sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!

Eu me recuso, veementemente, a mentir e dizer que o ano de 2010 foi um dos melhores da minha vida. Não, não, não. O ano de 2010 foi, no máximo, bastante razoável. Muitas coisas aconteceram, algumas boas e outras nem tanto, e eu também tive a oportunidade de conhecer várias pessoas; infelizmente, perdi o contato com umas destas, mas tudo bem, esse tipo de coisa acontece... É como meu vovô dizia “Alguns relacionamentos — tanto faz se platônicos ou românticos — estão destinados a perdurar por toda uma vida, outros não”. Para ser sincero, eu espero ter um relacionamento duradouro com essas pessoas que estão ao meu lado no final desse ano de 2010.

Na eventualidade de você, pessoa, estar lendo esse texto com esperança de deparar-se com alguma mensagem bonitinha de Final de Ano, eu digo para fechar esse blog e ir procurar por isso noutro lugar, porque eu, nessa madrugada solitária, não tenho nada do tipo para dizer. Ou melhor, para escrever.

Eu estou cansado, o café está acabando, não demorará muito até a madrugada se tornar dia e o meu pai, aos tropeços, vir me dar outra bronca por não ter dormido, então me perdoe por esse texto carecer de uma mensagem bonitinha... Ou, sei lá, não me perdoe. Faça o que você preferir, não permita que ninguém diga como deve agir, a vida é curta para dar ouvidos a essas pessoas, então trate de aproveitar esses novos 365 dias para fazer o que diabo te deixe com um sorriso de orelha a orelha no rosto, afinal, não há nada mais importante do que ser, verdadeiramente, feliz.

Bem... É isso. Um feliz Ano Novo para você. E que agora em 2011 você consiga tornar realidade os seus sonhos mais queridos.



domingo, 26 de dezembro de 2010

Feliz aniversário, pequeno mano messiânico!

Há três anos eu estava conversando com a namorada (agora ex-namorada) de um dos melhores amigos, o Teófilo. Em algum momento, um de nós — muito provavelmente, ela — comentou o fato de não ter conhecimento de nenhum podre da parte dele, eu, em contrapartida, disse que aquilo era natural...

“Porque, veja bem, ele não tem nenhum podre. O Teófilo é, de longe, uma das pessoas mais corretas que eu já conheci em toda minha vida. É sério, é sério. Eu o conheço há seis anos e nunca mesmo o vi levantando a voz para os pais dele, o homem é um santo! Ele é... Ele é...”, nesse momento uma luz divina desceu dos céus, iluminando-me ao mesmo tempo em que um coro de anjos deu início ao seu canto, “Jesus Cristo”.

O Teófilo, meu pequeno mano messiânico, é uma das poucas pessoas nesse mundo que detém de um coração, genuinamente, bom e por esse — e outros motivos — ele merece ter um verdadeiro... Feliz aniversário.



sábado, 25 de dezembro de 2010

Crônica de Natal


.: CRÔNICA DE NATAL :.


F: E, ah, o que vai querer de presente de Natal? Lembre-se que eu sou pobre.
P: Quero que você me deseje muita saúde, paciência, dinheiro, oportunidades, mulheres fáceis, mulheres fáceis que sejam lindas a um preço de custo, alguns discos raros, DVDs raros também, e tudo isso a um preço barato, que eu consiga o meu carro e não atropele ninguém, que eu fique cada ano mais perturbado, que eu tente confiar mais no ser humano, uns LPs, umas bebidas pra hora do almoço, paciência para lidar com a faculdade, paciência para lidar com o trabalho, paciência para lidar com o salário baixo, paciência para lidar comigo mesmo, que no próximo ano eu consiga me concentrar mais nos livros que quero ler e não consigo, mais discos, shows de bandas que gosto na cidade, que eu não surte cada vez que o Sol de meio-dia bater na minha cabeça e eu tiver de blazer. Deixa[-me] ver o que mais. Uma noite com a Belladonna, outra com a Mônica Mattos, outra com a Bobbi Starr, com a Annette Scharwz, e que, pelo amor de Deus, a Playboy volte a fazer ensaios bons para eu poder, finalmente, comprar uma revista novamente com gosto. Deixa[-me] ver o que mais... Que eu volte ao meu curso de línguas estrangeiras, que eu consiga passar um dia sem amaldiçoar ninguém. Mano, acho que só. Tudo isso você não pode me comprar, mas pode desejar para a minha pessoa junto comigo, afinal, sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade.
F: Eu não posso apenas te pagar uma puta? Porque me lembrar disso tudo aí tá foda.
P: (felizão) Troco tudo isso por uma!




sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Monkey & Bear





01.
*twiitando*
Monkey: Morrendo legal no Pacman.
Bear: (pasmo) Sério?
Monkey: Sim, e acabei de levar uma surra dos zumbis de Resident Evil! Sou uma negação em jogos...
Bear: Ah, antes pegar porrada dos zumbis de RE que dos fantasminhas adoráveis e fofos (OK, isso foi gay) do Pacman.
Monkey: Os fantasminhas são muito rápidos!
Bear: Você não é chinesa/descendente de chineses? Faça como uma ninja e seja mais rápida! #piadatoscaevergonhosa.
Monkey: (risos).

02.
*no Twitter*
Monkey: Eu odeio militantes de qualquer espécie e não acho que você vai conseguir mudar a cabeça de quem acha [o] racismo o maior barato e que [os] gays são doentes só porque meia dúzia de pessoas [gays] se fantasiam de Mulher Maravilha.
Bear: Merda, queimei meu dedo com o Miojo e ainda imaginei um amigo viado fantasiado de Mulher Maravilha.
Monkey: Culpa minha?
Bear: Parte da Mulher Maravilha? Sim, sim. Parte do dedo queimado? Espero que não, você não tem cara de quem lança praga.

03.
Monkey: http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/46931/.
Bear: Legião Urbana? Sério?
Monkey: Leu a letra?
Bear: Não somente [eu] li a letra como também namorei uma Clarisse de dezoito anos ano passado.
Monkey: Nossa, ela tem um ótimo gosto!
Bear: (brincando) Eu sei, não é a toa que ela estava me namorando.
Monkey: (risos) Humildade mandou lembranças.

04.
Monkey: Caiu de novo [o MSN]...
Bear: Acontece. Qual foi a última mensagem que você recebeu?
Monkey: Sobre os advérbios...
Bear: Ah, daí você ficou calada, eu pensei que o assunto tinha acabado e para acabar com o silêncio, perguntei por que você tinha escolhido Arquitetura.
Monkey: Ah, sim... Porque o meu pai já trabalha com isso, ficaria mais fácil! E acho que levo jeito com a coisa...
Bear: Construiu um prédio de LEGO que e ficou incrivelmente parecido com uma construção visigoda do século V, ou algo do tipo?
Monkey: (risos).

05.
Monkey: A minha irmã é fanática por estudos. Ela estuda 24 horas por dia!
Bear: (rindo) Ela quer ser médica, cientista da NASA, ou “apenas” quer construir um empreendimento multinacional e conquistar o mundo?

06.
Bear: Mas me diga, fazia esculturas de arte com massinha desde quando era pequena, ou esse teu lado artístico foi, por assim dizer, influenciado por outrem?
Monkey: Ah, eu comia a massinha toda e depois jogava fora. Sempre achei desenhar um saco. E pintar também.
Bear: (risos).

07.
Monkey: Serpentes me dão medo.
Bear: Normal, normal. Afinal, você é mulher. “História” mostra que mulheres e serpentes NUNCA se dão bem. O mesmo vale para mulheres e maçãs.

08.
Bear: Mas, então, parece você e a sua irmãzinha se amam de paixão.
Monkey: (sarcástica) Ah, completamente... Brigamos 24 horas por dia... Até em sonho.
Bear: “Até em sonho”, como é que é?
Monkey: A gente se enfrenta em um ringue.
Bear: Lutam o quê? Boxe, kung fu, caratê, puxam o cabelo uma da outra, se arranham e se mordem?
Monkey: Luta livre, vale tudo...
Bear: Preciso dizer que, mesmo em sonho, a ideia de duas irmãs se enfrentando num ringue faz com que qualquer homem fique com os olhinhos brilhando?
Monkey: (risos).
Bear: Tem tudo que nós, homens, adoramos: mulheres, violência e rock ‘n’ roll. Curte AC~DC?
Monkey: Respeito, mas não ouço muito, não.
Bear: OK, corte a parte do rock ‘n’ roll.

09.
Bear: Eu nunca sonhei que brigava com a minha irmã, no máximo, houve uma vez em que ela arremessou um cadeado, uma vassoura e uma tesoura em cima de mim. E eu era inocente: nunca havia nem chegado perto dos ursinhos dela, tampouco os decapitado!
Monkey: (risos).
Bear: Sim, ela — como toda e qualquer mulher da minha vida — é violenta.
Monkey: Ela é baixinha? Dizem que as baixinhas são violentas.
Bear: E são mesmo. Toda baixinha é enfezada.

10.
Monkey: Vai reprisar o show hoje do Paul [McCartney].
Bear: Horário?
Monkey: 18:00.
Bear: Ah, não poderei assistir. Viajarei oito da madrugada e só volto no domingo às 21 horas.
Monkey: Que pena... Vou assistir de novo.
Bear: Ah, claro, faça inveja. Muito bonito da tua parte.

11.
Monkey: Conhece a Cat Power? O sonho dela era conhecer o [Bob] Dylan. Quando aconteceu, ela disse: “Eu te amo”. Ele respondeu: “Nossa, que legal... Pelo menos uma pessoa me ama nessa vida”.
Bear: Eu honestamente não sei dizer se o Dylan foi sarcástico ou apenas indiferente. E Cat Power era o nome da gata (animal de estimação) da minha amiga, de alguma maneira, duvido que estejamos falando da mesma Cat Power.
Monkey: Acho que sarcástico (risos). Cat Power [é] uma cantora, uma ótima cantora, uma das minhas favoritas.
Bear: (sorrindo) Você está se coçando para me dizer para ir procurá-la ou para me mandar um vídeo dela, não é? E, antecipando, pode dizer ou mandar.
Monkey: Essa música ela fez pro Dylan: http://www.youtube.com/watch?v=bPagnhPTbeg. Eu ri do: “Você está se coçando...” (risos).
Bear: Ótimo, o plano era fazer você rir mesmo.

12.
Monkey: Sabe o que é legal?
Bear: Sei: Pink Floyd.
Monkey: Você tocou no nome “miriápode” e aqui no Rio, nós falamos “gongolo”, exatamente assim: “gongolo” e não “gongolô”, como é o certo. Minha amiga diria agora: “Uma informação que mudou minha vida”. Mas, enfim...
Bear: (rindo) Meu primo mangaloide diria agora: “Peraí, vou pegar o meu caderninho para anotar”.

13.
Monkey: Felipe Eduardo, vou dormir... Você nunca dorme?
Bear: Aos domingos. (pausa) Mentira, eu também estou capengando de sono aqui.

14.
Monkey: Gosta de apostas, né? Já percebi... Praticamente uma J. Kyle.
Bear: O que eu posso dizer? Sensação de vencer é fantástica e quando você GANHA alguma coisa... Puxa, é melhor ainda. E, correndo o risco de você girar os olhos e suspirar "Alienado" ou "Sem cultura", eu pergunto: quem seria J. Kyle?
Monkey: Ah, não sei se o nome dela se escreve assim, não (provavelmente não)... [É] A mulher do Eu, a Patroa e as Crianças.
Bear: Ah, a Jay Kyle. Eu confesso ter pensado que era alguma cantora alternativa do submundo da música cujo único resquício musical era uma fita cassete obscura gravada em uma fazenda isolada do mundo nos Alpes da Suíça, você sabe, o teu estilo de cantora.
Monkey: (risos) Adorei isso... Não sei, mas adorei!

15.
Bear: Enfim, eu fiquei sem assunto, então vou fazer a primeira pergunta que surgir na minha cabeça: como está o clima aí?
Monkey: Está muito frio... Do jeito que eu gosto.
Bear: É, aqui também está frio. E chuvoso. Para falar a verdade, creio ter visto uma arca passando aqui do lado da minha janela. (pausa) Sim, eu sou exagerado. Hipérbole é a minha figura de linguagem preferida.
Monkey: A minha é a ironia.
Bear: Uma figura de linguagem adorável, mas com um defeito fatal: quando não é entendida, quem fica parecendo um idiota é você, por sinal, eu estou nessa comunidade do Orkut.
Monkey: Tinha que ter uma tag para especificar, mas aí não seria tão legal.
Bear: Ironias e piadas: só são legais quando você não tem de explicá-las.

16.
Monkey: Ai, eu acho lindo o jeito como você escreve no MSN. Tudo certinho. Queria ter essa paciência, mas cadê? Escrevo igual a uma mula. Cadê os acentos? Fugiram... Com o Zumbi dos Palmares.
Bear: (sem jeito) Ah, obrigado, uh... Pois é, eu não sei receber elogios. Então, boa referência, fez-me rir, e quanto a escrever... Não é nem uma questão de paciência, é apenas olhar para o teclado durante vinte minutos e deixar a sua memória muscular fazer o resto.
Monkey: Questão de saber escrever também (risos).
Bear: Ah, nada que duas horas lendo o dicionário não ajude (piscadela).
Monkey: Dicionário é um bom livro.
Bear: Sim, sim. E multiuso. Serve para enriquecer o teu conhecimento e equilibrar aquela mesa bamba da tua cozinha.
Monkey: (risos).

17.
Monkey: Meu Mozilla travou. Quando destravar, vai travar o MSN. Aposto.
Bear: OK, pelo bem da aposta, eu aposto dez centavos como o MSN não vai travar. Fechado?
Monkey: Fechado!
*menos de uma hora mais tarde*
Monkey: (risos) Ri alto agora! Meu MSN travou. Ganhei 10 cents.
Bear: Uma salada, um chá, um biscoito da sorte e dez centavos. Nesse ritmo, eu vou estar devendo um apartamento em Porto Alegre até o final do ano.
Monkey: Se quiser, a gente aposta o apê.
Bear: (rindo) Espere eu estar dopado em analgésicos, muito mais encantado contigo e muito distraído antes de tentar fazer essa aposta, OK (piscadela)?
Monkey: OK, vou dar o bote no momento certo, pode deixar.

18.
Monkey: Felipe, andei pensando, acho que vou fazer um vídeo pra pôr no YT, o que você acha?
Bear: Depende, que tipo de vídeo você pretende colocar no YouTube?
Monkey: Eu cantando alguma música.
Bear: Bem, eu acho que seria uma boa ideia. Desde que, é claro, você me mandasse o link do vídeo. Vai apenas cantar uma música, ou tocará violão também?
Monkey: Queria tocar, mas minha amiga faz aula há mais tempo... E toca bem melhor. Vou pedir para ela tocar.
Bear: Girl duo. Legal. Tem ideia de qual música cantará?
Monkey: Não... Queria cantar Across the Universe. Vi quase todos os covers dessa música no YT hoje, só dois me agradaram.
Bear: Então cante Across the Universe. Faça um cover que agrade tanto a você quanto as pessoas que detestaram todas as outras versões.
Monkey: Acho que vai ficar das trevas (risos).
Bear: Eu honestamente imaginei um cover “tim burtomizado” da música. Curiosamente, com Edward Mãos-de-Tesoura tocando violão, afinal, nunca vi tua amiga, logo não posso imaginá-la.
Monkey: (muitos risos).

19.
Bear: E, apesar do péssimo protagonista, é um filme [Edward Mãos-de-Tesoura] mesmo. E intrigante também. Lembro-me que toda vez ficava me perguntando como ele conseguia usar o banheiro.
Monkey: (risos) Tanta coisa para pensar e você pensa logo em como ele usaria o banheiro. Legal.
Bear: Eu sou um homem simples, logo penso nas atividades simples (piscadela).

20.
Bear: Maldita insônia, está me fazendo errar palavras e me sentir como uma mula!
Monkey: Bem-vindo ao clube.
Bear: Obrigado. Temos cartõezinhos de membros ou é algo mais informal mesmo?
Monkey: (risos) É informal. Eu gosto de trabalhar na irregularidade. Clube alternativo.
Bear: Eu fui o único que pensou agora em um pubzinho situado em uma rua de paralelepípedos iluminada precariamente por lampiões, que é frequentado pela camada alternativa da população e que oferece seu palco para bandas desconhecidas e saraus de poesia?
Monkey: (risos) Gosto da sua imaginação.
Bear: É uma boa imaginação, muito útil na hora de inventar mentiras desculpas para se safar de situações embaraçosas e/ou complicadas.
Monkey: Queria ter essa imaginação para enganar a minha mãe pra sair e voltar uma semana depois.
Bear: E eu queria ter uma mãe enganável. Mamãe é um polígrafo humano, ela sabe que eu vou mentir ANTES de mentir!

21.
Bear: Se você trocou Alpha Dog pelo Danny Ocean e sua trupe, então... Fez certo. Filmes de bandidos cavalheiros no melhor estilo Arsène Lupin são fantásticos.
Monkey: Esse filme é demais... Mas, não consegui ver o terceiro ainda.
Bear: Baixe, grave em um DVD e assista em uma televisão monstro.
Monkey: Minha televisão é monstro mesmo... Principalmente em dia de chuva... Sempre me assusta!
Bear: O quê? Ela fica toda chiada e começa a dizer “Caroline... Caroline... Caroline!”?

22.
Bear: Eu já comentei achar simplesmente sensacional o fato de você ser ao mesmo tempo tão pé no chão e esotérica?
Monkey: Eu acho muito legal conhecer tudo. Sou muito enxerida.
Bear: Ah, então foi a você que a tua primazinha [que mexe em tudo] puxou.
Monkey: Ah, mas é diferente, né... Nunca fui tão enxerida de chegar a ser mal-educada.
Bear: Nunca mexeu no que não deveria quando era criança, inocente e meio cabeça de vento?
Monkey: Acho que não... Eu sempre fui muito quietinha.
Bear: Do tipo que quando ia à casa de parentes meio distantes ficava toda encolhida na cadeira ao lado da mãe e ficava tão corada quanto um tomate pintado de vermelho quando dirigiam a palavra a ti?
Monkey: É... Acho que até hoje sou assim... Principalmente quando sou OBRIGADA a falar com as visitas, as amigas da minha mãe, os parentes distantes. Eca.
Bear: Duas coisas: I) É, eu também odeio ter de falar quando não quero ou com pessoas que, bem, não me importo; e II) Definitivamente, se vivêssemos no mesmo espaço, eu ficaria tão incomodado com a tua quietude que ocasionalmente te irritaria apenas para ver uma mudança no temperamento.

23.
Bear: Que legal, acabei de descobrir que uma amiga tua está me seguindo.
Monkey: Quem?
Bear: Essa dona-menina aqui: [censurado].
Monkey: Ah, a [censurado]... Ela é legal, inteligente.
Bear: E, aparentemente, de bom gosto. Exceto, é claro, por seguir o Serguei Rock, isso é tenso.
Monkey: Eu curto o Serguei.
Bear: Tudo bem, ninguém é perfeito.
Monkey: (risos).

24.
Monkey: (no Twitter) Seriously, Alejandro, stop calling [Lady] Gaga. I think she’s made pretty clear. She’s not interested in and, frankly, you can do better.
Bear: (rindo e pensando) I lol’d at this!

25.
Monkey: [Eu] acho que vou pintar o meu cabelo de um loiro poderoso. O que acha? Não um loiro “nada”, nem um loiro piriguetchy, mas um loiro poderoso.
Bear: Eu honestamente acho que não ia combinar com você, mas... Vá lá, o cabelo é teu. E, ah, eu creio que o único loiro poderoso no mundo seja o Dolph Lundgren (ele poderia destroçar o Hulk Hogan).

26.
Bear: Aff, meu amigo acabou de soltar uma blasfêmia: disse que o Jet Li é melhor que o Jackie Chan.
Monkey: Isso é meio que óbvio né.
Bear: Você está morta para mim (por dez segundos).

27.
Monkey: Assista Justin Bieber. Now. On Panic on TV [Pânico na TV]. Now.
Bear: (girando os olhos) Eu faço cada só porque você me pede que, caramba... (liga a televisão).

28.
Monkey: (com a foto de um salto-alto no MSN).
Bear: Então, uh, qual é a desse salto[-alto] aí?
Monkey: Muito doido, né (risos).
Bear: Ééééééééé, muito doido sim. Parece-me ser útil tanto para aumentar a altura de uma menina baixinha quanto para ela usar como artefato de proteção.

29.
*discutindo a entrevista do Justin Bieber*
Monkey: Eu acho essas perguntas meio idiotas, tipo...: “Você gosta de meninas brasileiras?”. Resposta: “Não, [eu] acho que se comportam como prostitutas”. Seu eu fosse artista, ia acabar com essa hipocrisia na tevê.
Bear: (categoricamente) Não, não ia, não. O risco é grande, o teu agente publicitário até te drogaria para você não fazer isso.
Monkey: Ah, realmente, se eu fosse ganhar pra ser hipócrita, eu seria hipócrita mesmo.
Bear: (rindo) Boa menina.

30.
Bear: OK, ao menos concorde quando eu digo que ela [Alexis Bledel] é linda.
Monkey: [Ela é] Sem sal.
Bear: OK, eu cheguei à conclusão que você seria uma péssima lésbica. Muito bem, aponte-me uma atriz que você ache linda.
Monkey: Uma atriz, não... Uma modelo: Mandy Murphy.
Bear: OK, eu retiro o que disse: você seria uma lésbica de bom gosto.

31.
Bear: Nunca desenhou roupas nem nada do tipo? Ou mesmo PENSOU em fazer isso?
Monkey: É que, tá, eu não sou boa com desenhos...
Bear: (arriscando) Olhe pelo lado bom, tua irmãzinha também não é; ao menos assim ela não pode esfregar na tua cara que sabe desenhar e você não.
Monkey: Minha irmã é ótima em desenhos (risos).
Bear: (rindo) Uau! Eu realmente não dou uma dentro contigo, hein? É só epic fail [quando eu tento te consolar].

32.
Monkey: (vendo um vídeo em que eu apareço) Você tem a voz do ator que fez o Cazuza.
Bear: Eu vou aceitar isso como um elogio.
*horas mais tarde*
Bear: Vó, descobri porque a senhora me acha parecido com o Daniel Oliveira: a voz é a mesma.
Vovó: É isso mesmo!

33.
Bear: Como são as coisas, né? Quando eu estava tentando dormir, todo quieto no meu canto, fazia um silêncio de cemitério na, foi só eu me levantar e ligar a luz do quarto que os vizinhos resolveram assistir filme no volume máximo — “adoro”.
Monkey: (rindo) Seus vizinhos são tipo aquele carinha, Johnny do Meu Nome Não é Johnny: festa todo dia.

34.
Bear: Engraçado, toda santa vez em que eu falo “Nada mais choca hoje em dia”, eis que algo me choca no outro dia. Da última vez em que eu falei isso, descobri logo em seguida que o [censurado] e o [censurado]² não eram, como até então eu cria, melhores amigos, mas sim um casal.
Monkey: Quem te disse isso?
Bear: Ninguém. Eu vi eles se engolindo na minha frente.
Monkey: Que [censurado]²? Que [censurado]?
Bear: Esse [censurado] e esse [censurado]²: (manda uma foto em que eles estão segurando um bolo).
Monkey: Por que me mostrar bolo quando estou com fome? Não acha que isso é maldade?
Bear: Porque eu sou mal. (pensamento) E porque eu me esqueci que você estava com fome.

35.
Monkey: Sabe qual é o meu problema? Eu não gosto de nada com açúcar/adoçante, não como doces e tal... Mas eu AMO coisas gordurosas.
Bear: Que nem isso: http://tinyurl.com/2edrrjg?
Monkey: Não chega a ser tanto... Mas eu gosto... Tipo, na verdade, eu mal como. Minha mãe vive brigando comigo pra eu comer e tal e eu só consigo comer bem pouco, sabe? Mas eu gosto de coisas assim, beem salgadas, algumas coisas gordurosas. E comidas divertidas...
Bear: Ah, OK, o que seriam comidas divertidas?
Monkey: Comidas de criança... Tipo, macarrão com queijo. Não peco no açúcar, mas peco nessas coisas que engordam horrores.
Bear: Macarrão com queijo é muito bom. Pô, isso é maldade, agora você me deixou com fome e só tem bolachas para comer. Que feio, [censurado], que feio. Estou decepcionado com você, não pensei que pudesse ser tão má.
Monkey: (risos).

36.
Monkey: Tô aprendendo a cortar o cabelo sozinha no YouTube. Vou cortar ele (tá, e quem perguntou?).
Bear: Sangue de Jesus tem poder! Cuidado com o que você vai fazer, hein!
Monkey: (rindo) Vou tomar. O bom do cabelo claro é que quando você desfia, dá pra perceber, cabelo escuro não dá.
Bear: Uma informação que mudou a minha vida. Vai cortá-lo curtinho, ou só dar um corte para deixá-lo mais comportado?
Monkey: Vou desfiar... Desfiar a franja que já tá bem grande e deixar ele desse tamanho mesmo, mas desfiado nas pontas. Coisa básica.
Bear: OK, [eu] desisto de participar de uma conversa de cabelo, você falou grego para mim agora. Entendo tão pouco de cortes, de estilos, de termos, de tipos de pentes que toda santa vez que vou cortar o cabelo (hoje, por exemplo), tenho de levar uma amiga para dizer como há de ser o corte.
Monkey: (muitos risos).

37.
Bear: Sério, o que falta a Lindsay Lohan fazer: http://tinyurl.com/37k8pz5?
Monkey: (rindo) Meu Deus! Que louca... Engraçado que ela já fez quase tudo pra aparecer e não consegue ser tão aclamada quanto a Brit[ney Spears] em seus tempos de maluquices. A única coisa que ela consegue é ir pra cadeia.
Bear: E entrar em decadência. Está muito feia hoje em dia, a irmãzinha dela [Ali Lohan] dá de mil [nela].

38.
Monkey: Apesar do clipe ter sido uma decepção... Esperava mais pela música, mesmo assim... Arrasou Paris em chamas.
Bear: Muito bem, mate a minha curiosidade: de onde vem esse “arrasou Paris em chamas”, hein?
Monkey: Arrasou Paris em chamas = gíria de travesti.
Bear: Sinto que logo, logo haverá um vídeo no YouTube da minha pessoa falando essa gíria e vestido a decoro.
Monkey: (rindo) Tô esperando esse vídeo até hoje.
Bear: E eu tô empurrando esse vídeo para longe até hoje.
Monkey: Faz logo pra se ver livre logo disso.
Bear: Por que fazer hoje aquilo que você pode fazer amanhã?
Monkey: (risos).

39.
Bear: Meus vizinhos finalmente foram dormir. Aleluia.
Monkey: (às três da madrugada) Nossa, a festa acabou cedo (risos).
Bear: Eu tenho medo de como será no dia em que os pais viajarem e os dois resolverem dar uma festa de verdade.
Monkey: (rindo) Vai ser demais!

40.
Monkey: [Eu] é do tipo que só usa as coisas quando tá morrendo... Tipo: só vou usar óculos quando confundir um boi com um cavalo — apesar disso já ter acontecido.
Bear: (pasmo) Você tem de ser cega para confundir um boi com um cavalo! OK, como foi isso?
Monkey: Eu vi de longe. De longe não enxergo mesmo. Fica tudo embaralhado.
Bear: Teu oftalmologista mandou lembranças.

41.
Bear: No lugar certo e na hora certa, as músicas [da Alcione e Fafá de Belém] podem ser divertidas de escutar.
Monkey: É... Tipo, quando você não pode mudar o que tá tocando.

42.
Bear: Feliz/inspirada com as vitórias da Lady Gaga [no VMA]?
Monkey: Cara, 1) Fiquei triste pela Katy [Perry] não ter vencido nenhuma categoriazinha, 2) Lady Gaga estava vestida de Alexander McQueen, meu queixo caiu, 3) Lady Gaga estava diva em três figurinos, 4) Lady Gaga estava maravilhosa com aquele cabelo, 5) Lady Gaga mereceu todos os prêmios por Bad Romance, 6) Só faltou a Britney [Spears]. PS: Lady Gaga anunciando nome novo do CD, puta jogada de marketing.
Bear: OK, eu vou tomar isso como um “Sim, fiquei feliz/inspirada com as vitórias da Lady Gaga”.

43.
Monkey: Eu acho graça de arrogância.
Bear: Você deve achar muita graça de mim, então.
Monkey: (sem uma gota de sarcasmo) Ah, você nem é arrogante...
Bear: (olhinhos brilhando) OK, eu fiquei comovido agora... Primeira pessoa que não me tem como arrogante. Sairemos para jantar qualquer dia desses para comemorar!

44.
Bear: Don’t ya worry, it’s gonna be easier as the days go by. <= em inglês para te animar. Monkey: Nem o VMB, engraçado do jeito que tá, me animou. Bear: Tente macarrão com queijo. Pode ajudar. Monkey: Só se ajudar for igual a engordar. ... Justin Bieber ganhou [na categoria de] artista internacional! Amei! Bear: (incrédulo) Sério, ISSO te animou?

45
.
Monkey: Justin [Bieber] é muito gato, se eu fosse famosa, pegaria.
Bear: Pare com essas besteiras.
Monkey: (dá a língua).
Bear: Se fosse ao menos o Bob Dylan, o Paul McCartney, etc, etc, eu até entenderia, mas o Bieber...!
Monkey: O Paul e o Dylan não são muito compatíveis com a minha idade. E eu os vejo como deuses. Eu seria herege.
Bear: O menino parece um feto, ao menos eles têm cara de homem. E, ah, ao menos você ficar no mesmo patamar que a Jane [Asher] e a Linda [McCartney]. ... Uau! Eu não acredito que eu tô realmente dizendo para você pensar em ficar com esses caras!
Monkey: (muitos risos).

46.
Monkey: Cara, você é a ÚNICA pessoa que me apoia [quanto a minha carreira musical], sabia? Você e meu professor, na verdade... Mas ele é por motivos duvidosos, eu pago o cara, pô. Mas de resto, ninguém acredita mesmo. A minha família não bota fé, [e] os poucos amigos que eu tenho dão risada quando eu toco no assunto.
Bear: Bem, eu quero MUITO poder dizer “Ei, tá vendo essa menina do clipe? Pois é, eu conheço [conhecia] ela”... E, bem, como eu poderia NÃO te apoiar quando o meu objetivo na vida é tão, ah, difícil quanto o seu?
Monkey: (animada) Então vamos arrasar, e sambar na cara de quem não acreditava na gente!
Bear: OK, apenas me ensine a sambar antes disso.
Monkey: Eu também não sei. Sei que a gíria “travesticia” me obriga a dizer isso.
Bear: Precisaremos ou mudar a gíria, ou aprender a sambar. O que for mais fácil. ... Quanto será o custo de um curso de samba?

47.
Monkey: Eu gosto desses nomes simples.
Bear: Eu gosto de nomes pela etimologia e pelo simbolismo. Lucas, por exemplo, será o nome do meu filho por significar “luminoso” (ou “brilhante”), e por ser o nome de um ícone da minha infância, o Luke Skywalker.
Monkey: Ah, é legal. Lucas. Eu gosto. Eu odeio nomes assim: Peterson, Willison, Gleison, Maria Eugênia, Mariliahsnhdusohgy.
Bear: Em outras palavras: você odeia nomes de filhos de empregada. E, ah, se esqueceu do mais clássico de todos: Jackson.
Monkey: (risos).

48.
Bear: (mostra uma foto dela própria).
Monkey: Eu odeio essa foto.
Bear: E ainda assim está no teu Orkut. É um mistério.
Monkey: Eu odeio todas.
Bear: Pois é, eu não engulo essa de “eu odeio todas”. Se você odiasse todas as fotos, não teria colocado a foto do beijo dos travecos. E não postaria suas fotos no Twitpic.
Monkey: (interrompendo) Aquela ficou linda, eu amei. A do beijo.
Bear: (continuando)... Além do mais, nem tem porque odiar as fotos, você é linda, ora.

49.
Bear: Espero que você esteja curtindo esse domingo ensolarado de um jeito melhor do que eu (fui para a aula).
Monkey: Aula domingo?
Bear: Medicina. A partir do momento em que você escolhe esse curso, NUNCA mais tem folga.

50.
Bear: Ah, moça, se eu vou ganhar um Nobel, você muito bem que poderá ganhar um VMA... Qual é o nome do prêmio do VMA?
Monkey: Video Music Awards...?
Bear: Sim, esse é o novo do evento, certo? Queria saber se tem um nome específico para o prêmio em si, o objeto.
Monkey: Ah, tá. É um astronauta (eu acho).
Bear: Ah, faz sentido, afinal, os astronautas trabalham em um ambiente repleto de música.
Monkey: (risos).

51.
Monkey: Medicina Tropical examina só índios? ... Tá, eu NÃO disse isso.
Bear: Eu vou fingir mesmo que você não disse isso (risos).

52.
Monkey: E quando pretende lançar [o teu livro]?
Bear: Bem, assim que terminá-lo, vou conversar com o pessoal da FUNTELPA, mostrar o manuscrito e arranjar um agente para com a publicação.
Monkey: Que legal. Queria ter essa determinação com a minha música...
Bear: O segredo é beber café e comer uma barra de chocolate dietético por dia (piscadela). Alternativamente, você pode tirar força do futuro, pensar em como será fantástico está lá em cima do palco, todo mundo vibrando para te ver cantar.
Monkey: Só de pensar em como vai ser difícil (praticamente impossível) conseguir...
Bear: Ah, você não deve pensar assim, parece que já está desistindo, tem de acreditar na própria força de vontade, ora! Você acha que o Ringo Starr pensou assim quando os Beatles se separaram? Você acha que o Jermaine Jackson pensou assim quando foi expulso do Jackson V? Você acha que o Michael Jordan pensou assim quando saltou do basquete para o basebol? Você acha que o David Gilmour pensou assim quando viu quanto teria de gastar para entrar no Pink Floyd? Você acha que a Lady Gaga pensou assim quando o Red & Blue foi um fracasso? <= imitando o pai do Chris para te fazer sorrir. Monkey: (convulsões de risos) Eu ri alto!
Bear: Mission accomplished.
Monkey: Então, você pode me ajudar? Assim: eu escrevo mais músicas e vou te mostrando, aí você tem que prometer ser sincero, tipo: “Essa tá muito ruim, não gostei, blá, blá, etc”. Fechado?
Bear: Fechado. Serei como dizem que eu sou: cruelmente sincero.
Monkey: Isso. Perfeitamente. Então começarei a trabalhar.

53.
Bear: Então, comece a trabalhar [na tua música], e eu continuarei trabalhando por aqui [no meu livro], quem tiver sucesso primeiro deverá pagar um refrigerante para o outro, de acordo?
Monkey: Só se dessa vez a aposta for séria.
Bear: E nas outras vezes não eram?
Monkey: Não.
Bear: Ah, pô, eu tava falando sério todo sempre. Mas, OK, essa será uma aposta séria. Um refrigerante deverá ser pago ao outro por quem alcançar o sucesso primeiro.
Monkey: OK, feito.
Bear: Perfeito.

54.
Monkey: http://tinyurl.com/24phjwm.
Bear: (irônico) Ah, então é isso que você vai tatuar em cima da [tua tatuagem de] estrela? Supimpa! Boa escolha!
Monkey: Não, não é isso. Só curti a tatuagem.
Bear: Foi uma brincadeira. Todo mundo sabe que a tua próxima tatuagem será um macaquinho.

55.
Monkey: Tinha um gongolo imenso aqui agora, pensei que fosse uma cobra! Tive de ir acordar a mama pra tirar daqui.
Bear: (risos).
Monkey: Serião... Se fosse [um] [d]aqueles pequeninos, tudo bem, mas a única saída desse gigante era chamar a mama.

56.
Monkey: Puxa, eu tô muito triste porque não vou poder ver o Paul [McCartney] nunca, né.
Bear: Ele não fará um segundo show em São Paulo em um futuro não tão distante?
Monkey: Vai sim. Eu tava dando uma olhada nos ingressos hoje, caracoles, eu não tenho esse dinheiro e eu duvido que a minha mãe deixa eu ir pra São Paulo e ainda banca tudo.
Bear: Bem, eu te disse meses atrás para ir juntando de tantinho em tantinho. Qual é o ingresso mais barato?
Monkey: Cento e alguma coisa.
Bear: Estudante paga meia?
Monkey: Acho que não.
Bear: Pronto! Alerte o PROCON, processe a empresa responsável por trazê-lo para cá e garanta cinco ingressos, dê um para uma amiga, guarde outro para mim e venda os dois restantes para pagar a minha passagem para aí.
Monkey: (risos).

57.
Monkey: Eu fui comprar um esmalte hoje, mas a loja de esmaltes estava fechada, aí eu fui em outra que vendia esmaltes pelo dobro do preço. Aham, senta lá. Tá, tudo isso é desnecessário contar, mas, enfim...
Bear: Na verdade, essas coisas desnecessárias são interessantes de contar, servem para mostrar que você não passa o dia inteiro encurvada sobre a mesa estudando, escrevendo e pensando no Paul McCartney. É o tipo de coisa que eu espero ouvir como resposta toda santa vez em que te pergunto “Como foi o dia?”.
Monkey: Escrever e pensar no Paul é mais interessante.
Bear: Discordo, discordo. Nada de tão interessante pode acontecer quando você está apenas escrevendo e pensando -- especialmente quando está pensando no Paul McCartney. Acho mais interessante você ter saído para comprar um esmalte, digo, o simples fato de sair de casa gera milhões de possibilidades de algo interessante acontecer! Quer dizer, já pensou se você dobra em uma esquina e, bam!, esbarra em um produtor musical que está procurando uma menina baixinha, branquinha e de cabelos pretos para ser a nova estrela da sua produtora? Pô, isso nunca aconteceria dentro de casa... Tá, eu viajei um pouco agora, mas você entendeu.
Monkey: Viajou MUITO (risos)!
Bear: Eu sou um escritor, ora. Viajar na maionese é algo essencial para o meu ganha-pão.

58.
Monkey: (envia um arquivo pelo MSN).
Bear: (espantado) Eita! Fotinho do arquivo sendo transferida está com umas cores from hell, parece uma pintura do surrealismo! É, é, esse MSN 2011 é obra de Exu Belzebu mesmo, só pode!
Monkey: Que cores (risos)?
Bear: Todas que você possa imaginar! Para você ter uma ideia, há cores que eu nunca tinha visto antes! Totalmente surreal, digno de uma viagem no ácido com Astronomy Domine do Pink Floyd tocando no fundo!

59.
Bear: O problema é que para muitas pessoas música é algo dispensável, isso é um pensamento MUITO errado, música é TUDO. Vide os filmes: não obstante do quão bom for o roteiro, um filme nunca estará completo sem uma trilha sonora divina.
Monkey: Concordo plenamente.
Bear: Amém. Ah, eu amo música. É o mais próximo que eu tenho de uma religião. E Mike Portnoy é o meu Deus.

60.
Bear: Então, quais as novidades da tua cidade nesses últimos minutos?
Monkey: Sei lá, mano. Nem fui lá fora. Se eu for, corro o risco de não voltar. Minha cidade tá uma favelice só.
Bear: Criminalidade tão alta assim é? Caramba, não consigo imaginar morar num lugar onde eu não posso andar livremente à noite.
Monkey: Poder, pode. Mas, sei lá, eu não arriscaria aqui, não. Só se eu estivesse de carro e olhe lá.
Bear: Então, nada de volta da festa a pé, conversando com os amigos, pegando aquela brisa noturna e admirando as estrelas?
Monkey: Não, até dá. Nego vive na rua, mas eu não gosto. Sei lá.
Bear: Ah, tá. Pô, do jeito que você falou, eu pensei que era mais ou menos assim: você vai correndo de casa para ir comprar refrigerante na esquina, daí quando volta tem um carinha te esperando com uma arma na porta de casa, ele aponta a arma para ti e falar “O refrigerante, ou a vida”.
Monkey: Seria engraçado (convulsões de risos).

61.
Monkey: Cara, eu não sei por que, mas depois daquele lance do show do Paul [McCartney], peguei uma raiva da cara do [censurado].
Bear: Você é mulher e se sentiu traída. Traição é imperdoável, logo...
Monkey: Tem que ver, tem uma menina lá de [nome do lugar] que é amiga dele também. Pra ela, ele continua dando atenção mesmo com a namorada.
Bear: Porque se algum dia ele levar um pé na bunda da namorada, ele correrá pra afogar as lágrimas (e outras coisas) no colo dela.
Monkey: Espero que seja no dela mesmo. E quando vier dizer “Blá, blá, blá, o que eu faço?”, que vá para a puta que pariu.
Bear: Não, não, ele só vai mesmo transar com ela, a parte emocional, certamente, sobrará para ti. Você é o Sol, lembra? Ajudando sem nunca pedir nada em troca...

62.
Monkey: Felipe, olhei pro chão agora e tinha um gongolo enorme em cima do meu... Tô em choque ainda.
Bear: Eu posso até imaginar esse momento: o movimento da cabeça, a respiração parando, o frio correndo pela espinha, aquela vontade de gritar e ninguém para ajudar. Poético (risos).
Monkey: Caralho, será que ele andou em cima do meu pé? Tava no meu chinelo, bem pertinho, meu pé, socorro, meu pé.
Bear: Vai ter que amputar (risos).
Monkey: Porra, Felipe, nunca mais uso aquele chinelo. NUNCA!
Bear: O que, vai tocar fogo no chinelo?
Monkey: Cara, vou jogar fora. Minha mãe vai me quebrar, mas eu não vou usar.
Bear: Medo que o gongolo tenha impregnado-o com um cheiro específico para te marcar e assim o exército de gongolos te atacar durante o sono? “É ela quem atirou a sandália no nosso irmão. Gongolos, ao meu comando! Peguem-na!”. OK, viajei muito agora.

63.
Monkey: Acabaram de me chamar de “Colíria” da Capricho. Acho que foi um elogio.
Bear: Menininhas de dez, onze anos matariam para serem chamadas assim. É um elogio sim.

64.
Bear: Égua (interjeição paraense análoga ao “bah” gaúcho)!
Monkey: Tá, eu não ia achar que você tá me chamando de “égua” se é o que tava pensando ao explicar.
Bear: Há jurisprudência: uma amiga pensou. Deu a maior merda. Xingou-me até a décima quarta geração da minha família antes de me dar a oportunidade de explicar.
Monkey: (risos).
Bear: Pois é. E como você tem cara de quem, quando se sente ofendida, só falta liberar os cães do inferno, achei mais sábio explicar logo (risos).

65.
Monkey: Então vamos lá, você que sabe de tudo, por que a bala de framboesa parece ser mais doce que as outras? Parece que essa porcaria é açúcar puro!
Bear: Eu não faço a menor ideia. Mas se for para dar um palpite, diria que é porque as substâncias da bala de framboesa são mais eficientes em ativar as papilas gustativas responsáveis pela sensação de doçura na boca.
Monkey: Aaaaaaaaaaaah, sim. Você tem resposta para tudo e como não entendo nada, só concordo (risos).
Bear: (rindo) Há regiões na sua língua que são estimuladas por certas substâncias e provocam certas sensações no cérebro.
Monkey: (brincando) Não, não explica. Eu prefiro ficar com a ideia de que um gnomo do bem vive nas minhas veias e leva toda informação para o meu coração e um gnomo mais do bem ainda leva pro meu cérebro e estou feliz assim. Punto e basta (muitos risos).
Bear: (convulsões de risos).

66.
Bear: Uau!, teve coragem de enfrentar o gongolo?
Monkey: Eu joguei a vassoura na parede, ele caiu, aí joguei um chinelo em cima, e esmaguei em cima do chinelo com o cabo da vassoura e ouvi ele se quebrando todo.
Bear: Esse duelo emocionante era digno de ser filmado e postado no YouTube. Uns cem milhões de visualizações fácil, fácil.

67.
Monkey: O Sheldon é assexuado. Não é gay.
Bear: Eu não faço a menor ideia de como entramos nesse assunto, mas, OK, eu darei continuidade. Então, ele arranjou uma “namorada” nessa última temporada.
Monkey: Eu não acho que ele deveria ficar com ela. “Eu não faço a menor ideia de como entramos nesse assunto” (risos), adorei isso! Gosto de assuntos assim, sem início.
Bear: Assuntos que começam de repente e terminam sem avisar.

68.
Monkey: Acho que vou voltar a bloquear todo mundo [no MSN].
Bear: Sinto como se um “X” enorme estivesse viajando de [sua cidade] para cá.
Monkey: (risos).

69.
Bear: E você, o que fará [amanhã] além de ir à igreja e votar no [José] Serra?
Monkey: Não vou à igreja, não.
Bear: Por que não?
Monkey: Porque tá muito calor.
Bear: É domingo de eleição, não haverá ninguém na igreja além de você, do padre e dos ventiladores.
Monkey: Duvido. Pode dar terremoto que a igreja tá lotada. Nunca vi. As velhotas são as primeiras. A missa começa às nove horas, às oito horas elas já estão lá pra pegarem lugar.
Bear: Beatas de igreja. Por favor, não se ofenda, mas elas são tão ruins quanto velhos de loja de conveniência e taxistas.
Monkey: (boquiaberta).
Bear: (“constrangido”) Não me olhe desse jeito. O tenso das beatas é que você se senta ao lado delas, concorda com um comentário qualquer e pronto! Ela te contará a vida dela, do marido, dos filhos, dos netos, da vizinha e, pasme, da vizinha da vizinha! E, incrivelmente, um dos filhos dela será ou médico, ou advogado, ou engenheiro. É incrível!
Monkey: Isso é mesmo.
Bear: Pois é. Velho de loja de conveniência é a mesma coisa, só que ele também fica te cutucando quando está falando e fazendo piadas sacanas que, caramba, são de entristecer o coração.
Monkey: (convulsões de risos).

70.
Monkey: Li de novo A Cabana. Odeio o jeito como o livro é escrito. Nem é o enredo em si, mas o jeito.
Bear: Problemas com rodeios intermináveis?
Monkey: E aquelas milhões de metáforas. Metáfora para tudo, que merda. Odeio isso. Uso de vez em quando.
Bear: Ué, por que tem problema com metáforas? São divertidas.
Monkey: Não para tudo. Pro ar, pra neve, pro correio, pra chuva.
Bear: Bem, só há uma metáfora para o pessoal dos Correios: “filhos da puta que vivem entregando os meus livros na casa errada”. Oh, wait. Isso não é metáfora, é descrição mesmo.
Monkey: (muitos risos).

71.
Monkey: Eu não sei se [os] meus textos são realmente bons. Vocês dizem que sim, mas vocês são meus amigos. Então é café com leite.
Bear: Na verdade, não. Se eu achasse que você escrevesse porcaria, eu teria dito para ti no primeiro instante em que me pedisse uma opinião.
Monkey: (risos) Sério? Isso é bom. Odeio gente falsa. Eu gosto da verdade ralando a minha cara no asfalto.
Bear: OK, isso soou que nem um episódio de Comichão & Coçadinha.

72.
Monkey: Hoje em dia todo mundo quer causar a qualquer custo. Impressionante.
Bear: Como assim?
Monkey: Causar, ué. Todo mundo quer chamar atenção.
Bear: Ah, sim. É a necessidade de autoafirmação, né. Em um mundo de sete bilhões de pessoas, há aquelas que desejam ser lembradas. É o único que nós temos, por enquanto, de nos equiparar à Turritopsis nutricula.
Monkey: Eu acho idiota, gente querendo causar a qualquer custo.
Bear: É o desespero. Eu acho idiota essa necessidade de autoafirmação, mas não posso culpá-los.
Monkey: Eu posso! A culpa é minha e eu ponho ela em quem eu quiser.
Bear: Não adianta o que os acadêmicos dizem, a filosofia de Homer Simpson deveria ser ensinada nas escolas (risos).

73.
Bear: Então, saí ontem à noite com a tal estudante de Arquitetura. Incrível como eu só atraio meninas malucas.
Monkey: Ela é maluca (risos)?
Bear: Ela é maluca. Ela é complexada com a irmã mais velha dela que é médica. Acredita que ela passou TRÊS horas inteiras reclamando da irmã? Só não reclamava quando tinha algo na boca!
Monkey: (gira os olhos).
Bear: OK, primeiro, nós saímos para jantar e depois para dançar, ou melhor, para ela dançar e eu balançar o corpo de um jeito estranho, segundo, que pensamento feio, [censurado]! Mas que mente poluída, essa sua é!
Monkey: Mas eu não disse nada!
Bear: Não falou, mas pensou. E eu li o seu pensamento (piscadela).

74.
Monkey: (conta um ocorrido).
Bear: Eu cito um amigo indiano, o [censurado]: “Karma is a bitch, baby”. Originalmente, ele falou “dude”, mas você não é um cara, é uma menina e uma muito lindinha, daí troquei pelo “baby”, enfim, mais uma informação que “mudou” a sua vida (risos).
Monkey: É, realmente (risos).

75.
Monkey: O que você marcou naquela questão diabólica [do ENEM] sobre picadas de cobra, doença de ratos e febre amarela?
Bear: Vacina para vírus, soro para picada de cobra e antibiótico para bactéria.
Monkey: Vacina para febre amarela?
Bear: É, é. Febre amarela é uma doença viral.
Monkey: Então não zerei a prova. Tô feliz.
Bear: Comemoramos o seu não-zeramento da prova, daremos uma festa à fantasia, vá de Chapeuzinho Vermelho (piscadela).

76.
Monkey: (dramática) Eu já me conformei em ser burra para sempre e trabalhar vendendo doces nas rodoviárias.
Bear: (brincando) Bem, você já tem o lado dramático de uma diva, só falta à fama (risos).

77.
Bear: Quando é que é a sua prova [da UERJ] mesmo?
Monkey: 5 [de dezembro].
Bear: Ah, ainda bem! Ontem fiquei todo agoniado pensando que era dia 16. Pensei que não ia terminar [o resumo da Idade Média que te prometi] a tempo.
Monkey: Acho que vou dançar [com esse resumo] (risos).
Bear: Eu, honestamente, espero que você tenha dito isso porque colocou Girls Just Wanna Have Fun para tocar e resolveu encarnar a Cyndi Lauper.
Monkey: (risos).

78.
Bear: Nunca foi à praia e construiu um castelo de areia?
Monkey: Aham. Até parece: eu na praia construindo um castelinho de areia.
Bear: Égua, [censurado], você deve ter sido aquela criança chata de seis anos que descobriu que o Papai Noel não existe porque concluiu que ele não poderia viajar mais rápido que a luz (risos).

79.
Bear: Me diz uma coisa, você — em seus tempos de adolescente revoltada — pensou em construir uma carreira política?
Monkey: Não, não (risos). Uma vez eu quis ser presidente, mas mudei de ideia rápido.
Bear: Mudou por quê? Por que mudou?
Monkey: Porque era bobeira, né. Não era sério.
Bear: Ah, tá. Pensei que era porque não queria ser comparada a mulher com cabelo estilo a-ha.
Monkey: (convulsões de risos).

80.
Monkey: O mundo é fascista demais.
Bear: Fale-me da sua tese, prometo não ficar de gracinhas.
Monkey: (risos) As suas gracinhas são demais!

81.
Monkey: Hoje a Internet tá do demo.
Bear: Torrent está ligado?
Monkey: Não.
Bear: Então é coisa do demônio mesmo. Faça que nem eu: coloque uma cruz na frente do computador para ver se exorciza. (instantes de silêncio) OK, esse comentário foi sem graça. Desculpe. É a mulice noturna. E a sinfonia dos roncos.
Monkey: (risos).

82.
Bear: Eu duvido que você adivinhe o que eu pensei quando li isso [parte do seu poema]:
Mas, não precisa chorar.
Não agora.
Porque aqui embaixo ninguém irá ver você.
Aqui embaixo ninguém irá te achar”.
Monkey: Não mesmo.
Bear: Meu pensamento imediato apesar do teor do texto foi: “Não, pô, o gongolo PODE te pegar embaixo da cama!”.
Monkey: (risos) Fala sério!

83.
Monkey: Disseram que ele [Jake Gyllenhall] tava pegando a Taylor Swift.
Bear: Taylor Swift parece um dos moleques do Hanson!
Monkey: (muito risos) Pior é que parece mesmo! (risos) Eu não tinha pensado nisso. Bem pensado.
Bear: Thank you.

84.
Monkey: Ele [Jim Sturgess] parece muito com o Paul McCartney.
Bear: Égua, nada a ver com o Paul McCartney!
Monkey: http://tinyurl.com/2vz73o2.
Bear: Tá, retiro o que disse.

85.
Monkey: Também tava comendo uma pizza, fui tirar a toalha para comer, mas o fato é que agora eu quero mais e [o] meu cabelo tá pingando.
Bear: Enxugar o cabelo seria uma boa solução para esse “problema”.
Monkey: Se for colocar a toalha, não vou poder comer. Se comer, ele vai ficar pingando. Escolho a toalha.
Bear: Então, ah, por que é que você não pode comer quando está de toalha na cabeça, hein?
Monkey: Essa é uma pergunta meio Louie Louie.
Bear: Eu não sei o que isso significa.
Monkey: Louie Louie é uma música meio dã. É que desde pequena a gente aprende isso na igreja, é como entrar na missa de boné, falta de respeito, sacas?
Bear: Não sabia disso, nunca fui muito fã da igreja. Obrigado por contribuir com a minha cultura.

86.
Monkey: Eu acho ruim. Uma droga.
Bear: Ah, ele [José Saramago] é bonzinho. Melhor do Camões.
Monkey: “Melhor do Camões”?

Bear: Opa, faltou um "que" aí. Melhor do que Camões.
Monkey: Melhor do que Camões?
Bear: Melhor do que Camões. Melhor do que o amiguinho do D. Sebastião. Melhor que o autor d'Os Lusíadas. Devo continuar com os epítetos?
Monkey: (olhar assassino).
Bear: É impressão minha, ou você está com uma vontade de me bater que somente não será realizada por haver cinco mil quilômetros de terra me protegendo?
Monkey: É exatamente isso.
Bear: Pela primeira vez em todas as nossas conversas, eu digo isso: "Abençoados sejam os cinco mil quilômetros de terra!" (risos).

87.

Bear: O problema do método tradicional [de instrução] é que tudo gira ao redor da nota. Não faz diferença se você aprendeu ou não, apenas se você alcançou a nota e passou de ano, tanto faz o método utilizado.
Monkey: O colégio faz a sua parte (ainda que malfeita nos públicos) e você tem que correr atrás. Você pode ser simplesmente ser um idiota que cola em todas as provas e se gabar por não ter aprendido necas ou pode alcançar a sua nota estudando e aprendendo. Compreende a democracia sendo lindamente feita nesse processo? Você escolhe: se foder, ou não.


88.
Monkey: Por que você não tem Last.fm? Faz um, puxa. Preciso compartilhar com você [o] meu gosto musical (risos).
Bear: (brincando) Tá, se esse caminhão gigante conseguir passar por essa rua minúscula sem arrebentar o cabo de eletricidade, eu prometo que faço um Last.fm.
Monkey: Sacanagem, companheiro, porque uma menina aí (esqueci o nome dela) pediu para você fazer Twitter e você fez. Posso com isso, velho? Frase do Datena. Sempre o imito falando (risos). [Eu] sou fã do Datena. Beigos.
Bear: Idem. Ele é um dos melhores telejornalistas de hoje em dia. “Digite algumas bandas que você gosta”, isso vai demorar.
Monkey: Isso aí eu nem respondi. Foda é que nossa compatibilidade sempre vai ser baixa por causa das músicas de maluco que você gosta.
Bear: Gosta de Pink Floyd?
Monkey: Gosto.
Bear: Você gostar de Pink Floyd é tudo que importa no quesito compatibilidade musical.

89.

Bear: (subnick do MSN) Fazendo um Last.fm porque a [censurado] pediu.
Monkey: Adorei o [seu] subnick.
Bear: É um subnick adorável. Quando cinquenta pessoas (estamos em trinta e duas) me perguntarem quem/o que é [censurado], nós faremos um brinde (piscadela).


90.
Monkey: (cantando) Perguntaram pra mim / Se ainda gosto dela / Respondi: “tenho ódio” / E morro de amor por ela / Eu sou dela, ela é minha.
Bear: OK, eu vou tratar isso como um joguinho de adivinhação para tentar descobrir de quem você está falando.
Monkey: (pasma) Não acredito que você não conhece esse grande clássico do Leandro & Leonardo!
Bear: Ah, linda, tudo que eu sei desses dois é que um morreu de câncer e o Gugu chorou.

91.
Monkey: Meu emoticon with lasers não deu certo. Ficou pequeno demais (mostra o emoticon).
Bear: Nem dá medo. Eu voto para você usá-lo.
Monkey: Não, [eu] vou descobrir como faz [para deixá-lo] maior. Nem um emoticon eu sei fazer, meu Deus!
Bear: Normalmente, eu diria “Deixe que eu faço”, mas [isso] seria o mesmo que dar um tiro no pé. Além do mais, sinto que você curtirá mais o emoticon maldito se ele for criação puramente sua.
Monkey: Ééééé, deixa comigo, depois eu vejo um tuto[rial] na netchy e te surpreendo com ele.
Bear: Percebe que eu vou me lembrar disso toda santa vez que vier falar contigo e, assim sendo, não me surpreenderei com o Dioguinho ver. Ciclope, não é?
Monkey: Uma hora você vai acabar esquecendo.
Bear: Eu não contaria com isso.
Monkey: Vou fazer uma macumba para você esquecer.
Bear: Printado! Mandarei uma cópia disso para o Bentinho XVI, sinto o cheiro de uma excomungação a caminho.
Monkey: (risos).

92.
Monkey: (com a foto de uma neném no MSN).
Bear: Quem é a nenenzinha?
Monkey: Irmã de consideração, porque é filha da minha madrinha.
Bear: Entendo. Não é ela que está “cantando” em uma foto do seu Orkut?
Monkey: Sim. Eu falo: “Dança, gatinha, dança” e ela começa a dançar.
Bear: Awn, que fofo. Sim, eu sou gay por bebês. Pode zoar.
Monkey: (convulsões de risos).

93.
Monkey: Cara, tinha um cara na praça desses rosqueiros, ele já era velho até para essas palhaçadas, o apelido do sujeito: Van Hellsing. O outro lá que era o rosqueiro-mor era Manson. O “nome” dele.
Bear: Ele era, no caso, o líder do “clã”?
Monkey: Era (risos). Mas ele só aparecia de noite e o Aymoré que era líder de dia, todo mundo queria andar com ele, ele era O Cara (risos). Todas as meninas se matavam para ficar com ele. Porra, o sujeito é feio que dói.
Bear: OK, como um cara que se vestiu de TchuTchuCão perante centenas de pessoas, eu digo: estou com vergonha alheia desse pessoal.
Monkey: Ainda tinham os que brigavam para ser o braço direito do Aymoré. Tinha o [censurado] que namorava a [censurado]² e [a] [censurado]² traiu ele e ele ficou com sede de vingança forever and ever. Ai, que nojo dessa gente.
Bear: E é em momentos como esse que eu gostaria de ser religioso para falar com Deus: “Chefão! Tudo bem, como o Senhor está? Ótimo, ah, que bom! Escuta, com toda humildade, eu gostaria de fazer uma pequenina recomendação: na hora do Apocalipse, eu, esse mero mortal que vós fala, sugiro que o Senhor comece tudo por uma certa praça, pois há muitas pessoas que necessitam urgentemente de salvação por lá”.
Monkey: (risos).

94.
Bear: Minha irmãzinha bochechuda está assistindo ao filme dos Jonas Brothers. Penso em deserdá-la.
Monkey: Eca. Jonas Bichas. Odeio.
Bear: Ei, ei, ei, ei, ei, não fale isso, pô! Mais respeito com as bichas, por favor! Nem as que soltam purpurina por aí merecem ser tão ofendidas!

95.
Bear: Olhe, nós, seres humanos, somos criaturas muito presepeiras. Já fizemos tanta loucura durante nossa existência que os klingons devem nos considerar insanos. Já bebemos chá de fita (o do Santo Daime), já pensamos que o mercúrio era o Elixir da Longa Vida, já comemos uns aos outros pensando que isso nos faria mais fortes, já usamos cocaína como maquilagem, putz!, já fizemos tantas coisas hipertensas que, caramba, às vezes eu rezo por um dilúvio.
Monkey: Já votamos na Dilma e no Lula. É, realmente.
Bear: Tá, essa foi foda (risos).

96.
Bear: Babado! Descobri que minha amiga será deportada de volta para a cidadezinha dela lá no interior! (pausa) OK, finja que eu não falei “babado”, isso é metrossexual demais até para mim.
Monkey: É muito homo[ssexual], isso sim.
Bear: Eu ia tentar me defender, mas, puxa, não tem como, né? OK, é muito homo (auto-ownado).

97.
Bear: E aí, teve sorte com o fone [em ajeitá-lo]?
Monkey: Não.
Bear: (com “desaprovação”) É isso que dá comprar fone pirata, tsc, tsc, tsc. Uma ideia: pegue o da sua irmãzinha escondido, ela já está dormindo e nem reparará (piscadela).
Monkey: (risos) É pirata mesmo. Made in China.
Bear: China. Inundando nosso mercado com produtos de R$ 1,99 desde os anos 90. Eu sou grato aos chineses; 99% dos meus brinquedos de criança foram fabricados por eles.
Monkey: (risos) Idem.

98.
Monkey: Ah, o seu gosto musical não é nenhum mar de rosas, mas com os meus toques, tá ficando melhor.
Bear: (risos) Em outras palavras, eu tenho potencial para ter um bom gosto musical. Que legal. Parece trama de filme. Só falta ter um torneio no final.
Monkey: (risos).

99.
Monkey: Não entendi essa foto (mostra a foto de duas cidadãs pendurando-se em um cipó).
Bear: O que há para entender? O Tarzan era o herói de infância dela, ora.

100.
Monkey: Eu vou colocar aqueles safados da esquerda [da comunidade] no devido lugar deles. É só me dar um tempinho.
Bear: Eu adoro quando você fica toda “caça as bruxas”.

101.
Monkey: Às vezes eu esqueço que tô no MSN (risos).
Bear: Sensacional. Está fazendo muita coisa?
Monkey: Não. É que esse monitor tá com umas cores meio psicodélicas. Dá pra viajar olhando pra ele.
Bear: Estou te visualizando hipnotizada pelas cores do monitor... OK, melhor parar antes que eu visualize a baba escorrendo... (risos).
Monkey: São gotas de sabedoria!

102.
Monkey: Quando eu estava na 8ª Série, eu denunciei meu livro de História, porque o conteúdo era muito suspeito, sabe. Não era imparcial. Elogiava a esquerdalhada toda, daí o livro saiu de circulação.
Bear: Armou o barraco e ferrou com o livro? Nunca estive tão orgulhoso de você!
Monkey: Eu não armei barraco, eu denunciei o livro civilizadamente. Averiguaram e viram que realmente era suspeito.
Bear: Pô, dá licença? Deixa eu imaginar que você subiu na cadeira, jogou o livro no chão, apontou pro professor e o chamou de “porco comunista”? Puxa... Deixe-me imaginar, oh.

103.
Monkey: Enfim, vou mudar o template do blog de novo, quero uma coisa diferente, cansei daquele.
Bear: Apenas não faça que nem o anterior.
Monkey: Por que não? Eu curti.
Bear: Aquele todo branco? Não. Muito simplório. Achei feio. Esse daí “atual” não é lá muito ornamentado, mas pelo menos a temática oriental combina.
Monkey: Hm. Um blog deve ter um visual limpo. Eu não gosto de me aparecer.
Bear: (boquiaberto) Você quer ser uma diva [do pop]!
Monkey: Há uma diferença entre o brilho elegante e o brilho com cafonice. Brilho com cafonice é exagerado. Eu não preciso de exageros.
Bear: Owned. OK, essa sua ownada em mim foi tão intensa que eu fiquei triste.
Monkey: (muitos risos).

104.
Monkey: Tô providenciando o meu novo template. Provavelmente você não gostará já que ele está ficando lindo.
Bear: O que, eu não gosto de nada bonito é?
Monkey: Tem um estranho conceito de arte. Duvidoso demais. EU TE PROÍBO DE PENSAR ASSIM! (risos) Eu seria uma ótima ditadora.
Bear: Eu nem vou comentar isso (risos).

105.
Bear: Essa sim é uma capa [de álbum] linda: (mostra a capa do Scenes From A Memory).
Monkey: Amadora. Faço isso no Photoshop em dois minutos.
Bear: Eu gostaria de ver isso (risos).
Monkey: (risos) Aguarde deitado e com um cigarro na mão, porque até sentado cansa. Outra gíria de travesti para o seu vocabulário já que você curte.
Bear: Preciso parar com isso [falar gírias de travesti], está me corrompendo, outro dia soltei uma frase do tipo em um dos piores momentos possíveis (risos)!

106.
Monkey: Aí tinha uma crítica do palhaço do [José] Saramago ao Twitter.
Bear: Ah, Saramago nem era palhaço, um dos caras mais sérios da Modernidade. Literatura dele só é desagradável no modernismo exacerbado.
Monkey: Não concordo. Não vejo talento nenhum nele.
Bear: Ele tinha boas ideias, mas não sabia trabalhá-las. É como o George Lucas: os filmes são ótimos, mas a edição deles é um horror.

107.
Monkey: Minha vida é uma merda, não vou ficar me lamentando pelo óbvio.
Bear: (irônico) Ain’t you a sunshine, dear?

108.
Bear: Ela [Helena Bonham] é feia demais.
Monkey: Helena Bonham NÃO é feia porra nenhuma.
Bear: Ela é horrorosa.
Monkey: Não acho. Acho[-a] estilosa. E exótica.
Bear: As roupas que ela usa são legais, mas aquele rosto dela só me faz lembrar a Noiva Cadáver. Goticismo é legal quando a menina é linda. Você ficaria bem no estilo gótico, a Ellen Page também, Elena Satine idem e, puxa, qualquer mortal sabe que a Kate Beckinsale fica — nas palavras do meu vovô — um pitelzinho quando gótica.

109.
Monkey: Tava colocando legenda em The Karate Kid [remake] para minha mãe ver.
Bear: Filmaço. Melhor cena é a chinesinha dançando Poker Face.
Monkey: Não vi ainda.
Bear: OK, [me] desculpe pelo spoiler.
Monkey: (muitos risos).

110.
Bear: Certos brinquedos de criança me assustam: http://tinyurl.com/363klyy.
Monkey: Nha, que lindo! Eu tinha essa imagem.
Bear: Não, o Johnny Depp é lindo (chame-me de gay saltitante, mas isso é inegável). Esse pônei de pelúcia, por outro lado, é bizarro.
Monkey: Adorei o pônei. (pausa de alguns instantes). Gay.

111.
Monkey: Arte não se corrige.
Bear: Isso me fez lembrar aquelas pessoas que veem a chamada Arte Moderna e dizem: “Minha filha de dois anos poderia fazer isso”.
Monkey: É, mas não fez.
Bear: Exato.

112.
Monkey: (mostra uma foto) Avril Lavigne ridícula. Não tá vendo que esse sapato te deixa menor, jumenta? E que essas luzes são megamente passadas.
Bear: Avril Lavigne tá horrível mesmo. Caramba, ela não é feiosinha assim. Ela é linda, por Cristo! Eu ponho a culpa no fotógrafo.
Monkey: Culpa dela não saber se vestir, se arrumar, dá nisso.
Bear: É o estilo dela, pô. Menina-punk-empolgada-que-fez-sucesso-e-foi-para-o-Lado-Meio-Puta-da-Força. É só andar pela cidade e você encontrará várias [meninas] como ela.
Monkey: (risos) Punkada na cabeça.
Bear: Égua, essa piada foi tão ruim que eu TIVE de rir (convulsões de risos).

113.
Monkey: Olha o que me mandaram na Caixa da Verdade [do Orkut]: “Queria ser o Bob Esponja. Sabe por quê? Só para morar na fenda do seu biquíni. Muito gata”.
Bear: Cantada de pedreiro que assiste TV Globinho! Sensacional!
Monkey: (muitos risos).

114.
Monkey: Ela [sua amiga] já viu algum disco voador lá [em Varginha - MG]?
Bear: Apenas quando os priminhos dela estão jogando frisbee.

115.
Bear: Tá aí uma série divertidazinha: Glee.
Monkey: Muito clichê e forçada. Acho chata para caralho.
Bear: Estamos, supostamente, no ano de 5771 depois da Criação: tá difícil encontrar algo puramente original.
Monkey: Puramente original não vai mesmo, mas não é por isso que eu vou achar qualquer merda boa e não clichê. É clichê, ora. O tema é clichê. O colégio é clichê. Os casais clichês.
Bear: Ah, diga logo que Glee = clipes da Katy Perry.
Monkey: Depende do clipe. Qual clipe dela cê tá falando? Porque tem uns bons sim.
Bear: Aquele em que ela fica trocando mensagens com um moleque pela janela.
Monkey: Katy Perry trocando mensagens com um moleque pela janela? Algo me diz que você está falando da Taylor Swift em You Belong With Me.
Bear: Pior, pior! Falha minha!

116.
Monkey: Olha que imagem bonitinha: (mostra a imagem).
Bear: Bonitinha mesmo. Quem são?
Monkey: Não faço a menor ideia.
Bear: Vindo de você, eu, sinceramente, imaginei que fosse algo relacionado aos Beatles.

117.
Monkey: Tua irmã tem Tumblr?
Bear: Tem, tem.
Monkey: E por que você não pergunta para ela como se fuça lá?
Bear: Porque se eu pedir para ela me ajudar, ela pedirá algo em troca e eu gosto muito da minha alma para trocá-la por uma ajudazinha no Tumblr. Embaixo daquelas bochechas de fofão, há uma mercenária implacável.
Monkey: Isso tudo para não dar nada em troca pra guria. Você é “du” mal. Se quiser uma ajudazinha básica lá, eu sou burra, mas sei como lidar.
Bear: Muito bem, o dia em que você me pedir para fazer um Tumblr e eu tiver uma ideia do que colocar lá, pedirei ajuda para você. E, puxa, ela que é uma mercenária implacável e eu que sou do mal? Mas que coisa, hein!
Monkey: (risos).

118.
Monkey: (mandando emoticons do novo MSN). Apareceu?
Bear: Não, não. Não apareceu nadinha de nada.
Monkey: Que estranho. Coisas do cão.
Bear: É porque eu me livrei desse MSN “maledeto” (imaginar essa palavra com o sotaque italiano do Brad Pitt [em Bastardos Inglórios], por favor). Estou usando o antigo, o de 2009.
Monkey: Ah, por que não disse antes? Puta que parica. Eu que nem otária mandando emoticons.
Bear: E eu aqui, rindo disso (risos).

119.
Monkey: Tem um garoto que vive me esculhambando no Twitter e me visitando no Orkut também. Vai entender.
Bear: Menino criado com vó, quer chamar sua atenção e só consegue assim.
Monkey: Ele me odeia porque é do PSOL, and I hate PSOL.
Bear: (irônico) Eu nunca teria adivinhado isso. Principalmente depois de ter comentando aquilo do Capitão Nascimento.
Monkey: Agora vamos aos fatos óbvios. Ah, Felipe, antes dos fatos óbvios, tenho que admitir que a sua ironia me agrada.
Bear: É uma ironia agradável. Feliz em saber disso. Mas por que está admitindo isso justo agora?
Monkey: Por causa do lance do Capitão Nascimento (risos).
Bear: E eu crente que havia todo um significado cósmico por trás dessa admissão justo agora (risos).

120.
Monkey: Quer pastel de queijo? Tô comendo de novo.
Bear: Quero sim. Mande por SEDEX, chegará aqui amanhã.
Monkey: Ficou bom. Mamis que fez. SEDEX é muito caro. Vou mandar por entrega normal.
Bear: Se for por PAC, o carteiro comerá o pastel de queijo e, para sacanear, entregará um bilhetezinho dizendo “Perdeu, prayboy”.
Monkey: (muitos risos).

121.
Bear: E o que você fará ano que vem? Continuará tentando estudar em casa, ou entrará no tédio que é o cursinho? Isso, é claro, se você não passar.
Monkey: Se não passar — o que é meio óbvio — vou ter que ir pro cursinho.
Bear: Pobre de ti.
Monkey: Tenho medo do cursinho. Não sei se aguento contato humano por tanto tempo.
Bear: Um ano em uma sala cheia de... Pessoas. Preferia gongolos?
Monkey: Porra, Felipe, não fala isso.
Bear: Ah, é, o animal é místico, é que nem o Beetlejuice: se falar o nome, ele aparece (risos).

122.
Bear: Que tipo de criatura se embebeda com Blue Label em uma segunda-feira e liga para outro para contar do feito?
Monkey: (risos) Quem é a figura?
Bear: Um amigo meu, o [censurado]. Eu já te falei dele.
Monkey: Não me lembro dele.
Bear: É o que correu atrás de mim com um cabo de vassoura para enfiar no meu reto depois de ter me descoberto no quarto com a irmãzinha safadinha dele instantes após eu e ela termos terminado de fazer safadezas.
Monkey: (convulsões de risos).

123.
Bear: Lembre-me de contar qualquer outro dia sobre como me prenderam dentro de uma canoa virada para baixo, isso certamente te fará morrer de rir (piscadela).
Monkey: Sério isso?
Bear: Sério, sério. É uma longa história que envolve eu, um marcador permanente e a cabeça careca do pai da [censurado]. Sorte minha que o “seu” [censurado]² é gente boa e só me prendeu na canoa por meia hora.
Monkey: (risos) Meu Deus! Só isso? Que bonzinho!
Bear: Sim, muito bonzinho. Ele fazia luta greco-romana quando era jovem, é grandalhão e, na época, eu era um palito de quinze anos: ele poderia ter me partido em dois com um espirro.
Monkey: (risos) Você gosta de um perigo, hein!

124.
Bear: Falando em Deus... Tive um sonho bizarro em que eu tinha uma conversa com Ele.
Monkey: (risos).
Bear: Foi muito estranho! Eu estava no topo de um morro, daí Ele, na pele do Morgan Freeman, se sentava ao meu lado e vinha conversar comigo.
Monkey: (interrompendo) Tá vendo filme demais, você.
Bear: Ei, é um fato: Deus é Morgan Freeman e o diabo é Al Pacino. (continuando) Parte mais estranha do sonho é que Ele fez um comentário acerca dos seus planos pós-Apocalipse. Ele pretendia fazer um mundo onde os marsupiais seriam a espécie predominante e nós, seres humanos, estaríamos em um nível mais baixo da cadeia alimentar. Fiquei — nas palavras dos nordestinos — cabreiro.
Monkey: (convulsões de risos) Marsupiais (mais risos)!

125.
Monkey: (risos) Até em sonho você é engraçado.
Bear: É porque eu fui criado pelo melhor comediante de todos os tempos. Vovô ficaria decepcionado comigo se eu não fosse bem-humorado e, caramba, quando um homem que incendiou o próprio short fica decepcionado com você, você sabe que alcançou o fundo do poço.
Monkey: Incendiou o short?
Bear: Incendiou o short. Vovô era fumante, daí todos nós o vigiávamos, principalmente eu e o [censurado], meu primo. Daí certa vez ele estava fumando na escada e escutou a gente chegando, ele ficou desesperado, não encontrou um lugar para esconder o cigarro e o enfiou no bolso do short... ACESO.
Monkey: (muitos risos).
Bear: O mais engraçados é que uma das lições que ele me ensinou foi “Sempre tenha um cigarro sobressalente no bolso”, eu só não esperava que fosse tão literal.
Monkey: (convulsões de risos) Meu Deus! Tô rindo muito!

126.
Monkey: Você já leu O Diário Secreto de Laura Palmer?
Bear: Não.
Monkey: Deus! Muito louco...
Bear: Laura Palmer... Envolve um assassinato?
Monkey: Sim. Ela morre misteriosamente e deixa o diário. A menina parecia um anjo, mas no diário tá a capeta que ela é.
Bear: Nome do pai dela era Leland?
Monkey: Ah, esses detalhes eu não lembro. Só lembro que ela tinha uma amiga chamada Donna, ou Dona.
Bear: (ocorre um estalo em minha mente) Donna Hayward. Ela era até filha de um médico. E a Laura foi rainha do baile. Usava cocaína, trabalhava em um bordel e outras coisas.
Monkey: Então como não leu, caralho?
Bear: Eu não li, mas assisti: http://en.wikipedia.org/wiki/Twin_Peaks.

127.
Monkey: Tem um dia que ela [Laura Palmer] resolve fazer uma lista só com as iniciais de quem já dormiu. Dá umas quatro páginas do diário.
Bear: E a cidade só tem 288 habitantes.
Monkey: (risos) Para você ver!

128.
Monkey: (em silêncio por vários minutos).
Bear: Está viva?
Monkey: Sim, e você?
Bear: Espero que sim, porque se isso aqui for o céu, devo dizer que fizeram propaganda enganosa.

129.
Monkey: Ninguém me segue no [meu] blog.
Bear: Eu creio que falo em nome dos seus cinco seguidores quando digo estar ofendido. Você poderia postar mais vezes e fazer mais propaganda nas comunidades, até hoje só te vi fazendo propaganda uma vez.
Monkey: (risos) Ah, é chato. Parece que eu tô forçando para elas visitarem.
Bear: É só você mudar o pensamento. Pense que está fazendo isso para o bem delas, porque ao clicarem no blog, estarão diante de uma literatura de qualidade, é como se você estivesse doando comida aos pobres (piscadela).
Monkey: (muitos risos).

130.
Co: (me liga no celular quase às três horas da madrugada).
Bear: Alô?
Co: Felipe, rapidão! É melhor bege, ou cravo pro meu vestido de noiva?
Bear: Bege e cravo são a mesma cor, [censurado].
Co: É?
Bear: É!
Co: Ah, tá bom. Beijos. Desculpa te ligar tão tarde.
*minutos depois*
Bear: (relata a conversa).
Monkey: (risos) Bege e cravo não são a mesma cor. Bege, que horrível.
Bear: Queria que ela se casasse usando que cor?
Monkey: Suponho que ela possa se casar de branco, né? Então usa um champanhe, pérola, gelo, são variações de branco e nada tão cafona quanto bege. Bege — me mata. Dependendo do vestido, bege fica até legal... Mas seria muito raro ela acertar.
Bear: Estamos falando de uma garota que raspou o cabelo quando passou em Administração há três anos. Eu não acho que ela vá acertar.

131.
Bear: (falando da família de uma amiga) Aquele filme, Os Excêntricos Tenenbaums, poderia ter sido baseado neles.
Monkey: Não conheço.
Bear: Você NUNCA assistiu a esse filme?
Monkey: Não.
Bear: Certo, que filmes clássicos você já assistiu?
Monkey: Baby — O Porquinho Atrapalhado e Esqueceram de Mim.
Bear: Há locadoras aí?
Monkey: (olhar assassino) Não. Só tem ocas. Ontem usei cipó para chegar ao centro [da cidade].
Bear: Eu sabia que aquela foto não era apenas de sacanagem (risos)!

132.
Monkey: Às vezes, [eu] me sinto em um filme quando falo com você, suas falas parecem ser de cinema, e as do meu primo de cinco anos são de desenho animado.
Bear: Eu me daria muito bem com o seu primo de cinco anos. Isso é bom? Digo, as minhas falas parecerem de filme?
Monkey: Arram. É legal. Você pode fazer roteiro, leva jeito.

133.
Bear: Às vezes, eu e o [pequeno mano messiânico] viajamos nessa piada de ele = Jesus Cristo. No momento, estamos falando da vida passada dele como Sir Galahad, quem não conhece acha que nós cheiramos muita farinha.
Monkey: Cheirar farinha deve ser bom.
Bear: Única vez em que eu cheirei foi por acidente. “Acidente”, na verdade. Estávamos fazendo bolo e a [censurado] resolveu começar com as patetices dela. Mamãe dela só não tirou o nosso couro por ter sujado tanto a cozinha porque Deus é Pai.
Monkey: (muitos risos).

134.
Monkey: Felipe, quando você vier para cá, vamos jogar umas partidinhas de Uno?
Bear: Claro, só tem que me ensinar as regras.
Monkey: Aham, mas já aviso: ganho todas, dificilmente eu perco!
Bear: OK, prometo te deixar vencer quando os seus amigos estiverem por perto.
Monkey: (risos) Aham.
Bear: É o mínimo que eu poderia fazer. Não ia pegar bem se eu chegasse aí do nada e roubasse o teu cinturão de campeã. Isso seria muito Rocky Balboa da minha parte... ... ... ... ... OK, agora é guerra. Construirão uma estátua minha aí depois das rodadas ininterruptas de vitória no Uno.
Monkey: (olhar de desprezo).
Bear: Eu deveria ter ficado calado quando você soltou a primeira risada, não é? Maldita ganância...! Quis ser engraçado e acabei vaporizado... É a vida.
Monkey: (convulsões de risos).

135.
Monkey: Tenho vontade de criar uma série de obras [de arte] pontilhadas com cocaína, tipo, exibindo o rosto do [Hugo] Chávez, alguma coisa assim, mas não ia dar muito certo: os “dorgados” iam usar as minhas obras.
Bear: (risos) Eu já ia dizer isso!

136.
Bear: Aff, eu estou indeciso, o que eu escuto agora?
Monkey: Molejo.
Bear: Prefiro me suicidar em uma bacia de HF.

137.
Monkey: (falando da minha letra) Legível. Não chega a ser bonita. Mas tá bom, letra de homem não pode ter frufu.
Bear: Do mesmo modo que letra de mulher não pode ser de troll.
Monkey: (muitos risos).

138.
Bear: Sério, de vez em quando eu acho que ando com as pessoas mais estranhas e distorcidas dessa cidade. Dava para fazer um filme burtoniano com esse elenco.
Monkey: Também acho os seus amigos mega estranhos e engraçados, acho que Belém é o centro do Brasil.
Bear: Só se for o centro das pessoas porras loucas (risos).
Monkey: (risos) Sério, eu fico refletindo sobre as histórias que você me conta e cheguei a essa conclusão.

139.
Monkey: (falando de seus sonhos) Era tipo um programa de tevê e meus sonhos passavam em determinado tempo, depois acaba[va] um e começava o outro (risos), Deus! Primeiro sonhei que tava sendo atacada por milhares de cobras ao mesmo tempo, daí pliiim!, o tempo delas de me matar acabou. Daí no segundo, eu entrava na casa de alguém sem ser vista, eu estava invadindo uma residência, na hora de sair, o cara me viu... Só que o cara era macumbeiro, daí ele dizia que ia jogar o meu nome na mandinga e do nada começou a mandinga, e [o] meu nome rolando lá, pliiim!, acabou o tempo desse também. O terceiro foi o mais legal: era um desenho animado... E eu não estava nesse... Nesse desenho, o carinha matava todo mundo que sabia alguma coisa lá, eu agora não me lembro [o quê]... E, no final, como não tinha mais ninguém que sabia, só ele, ele se matava, aí eu acordei.
Bear: Esse seu terceiro sonho foi tão Comichão & Coçadinha (risos). Tinha um relogiozinho nos seus sonhos mostrando quanto tempo ainda faltava para acabar?
Monkey: Não... Mas eu sabia que tinha... Não sei, mas eu sabia.
Bear: Onisciência onírica é algo tão legal. Interessante que a seriedade dos seus sonhos foi diminuindo com o passar do tempo.
Monkey: (risos).

140.
Monkey: Tudo que me lembra [a] esquerda é duvidoso!
Bear: (risos) Por que será, hein?

141.
Bear: Ninguém é perfeito. Alguns trocam uma mulher LINDA de morrer como a Jane Asher por uma mediana que nem a Linda, outros apoiam o PSOL e similares, uns curtem Pet Shop Boys e ainda há aqueles que fazem textos relatando uma conversa entre dois espermatozoides.
Monkey: (risos).

142.
Monkey: (falando do Paul McCartney) Detalhe que ele já pegava a Linda quando tava com a Jane [Asher].
Bear: Reserva que virou titular? Sonho de toda amante.
Monkey: A Linda era groupie. Saiu com 326328392 músicos antes dele.
Bear: Deve ser muito tenso para o Paul McCartney chegar em uma roda de bar com os amigos músicos e descobrir que os caras estão discutindo se a tatuagem que a Linda tem perto da você-sabe-o-quê parece mais com uma lágrima, ou com um leão-marinho.

143.
Bear: Preciso me controlar, não posso roer unhas.
Monkey: Coloca unha postiça, duvido você roer (risos).
Bear: (sarcástico) Eu ficarei linda de unha postiça. Não é nem uma questão estética... OK, é uma questão estética. Está feio. Começou a me incomodar.
Monkey: Porra, roer unhas é muito gay, ninguém faz isso, seja macho.
Bear: Sabe, há caras que ficariam agoniados se você falasse algo assim para eles. Felizmente, eu sou... http://www.youtube.com/watch?v=viygfqcU3Ls.
Monkey: (muitos risos).

144.
Bear: Eu escutei uma vozinha por aqui. Me mandou uma mensagem de áudio?
Monkey: Não.
Bear: Peraí, pegarei a placa de aniversário que Jesus me deu para me proteger desse espírito maligno.

145.
Monkey: Tô com vontade de escrever no [meu] blog pessoal.
Bear: Vá lá. Que a tua irritação vire literatura bukowskiana.
Monkey: Mas é muito chato.
Bear: Nem todas as nossas vontades são tão divertidas quanto Cara, Cadê Meu Carro?.

146.
Monkey: (manda o novo texto do blog pessoal) Sem sal ao extremo.
Bear: Você é viciada em sal, a sua opinião não conta.

147.
Monkey: Como é uma menina indie?
Bear: É uma menina branca que nem uma folha de papel A4, que usa calças apertadas, All-Star vermelho, camisas pretas de uma banda que somente ela, os caras da banda e as mães dos caras da banda conhecem, que diz ser fã do Stanley Kubrick, mas nunca assistiram 2001: Uma Odisseia no Espaço, que, em certos casos, gostam de fazer safadezas com seus amiguinhos e suas amiguinhas e, finalmente, que são altamente influenciáveis pelas opiniões alheias.

148.
Bear: Eu não entendo essa Síndrome de Underground que domina o mundo, pô, o povo deveria ficar feliz que aquela banda que tanto curte está fazendo sucesso.
Monkey: Concordo.
Bear: Pois é. Me dá vontade de empurrar da ponte esses moleques que curtem a banda, mas não a escutam mais porque “eles se venderam”.
Monkey: Se acham donos dos artistas, donos da vida pessoal deles.
Bear: Aham. Daí alegam que eles se tornaram capas de discos e os matam com cinco tiros. Ou pior, sobem no palco no meio do show e dão cabo do coitado.

149.
Monkey: Eu espero você entrar [no MSN], achando que alguém me entenderia e você rindo das minhas desgraças.
Bear: Ora, tem maneira melhor de lidar com essas coisas do que rindo? Você não tem como desfazer a coisa mesmo, então que dê risadas dela, porque, verdade seja dita, é engraçado.
Monkey: Minhas neuroses... Engraçada[s]. Céus!
Bear: Eu acho suas neuroses engraçadas e suas paranoias fofas.
Monkey: Gente, eu faço tudo para esconder as minhas neuroses, eu sou 100 vezes pior, minha irmã fala que eu vou ficar louca quando ficar mais velha... Mas, né.
Bear: Eu não diria louca, mas resmungona. Sabe aquelas velhas que implicam com tudo? Pois é.
Monkey: Não sou resmungona... Mas escondo bem minhas neuroses. Ontem eu agi no impulso e a culpa foi toda sua.
Bear: Acostume-se com isso, porque quando eu estiver aí, usarei meus poderes Jedi para te impulsionar a fazer tudo àquilo que você sempre quis.

150.
Monkey: Felipette, vou dormir.
Bear: E eu vou assistir a um filme do Sylvester Stallone. Mesma hora e mesmo bat-canal amanhã?
Monkey: Yep.
Bear: Perfeito.
Monkey: Boa noite (beijos).
Bear: Boa noite, durma bem, tenha bons sonhos (beijos).
Monkey: Quero sonhar que tô cortando a perna de alguém e que tá saindo muito sangue, então eu tenho uma tela [de pintura] do meu lado e começo a desenhar nela.
Bear: OK, reformulando... Boa noite, durma bem, tenha sonhos burtonianos (beijos).