quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crônicas da Minha Vida (197) + Devaneio



.: DEVANEIO :.


Em uma dessas madrugadas da vida, eu estava entretido em uma conversa com a monkey girl quando, de repente, ela disse “Você não sabe o que é o amor. Nem eu sei”. Não é segredo para ninguém que algumas das minhas melhores ideias surgiram durante as minhas conversas com a monkey girl, e dessa vez não foi diferente. O que foi diferente, e digno de ser comentado, é o fato de eu ter tudo aquilo necessário para ter essa ideia MUITO antes de conhecê-la. Criatura desocupada, por favor, acompanhe-me em uma viagem ao túnel do tempo.

Há dez — quase onze — anos eu fui dormir na casa de um amigo. Uma vez lá, eu, logicamente, fui apresentado aos pais dele e fiquei, simplesmente, maravilhado com tal casal — nunca em toda minha vida havia tido a oportunidade de conhecer duas pessoas tão civilizadas, tão apaixonadas, tão perfeitas para si. Em nome das calcinhas furadas e desbotadas da minha prima, aqueles dois completavam as sentenças um do outro! Como é que poderia haver um casal como este no mundo? Eu fiquei maravilhado, ou melhor, eu fiquei duplamente maravilhado, porque, veja bem, não somente eu cria que tal coisa fosse, virtualmente, impossível como também eu vinha (e ainda venho) de um lar onde os pais — no caso, os meus pais, caso isso ainda não esteja claro — brigavam por tudo! Por tudo MESMO! Os meus pais brigaram para ver quem faria o pedido de casamento, para decidir o meu nome, para comprar a nossa casa, para escolher a cor das paredes do meu quarto de bebê, para determinar o lugar em que eu estudaria, por Cristo, os meus pais até brigaram para ver quem seria o primeiro a se atirar em frente ao caminhão no dia em que eu disse querer fazer um moicano! Os meus pais brigam 24 horas por dia.

Os pais do meu amigo se separaram há oito anos.

Os meus pais estão juntos há vinte — quase vinte e um — anos.

Todo esse pensamento surgiu em minha mente ao ler aquela frase escrita pela monkey girl e então eu, finalmente, tirei uma conclusão: amor não é aquilo determinado nas comédias românticas água com açúcar de Hollywood. Não. Nem de longe.

Amor é, simplesmente, aquilo que funciona para manter duas pessoas juntas para sempre apesar das diversidades ao longo do seu caminho. É nisso que eu acredito.

Eu expus a minha ideia para ela e ela começou a falar de Alex Kidd. Eu ri.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (197) :.

1880.
T: Eu te amo, mano e quero te ver sempre muito feliz. Não [se] esqueça disso.
F: Eu também te amo, mano, e você é uma das pessoas cuja felicidade é uma das coisas mais importantes para mim. Alegre-se por isso não ser ao vivo, pois eu daria uma de Liam Neeson na pele do Godfrey de Ibelin (Cruzadas) e te daria uma bofetada na cara para você não se esquecer disso.
T: (risos) Boa! E obrigado, mano.
F: De nada, mano. Agora o que a gente tem que fazer é ir atrás dessa felicidade, né. Ou felycidade, se você acredita no Will Smith.

1879.
F: Acho que terei de aprender truques Jedi, daí chegar com o porteiro do front stage e falar “Esses não são os dróides que você está procurando”, será se dá certo?
T: Não com o nosso nível de esclarecimento dos mistérios do Universo.
F: Pare de ser humilde, mano. Nós todos sabemos que você é onisciente. Por sinal, bem que poderia compartilhar essa sua onisciência, né! Olhe só quanto tempo demorou para descobrirmos que há uma bactéria que se desenvolve com arsênio!
T: Mas ela sempre esteve lá. E sempre tudo é mostrado, as pessoas que não ouvem e não veem.
F: Eu sabia que havia algo divino nisso ~ Sorte de Hoje: Quando as pessoas falam, ouça com atenção. A maioria das pessoas nunca!
T: Isso tava mesmo no seu Orkut hoje?
F: Sim, sim.
T: Viu como é? Mas você deve aprender também a ouvir o silêncio. É aí que encontra a resposta.
F: Eu não creio que dê para escutar algo quando não há nenhum som sendo feito.
T: Ninguém imaginava haver uma bactéria que se desenvolvesse com arsênio.
F: É, você tem um ponto.

1878.
T: Tô me sentindo o seu pai agora (risos).
F: Está mais para tio, afinal, o seu Pai criou os meus ancestrais mais antigos.
T: (risos).

1877.
F: Encontrei com o [censurado] outro dia.
T: E aí, como ele está?
F: Está bem. Conseguiu um front stage para o Iron Maiden.
T: (risos) Boa! E cê vai pro show?
F: Sim, sim, pista, primeiro lote.
T: E o [grande mano esbranquiçado] vai?
F: Sim, sim. Comprou ingressos online. Não passou sufoco na fila.
T: E ele vai pra pista também?
F: Que nada, ele vai para o front stage, [nós] elaboraremos um disfarce para eu ir também, penso em comprar um casacão, um chapéu e fingirmos que ele sofre de gigantismo.

1876.
Co: (me liga no celular quase às três horas da madrugada).
F: Alô?
Co: Felipe, rapidão! É melhor bege, ou cravo pro meu vestido de noiva?
F: Bege e cravo são a mesma cor, [censurado].
Co: É?
F: É!
Co: Ah, tá bom. Beijos. Desculpa te ligar tão tarde.
*minutos depois*
F: (relata a conversa).
CW: (risos) Bege e cravo não são a mesma cor. Bege, que horrível.
F: Queria que ela se casasse usando que cor?
CW: Suponho que ela possa se casar de branco, né? Então usa um champanhe, pérola, gelo, são variações de branco e nada tão cafona quanto bege. Bege — me mata. Dependendo do vestido, bege fica até legal... Mas seria muito raro ela acertar.
F: Estamos falando de uma garota que raspou o cabelo quando passou em Administração há três anos. Eu não acho que ela vá acertar.

1875.
M: Tenho uma novidade e uma história para te contar. O que queres primeiro?
F: Novidade, é claro.
M: 69 em pé, feito.
F: Sem dores nas costas do [censurado]?
M: Uhum. Ele treinou.
F: Como é que alguém treina para isso?
M: Ele tem um primo de 12 anos que é quase um irmãozinho dele, daí ele treinou...
F: Esse menino vai crescer traumatizado.

1874.
F: Tenho medo dessa língua [espanhol]. Parece língua de bruxaria.
Lu: Por quê? Morri [de rir].
F: Porque sim! Já viu uma mulher sussurrando em espanhol? Parece que ela está soltando uma praga!

1873.
CW: Ninguém me segue no [meu] blog.
F: Eu creio que falo em nome dos seus cinco seguidores quando digo estar ofendido. Você poderia postar mais vezes e fazer mais propaganda nas comunidades, até hoje só te vi fazendo propaganda uma vez.
CW: (risos) Ah, é chato. Parece que eu tô forçando para elas visitarem.
F: É só você mudar o pensamento. Pense que está fazendo isso para o bem delas, porque ao clicarem no blog, estarão diante de uma literatura de qualidade, é como se você estivesse doando comida aos pobres (piscadela).
CW: (muitos risos).

1871.
CW: (em silêncio por vários minutos).
F: Está viva?
CW: Sim, e você?
F: Espero que sim, porque se isso aqui for o céu, devo dizer que fizeram propaganda enganosa.


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