terça-feira, 6 de julho de 2010

Crônicas da Minha Vida (151) + Devaneio + Poema



.: Devaneio :.


Outro dia eu estava voltando para casa e me deparei com um sujeito maltrapilho, sujo, fedido, de fala enrolada e com cara de bêbado que tinha uma garrafinha d’água na mão, ele estendeu a garrafa para mim e pediu para eu abri-la, pois estava com as mãos molhadas e não conseguia; com medo que o sujeito me fizesse de trouxa e me assaltasse, eu o ignorei e continuei meu caminho rumo ao ponto de ônibus há alguns passos dali.
Em toda minha falta de sorte, eu perdi o ônibus e tive de esperar pelo próximo, o que me possibilitou presenciar um episódio simplesmente fantástico: um homem de terno e gravata e de rosto ocupado parou em frente ao sujeito maltrapilho, pegou a garrafinha de água, abriu-a e a entregou para ele antes de voltar a andar apressado. Eu fiquei simplesmente maravilhado com isso. Aquele homem acreditou no sujeito e este último agiu com sinceridade — há algo tão raro quanto isso hoje em dia? Em um mundo onde irmãos apunhalam um ao outro pelas costas, onde amizades tão feitas unicamente por conveniência, onde a quantidade de dinheiro em uma conta bancária é provida de maior valor que o amor verdadeiro e onde o homem rouba a vida do seu semelhante sem nem a menor hesitação, ainda há pessoas que acreditam na humanidade, na bondade alheia, em um mundo melhor.
Eu me senti um lixo por ter desacreditado naquele sujeito, julguei o livro pela capa e fui embora sem ajudá-lo, tudo bem, eu tive de pensar primeiro na minha integridade física — eis o grande problema: nosso mundo está tão distorcido que deixamos de acreditar na benignidade humana. É uma pena, é uma verdadeira pena.


.: Poema :.


Perambulando (vadiando) pela cidade,
Vejo uma multidão ao redor de um corpo,
Era uma mulher, uma puta
Grávida, deu à luz no meio da calçada
Que emocionante!
Eu vi a puta que pariu!


1420.
Cl: Caiu de novo [o MSN]...
F: Acontece. Qual foi a última mensagem que você recebeu?
Cl: Sobre os advérbios...
F: Ah, daí você ficou calada, eu pensei que o assunto tinha acabado e para acabar com o silêncio, perguntei por que você tinha escolhido Arquitetura.
Cl: Ah, sim... Porque o meu pai já trabalha com isso, ficaria mais fácil! E acho que levo jeito com a coisa...
F: Construiu um prédio de LEGO que ficou incrivelmente parecido com uma construção visigoda do século V, ou algo do tipo?
Cl: (risos).

1419.
*no Twitter*
J(p): Lá vem o Demônio da Noite: http://tinyurl.com/2aeta83. Sim, ele só “funciona” de noite.
F: Só vou assistir se o Akuma (“demônio”) mostrar mais golpes do Street Fighter. #trocadilho

1418.
F: Ei, boa foto.
J(p): Qual?
F: Essa daí do MSN.
J(p): Ah, sim. Eu pareço um fantasma [na foto]. Já vou trocar.
F: Não, esta ótima, deixa essa mesmo.
J(p): OK, vamos ver o que as mulheres vão dizer. As que eu julgo sinceras, é claro.
F: Não é por nada, não, mas mulher e sinceridade... OK, [eu] vou ficar calado.

1417.
Cl: http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/46931/.
F: Legião Urbana? Sério?
Cl: Leu a letra?
F: Não somente [eu] li a letra como também namorei uma Clarisse de dezoito anos ano passado.
Cl: Nossa, ela tem um ótimo gosto!
F: (brincando) Eu sei, não é a toa que ela estava me namorando.
Cl: (risos) Humildade mandou lembranças.

1416.
Al: Alguém já viu o filme O Nevoeiro? Tipo assim, aqui em Sombrio [minha cidade] hoje só falta àqueles projetos de polvos (risos).
F: Nevoeiro, Sombrio, verdade seja dita, há uma relação aí.
Al: É... Pode ser. Mas hoje essa minha cidade esta sinistra.
F: Pois é, né, sabe o que fazer? Pegue logo um quilo de sal e proteja tua casa, esse nevoeiro não deve ser coisa boa!

1415.
M: Desde quando fiquei meio doidão, fumante e ateu declarado, começou um monte de mina que frequenta a igreja a dar em cima de mim, tipo, eu não tô com cabeça para namorar e ainda por cima uma religiosa, me explica, eu não tô entendo porque tô atraindo esse tipo de mulher.
F: Você é, para elas, o que um vaso sanitário é para um cachorro: não presta, mas ainda assim elas querem beber um pouco da tua “água”.

1414.
*no Twitter*
Cl: Eu odeio militantes de qualquer espécie e não acho que você vai conseguir mudar a cabeça de quem acha [o] racismo o maior barato e que [os] gays são doentes só porque meia dúzia de pessoas [gays] se fantasiam de Mulher Maravilha.
F: Merda, queimei meu dedo com o Miojo e ainda imaginei um amigo viado fantasiado de Mulher Maravilha.
Cl: Culpa minha?
F: Parte da Mulher Maravilha? Sim, sim. Parte do dedo queimado? Espero que não, você não tem cara de quem lança praga.

1413.
F: Ah, falando em pendrive... Se você puder trazer as fotos da festa em que eu fiquei com a [censurado] II e quebrei a cama da [censurado]², eu ficaria muitíssimo grato.
Ju: Você quebrou a cama da [censurado]² aquele dia? Levo sim!
F: Quebrei, ora. Entrou todo mundo no quarto depois de terem escutado o barulho [da cama quebrando], o [grande mano satânico] até pegou fita preta e consertou...
Ju: Ah, é verdade! OMG! O que vocês estavam fazendo?
F: Nada, eu me sentei e puxei ela para sentar no meu colo, quando vi, estávamos caídos um em cima do outro, e eu rindo.
Ju: (rindo) Tá... Finjo que acredito!

1412.
Ju: (cumprimentando-me) Eva[risto]!
F: Me diz uma coisa, eu já te elogiei pelas referências inteligentíssimas desse apelido?
Ju: Tem referências inteligentíssimas é (risos)?
F: Sim, sim, esse “Eva” faz tanta referência à aposta que eu perdi e que me fez trocar o Eduardo [meu nome do meio] por Evaristo, como também faz referência à Eva, a primeira mulher, e ao fato de você ter me comparado com a tua melhor amiga certa vez.
Ju: (risos) Seu outro “eu”, Eva, minha melhor amiga.
F: Uau, eu me senti como uma drag queen agora...
Ju: A gente bem que podia te vestir [de drag queen] algum dia (risos).
F: (tenso) Que diabo, eu acabei de imaginar como seria se eu tivesse uma peruca loira, um vestido cheio de lantejoulas e uma tonelada de maquilagem no rosto. (pausa) Ah, mas nem dá para eu ser traveco, tenho um pomo de adão do tamanho de um planetoide (sorridente)!
Ju: A gente esconde com um lenço...
F: Mas eu não quero ser uma drag queen...
Ju: Mas é só por uma noite.
F: Mas eu não quero ser uma drag queen nem por dois minutos..
Ju: Você não vai ser uma drag queen, só o Felipe vestido de minha BF [best friend] (risos).
F: (sarcástico) Ah, claro, como há uma diferença enorme, eu aceito.

1411.
Co: Ah, God! Como é que você consegue ter tanta autoconfiança assim?
F: É como meu primo sabiamente falou durante uma partida de xadrez comigo: “Um Rei que carece de fé em si nem de longe é digno de ser seguido”.
Co: Você acabou de se proclamar um Rei, ou é impressão minha?
F: (rindo) Por que você acha que eu vivo dizendo que a minha filha será uma princesa?

0 comentários:

Postar um comentário