRE tem de dar umas cinquenta ideias ruins antes de dar a boa ideia?
P: (risos) Acontece.
F: Exato, acontece SEMPRE.
P: É meu marketing.

100.
F: Ah, mano, mais uma coisa antes de eu me ir [dormir]... Nós nos conhecemos há dez anos e eu percebi ontem que tem algo que eu nunca te disse... Eu te amo, mano. Você é o melhor irmão que um cara com complexo de messias poderia ter.
P: Te amo também, irmão. Você também é o melhor irmão [que um cara tão paranoico quanto eu poderia ter]. We live forever... Until tomorrow!