segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Crônicas da Minha Vida (190) + Devaneio


.: DEVANEIO :.


— Oi. Eu, ah, pensei que nós poderíamos conversar um pouquinho. Eu entendo que você passou por algumas coisas muito difíceis ultimamente, e...
— Não OUSE me tocar! Esse é o teu plano, não é? Esperar até eu abaixar a minha guarda e aí você me segura e me leva de volta pra dentro a força! ... Alguém disse que quando você dá a tua palavra, você a mantém. Isso é verdade? ISSO É VERDADE?
— Sim.
— Então eu quero a tua palavra, eu quero que você prometa que você não vai tentar me salvar a força... E que se eu pular... E se eu escolher pular; é a minha escolha. Você não vai tentar me segurar. Se você prometer isso, eu vou falar contigo.
— Eu te dou a minha palavra. Eu não vou te segurar e eu não vou te impedir de pular contra a tua vontade.
— Depois que eu enterrei a minha mãe; eu fiquei sozinha no meu apartamento e pensei... É isso? Quero dizer, isso é tudo que há? Trabalhando em um cubículo seis dias por semana até eu ficar velha demais para continuar fazendo isso, e daí eu morro? É isso mesmo? Nós estamos AQUI por isso? Qual é a LÓGICA disso? ... Quando eu me formei da escola, eu pensei — nós TODOS pensamos —, nós vamos sair daqui e fazer grandes coisas. Nós vamos mudar o mundo. SALVAR o mundo. Se alguém dissesse “Ei, você vai abastecer carros pelo resto da tua vidinha miserável”, ou “Melhor se acostumar a limpar banheiros, pois é isso que será o teu ganha-pão”, nós teríamos rido deles. ... NÃO É JUSTO! Nada disso é justo! E você não se ATREVA a dizer que é justo sim!
— Eu não vou. Porque você está certa. Isso NÃO é justo. Syd Barret está morto e Kim Jong-iL ainda está vivo. Gandhi está morto, mas o Charles Manson continua respirando. Isso NÃO é justo. Mas não é INJUSTO também. É apenas... Assim.
— É isso? Isso é o melhor que você pode fazer? “Não é nem justo nem injusto, é apenas assim”.
— Porque essa é a verdade. Você estava certa quando disse que saiu da escola pensando que nós — todos nós — íamos salvar o mundo. E, às vezes, nós salvamos. E, outras vezes... Outras vezes, não. Daí você não pensa em salvar o mundo. Você pensa em salvar apenas uma pessoa. Porque, de vez em quando, isso é suficiente. Tudo que eu sei é que nós temos de tentar. É isso que a vida é. Nós tentamos. Nós confrontamos a escuridão. Nós...
— Nós podemos... Não falar mais sobre isso por enquanto? Minha cabeça dói, eu estou chorando o dia inteiro. Eu só... Eu só quero descansar um pouco.
— OK. Descanse. Eu estarei aqui para conversar quando você estiver pronta.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
— Muitas pessoas lá embaixo...
— Sim. Eu vi pessoas sentadas na calçada ainda pouco. Você tem certeza que quer fazer isso com eles?
— Eu não sei... Eu sinto como se eu não soubesse mais NADA. Eu não sei o que fazer.
— Posso fazer uma sugestão? Se você honestamente acredita em seu coração que você NUNCA mais terá um dia feliz... Então pule. Eu manterei a minha promessa. Eu não vou te segurar. Eu não vou tentar te impedir. Eu entendo. Eu posso não aprovar isso. Mas eu entendo. Contudo, se você achar que há uma CHANCE — não obstante da quão ínfima — de que poderá haver apenas mais UM dia feliz... Então pegue a minha mão.

Ela respirou fundo. Ela ficou de pé. Ela olhou para ele. Ela tomou sua decisão.


.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (190) :.

1810.
Nh: Como eu chamo para ele?
J(p): Felipe.
Nh: Não. A [censurado] é minha concunhada, então ele é?
J(p): Cunhado. Ele é meu primo, mas eu o considero como meu irmão.
F: É por isso que eu te chamo de cunhada, cunhada.

1809.
CW: Enfim, vou mudar o template do [meu] blog de novo, quero uma coisa diferente, cansei daquele.
F: Apenas não faça que nem o anterior.
CW: Por que não? Eu curti.
F: Aquele todo branco? Não. Muito simplório. Achei feio. Esse daí “atual” não é lá muito ornamentado, mas pelo menos a temática oriental combina.
CW: Hm. Um blog deve ter um visual limpo. Eu não gosto de me aparecer.
F: (boquiaberto) Você quer ser uma diva [do pop]!
CW: Há uma diferença entre o brilho elegante e o brilho com cafonice. Brilho com cafonice é exagerado. Eu não preciso de exageros.
F: Owned. OK, essa sua ownada em mim foi tão intensa que eu fiquei triste.
CW: (muitos risos).

1808.
CW: Quando eu estava na 8ª Série, eu denunciei meu livro de História, porque o conteúdo era muito suspeito, sabe. Não era imparcial. Elogiava a esquerdalhada toda, daí o livro saiu de circulação.
F: Armou o barraco e ferrou com o livro? Nunca estive tão orgulhoso de você!
CW: Eu não armei barraco, eu denunciei o livro civilizadamente. Averiguaram e viram que realmente era suspeito.
F: Pô, dá licença? Deixa eu imaginar que você subiu na cadeira, jogou o livro no chão, apontou pro professor e o chamou de “porco comunista”? Puxa... Deixe-me imaginar, oh.

1807.
CW: Às vezes eu esqueço que tô no MSN (risos).
F: Sensacional. Está fazendo muita coisa?
CW: Não. É que esse monitor tá com umas cores meio psicodélicas. Dá pra viajar olhando pra ele.
F: Estou te visualizando hipnotizada pelas cores do monitor... OK, melhor parar antes que eu visualize a baba escorrendo... (risos).
CW: São gotas de sabedoria!

1806.
CW: Eu vou colocar aqueles safados da esquerda [de uma comunidade do Orkut] no devido lugar deles. É só me dar um tempinho.
F: Eu adoro quando você fica toda “caça as bruxas”.

1805.
CW: Não entendi essa foto: (mostra uma foto com duas mulheres se balançando em um cipó).
F: O que há para entender? O Tarzan era o herói de infância delas, ora.

1804.
T: Cê vai se dar bem [no Vestibular], tô sentindo firmeza em você!
F: Tá, mano, pare de usar a sua onipresença para sentir a minha firmeza (risos).

1803.
F: Eu sonhei com você outro dia.
Ju: “Xura”? Eu tava numa ilha deserta com uma mansão, riquíssima, com o Johnny Depp e a Angelina [Jolie] dando uvas na minha boca e um show particular do Teatro Mágico? Porque ando com um pressentimento que isso vai acontecer...
F: Foi isso mesmo! ... Sacanagem. Sonhei que você vinha me visitar, daí a gente ia à casa do Lew Ashby.
Ju: Quem diabo é esse?
F: Ah, é o cara que dá as melhores festas de Belém, quando a coisa sai muito fora do controle, ele pega uma espingarda e atira no teto.
Ju: (boquiaberta) SÉRIO?
F: Não, ele é um personagem do Californication (risos).
Ju: Porra, Felipe, vai se sufocar no travesseiro, vai (risos)!

1802.
F: Certo, [nós] temos gostos diferentes [para mulher].
Lu: Muito.
F: Nem tanto. (diz o nome de uma menina).
Lu: (cita outras duas meninas).
F: Meninas do Lipstick.
Lu: Johnny Depp.
F: (risos) Falou isso só para ir para o blog, hein!
Lu: Ué, nós concordamos que o Depp é gato.
F: Sim, sim, nós concordamos, eis que está.
Lu: Ah... (risos). Entendi!

1801.
F: Depois que o papai escreveu “você” com “Ç”, eu não duvido de mais nada.
Ar: E eu que escrevi “endereço” com “Ç”.
F: (pasmo) Mas “endereço” é com “Ç”!

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