quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Crônicas da Minha Vida (183) + Texto



.: TEXTO* :.


— Oi, Verônica, tudo bem?
— Tudo sim, Rodrigo. E você?
— Também. Ei, amanhã é sábado... Que tal sairmos para assistir a um filme, ou fazer outra coisa?
— Puxa, amanhã não vai dá! Vou jantar com meu namorado.
—... Seu namorado?
— É! Você se lembra do Lucas da escola? Começamos a sair um dia desses. Ele é muito engraçado.
— Sei quem é...
— Eu levei minha irmãzinha ao parque e ele estava lá sentado em um banco, sozinho. Então eu fui lá falar com ele. Acabou que combinamos.
— Você estava chateada?
— Acho que sim.
— Mas você devia ter conversado comigo. Eu sempre estou aqui para você.
— Eu sei, e agradeço. É importante para mim.
— Verônica, eu acho melhor dizer logo: eu te amo. Fico a noite toda acordado, pensando em nós dois juntos, porque eu gosto tanto de você. Eu quero te abraçar quando você está triste e quero passar o resto de nossas vidas juntos, porque eu tenho certeza de que tudo vai ficar bem. Sempre estive aqui para você, mas parece que você prefere sair com esses idiotas que nunca te dão atenção e sempre te traem. E eu aqui, o tempo todo, só queria uma chance de te fazer feliz.
— É, é verdade. Você sempre esteve. Desde aquela época até hoje, você sempre esteve aí para mim. Sempre online no MSN, pronto para me dar um abraço e um sorriso virtuais com o seu português meia-boca. Eu, aparentemente, me maltrato ao ficar com um número infinito de caras idiotas ao mesmo tempo em que você assiste sentado, esperando que eu me canse após o último idiota e diga “Rodrigo, é por você que eu devia ter me apaixonado há tanto tempo!”, após isso, nós ficaríamos juntos de mãos delas pelos cinemas e praias e todas essas experiências maravilhosas que você não teve aos catorze anos de idade como o restante de nós teve pelo simples fato de você não ter coragem na época e ainda não a ter hoje em dia. Você é sem sal, Rodrigo. Você é chato, e é chato porque enquanto esses “idiotas” estavam lá fora tomando sol, cometendo erros e experimentando o que a vida tem a oferecer, você estava trancado no seu quarto, aprendendo todos os detalhes do seu videogame preferido, fingindo entender de discussões sobre religião e política para se fazer de inteligente em conversas, tentando convencer a si mesmo que conhecimento é melhor do que experiência e sabedoria. Não é, Rodrigo, e o único motivo que eu sairia com alguém que perdeu tanto tempo aprendendo coisas inúteis é se essa pessoa fosse confiante e alegre, ou se fosse ótima na cama, ou coisas que eu imagino que você NÃO seja. Esses “idiotas” sabem que nós, garotas, precisamos de carinho, vaidade, estímulo, discussões e não simplesmente nos grudarmos o resto da vida com um covarde submisso nos dizendo que nós somos perfeitas, porque ouvir a mesma infantilidade melada todas às vezes é um saco. Eu gosto de discutir com os meus namorados. Mostra que eles não têm medo de dizer o que acham realmente de mim ao contrário de um cara que diz que eu sou interessante e linda quando, na verdade, ele me acha burra e neurótica o suficiente para não perceber que ele só quer sexo na hora que bem entender e depois tentar conversas profundas e sem sentido para manter a imagem fictícia de que ele tem um lado sensível e carinhoso. Garotas querem estar com os idiotas porque eles são mais selvagens e pouco civilizados, pois isso significa que são impulsivos, cheios de energia e fortes ao contrário do cara pálido, calculista e “intelectual” que, quando o bicho pega, não saberia criar situações imprevisíveis nem por um milagre. Eu até mesmo diria que sua rejeição quanto aos (ou até mesmo falta de) seus instintos masculinos diminuirá o crescimento populacional humano, pois mais e mais caras tímidos tentarão se tornar inteligentes ao estudar um amplo espectro de informações inúteis fornecidas e aceitas pelos antissociais de gerações anteriores em vez de seguir seus instintos primários e se tornarem homens adultos, engravidar mulheres e contribuir para a continuidade da raça humana. Sinto muito se considero o futuro da nossa espécie mais importante que o seu patético desejo de encontrar uma virgem inocente e pura, mas, sinceramente, a única coisa que sua introversão me diz é que você tenta parecer tímido e incompreendido quando, na verdade, sua relutância em tomar as rédeas da sua própria vida e sua tendência de reclamar e fingir depressão quando as coisas não acontecem exatamente como você quer me fazem ter o conceito de que você não é nada além de um mimado covarde e egoísta.
— É uma pena que você pense desse jeito.
— É mesmo? E por quê?
— Porque, para mim, você era uma mulher que se dava o merecido respeito, e não mais uma dessas predadoras, ou melhor dizendo, VADIAS que infestam a nossa sociedade, andando por aí com ar de superiora, dando uma de gostosa, fazendo pouco das pessoas que “perdem o seu tempo” estudando, trabalhando, ou vivendo os seus hobbies de uma maneira saudável e feliz. Para vocês, VADIAS, somos inferiores a esses “homens”. Somos não mais que um bando de nerds, somos os mimados, os idiotas, os babacas, os caretas, os paradões, os que “perdem suas vidas” com coisas chatas! Para vocês, VADIAS, nós não prestamos e somos marginalizados porque muitas vezes não somos desportistas, não cultivamos vícios, não gostamos de fuzarca, temos um hobby diferente, somos tímidos, românticos e não temos o nosso veículo, mas os “caras”, os “gostosões”, os “machos de verdade”, ou, como você disse, os “que pegam bronze e seguem seus instintos” são aqueles que bebem até cair, ou até se acharem o máximo e pegar um veículo e matar um pai de família que não tem nada a ver com a irresponsabilidade dele, são aqueles que batem em vocês por qualquer motivo e quando tentam terminar o relacionamento, eles ficam atormentando vocês, são aqueles que adoram essas festinhas cheias de drogas e ficam “fritando” até terem uma overdose, são aqueles que dizem que estão na casa de um parente, de um amigo, no futebol ou no trabalho, mas, na verdade, estão no motel com outra garota ou com uma garota de programa (ou garotas, quem sabe) e depois estufam o peito e enchem aquela boca imunda para dizer “Eu te amo, princesa” e vocês, VADIAS, se derretem toda mesmo sabendo das “puladas de cerca” do “machão”, porque não querem admitir o fato de que não possuem personalidade suficiente para tocar a vida sem alguém que as faça de capacho! Enfim, vocês gostam dos “machos que seguem os seus instintos primitivos”, que sejam um LIXO de ser humano e queiram afundar vocês, VADIAS, no seu monturo e transformá-las também em LIXO como eles! Não que vocês não mereçam! Vocês merecem! Já que procuram com tanta dedicação esse tipo de ser. O problema é que depois que fazem a besteira... Qual é mesmo o adjetivo que vocês dão a eles? Ah, claro: galinhas, safados, vagabundos, cachorros... E ficam grávidas, pegam uma doença, viram alcoólatras ou drogadas (ou os dois), ou têm o coração despedaçado, quem vocês procuram para desabafar, serem consoladas e enxugarem as lágrimas? NÓS, os nerds, os idiotas, os babacas, os caretas, os paradões, os que “perdem suas vidas” com coisas chatas. NÓS! Vocês, VADIAS, vêm com aquela conversa mole para boi dormir de que procuram por um “homem para a vida toda”, que seja “romântico” e “atencioso”, mas quando queremos fazer parte do seu mundo, quando queremos vocês para respeitar e para honrar, para trata-las com todo o carinho e dedicação que (supomos) vocês merecem, vem à tona as velhas desculpas ridículas do tipo: “vai estragar a amizade”, “você é para casar”, “você é muito fofo, mas agora eu quero alguém para me aventurar”, e tantas outras rejeições que estamos tão acostumados a receber. Daí vocês, VADIAS, das duas, uma: ou se aventuram com outro cara que fará a mesma coisa, ou voltará com o anterior... Para o bem, ou para o mal, eu descobri, infelizmente, que você é esse tipo de garota. Mas, felizmente, não são todas as que são assim. Continuarei a procurar por uma menina que não se venda por tão pouco e com ela serei muito feliz. Boa sorte com o Lucas e te desejo do fundo do coração que sejam muito felizes. Tenha uma boa vida. Tchau. Beijos.

*Esse texto não é de minha autoria, mas continua sendo muito legal.

.: CRÔNICAS DA MINHA VIDA (183) :.

1740.
F: Eu sou um ator nato, OK?
Co: Sim, você é.
F: Eu acho que não escutei direito, diga-me, você acabou de concordar comigo?
Co: Sim, sim.
F: Quem é você e o que fez com aquela menina que me viu pelado na piscina há quase dez anos?
Co: Você age todo menino pombocão quando está na presença das namoradas dos seus amigos para não roubar os holofotes deles, já em situações normais, finge ter uma síndrome de Peter Pan e fica soltando brincadeirinhas e piadinhas para deixar a pessoa confortável com você e há também os momentos em que você fica todo ereto, sério e machão, àquelas horas em que tem de salvar o mundo. Se isso não é atuar, eu não sei o que é.
F: Eu não sei o que odeio mais nesse momento: você, ou a Psicologia.

1739.
Ca: (pasmo) Você beijou a namorada do gordinho?
F: Por um segundo! Não, por um milionésimo de segundo! Nossos lábios nem tangenciaram direito! Além do mais, ela quem me agarrou e empurrou na parede, eu sou inocente!
Ca: Porra, Felipe, isso não se faz! Não se beija a namorada do gordinho! Beijar a namorada do gordinho é sacanagem, porra! Porra, o gordinho já tem problemas demais. Porra, o gordinho já é gordinho. O gordinho nem sabe como arranjou essa namorada e você ainda beija a menina! Porra, Felipe, não se beija a namorada do gordinho! O gordinho não merece isso, porra! O Superman NUNCA faria isso.
F: O Superman quase destruiu a Terra.
Ca: Sim, mas a Granny Goodness tinha feito lavagem cerebral nele. Ele tinha um álibi. Você não.
F: (triste) OK, OK. Eu vou sentar ali no meu cantinho e pensar em como é errado beijar a namorada do gordinho.

1738.
My: [censurado] tá reclamando que a minha mãe a chama de Luzia. Relaxa, ela chama a [censurado]² de Catarina e me chama de Adelaide.
F: Adelaide é foda (risos).
My: Também acho! Ela me confundiu com a escrava da novela.

1737.
G: (no Twitter) Adoro quando a [minha excelentíssima] me liga antes de eu dormir... Eu sempre durmo tão feliz (risinhos).
F: Canoa!
G: Cara, você errou de profile... Era pra você escrever isso para o [seu primo]. Fica a dica.
F: Realmente, realmente, realmente.

1736.
Ju: O que a sua mãe fez no [seu] PC?
F: Mana, nem sei. Só sei que quando eu cheguei da academia, ela me presenteou com dois pacotes de biscoito, uma Coca-Cola Zero Açúcar de dois litros e cinquenta reais para comprar livros, na hora olhei para o notebook e pensei “Ela fez merda!”.
Ju: Adorei [a] sua mãe (risos).

1735.
F: Nervosa com o ENEM?
Ju: Olha, sinceramente... NÃO SEI.
F: (pasmo) Como você NÃO sabe?
Ju: Eu estou meio... Aérea. Porque eu tô com medo de não passar, então prefiro pensar que não sei se tô nervosa.
F: Adorei (risos)!

1734.
Lu: Awn, você é fofo.
F: Sim, eu sou. Faz parte do meu charme.
Lu: Ai, convencido.
F: Culpa de vocês que me enchem de elogios.
Lu: Só falei que você é fofo.
F: O que é um elogio, certo?
Lu: Sim, sim.
F: Pois então (piscadela).

1733.
Lu: Minha amiga acabou de se assumir bi[ssexual]! Estou MUITO chocada. Ela era MUITO hetero[ssexual].
F: Que amiga, a [censurado]?
Lu: Não! A [censurado]².
F: A feiozinha?
Lu: É, é. Porra, e ela não parece bi.
F: Como assim “ela não parece bi”? Bi tem uma aparência característica?
Lu: Tem, claro. Tem todo um jeito.
F: Tô sabendo disso, não.
Lu: Eu tenho jeito de lésbica, acabei virando.
F: Sabe que eu não acho? Para mim você tem jeito de menininha, e só. É fofa, moça.
Lu: Sério? Awn, você é lindo.
F: Yes, I am.

1732.
CW: Hoje em dia todo mundo quer causar a qualquer custo. Impressionante.
F: Como assim?
CW: Causar, ué. Todo mundo quer chamar atenção.
F: Ah, sim. É a necessidade de autoafirmação, né. Em um mundo de sete bilhões de pessoas, há aquelas que desejam ser lembradas. É o único que nós temos, por enquanto, de nos equiparar à Turritopsis nutricula.
CW: Eu acho idiota, gente querendo causar a qualquer custo.
F: É o desespero. Eu acho idiota essa necessidade de autoafirmação, mas não posso culpá-los.
CW: Eu posso! A culpa é minha e eu ponho ela em quem eu quiser.
F: Não adianta o que os acadêmicos dizem, a filosofia de Homer Simpson deveria ser ensinada nas escolas (risos).

1731.
CW: Eu não sei se [os] meus textos são realmente bons. Vocês dizem que sim, mas vocês são meus amigos. Então é café com leite.
F: Na verdade, não. Se eu achasse que você escrevesse porcaria, eu teria dito para ti no primeiro instante em que me pedisse uma opinião.
CW: (risos) Sério? Isso é bom. Odeio gente falsa. Eu gosto da verdade ralando a minha cara no asfalto.
F: OK, isso soou que nem um episódio de Comichão & Coçadinha.


1 comentários:

Raymundo Netto disse...

Felipe, sua mãe, Karla Maria, deixou um comentário onde se diz bisneta do poeta Franklin Nascimento, de Fortaleza. Gostaria de falar com você, ou com ela, sobre o Franklin. Sou do Ceará e quero lançar um livro em que temos poesias dele.
Por favor, deixe o telefone de vocês por depoimento em minha página do orkut ou por e-mail: raymundo.netto@uol.com.br
Há uma certa urgência e daí o que puder agilizar. Grato.
Ah, e parabéns pelas crônicas de seu blog.

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