sexta-feira, 30 de julho de 2010

Coletânea - (quase) devaneios

I.
Nós somos um mundo de sonâmbulos. E onde há pessoas acordadas, há dinheiro sendo adquirido... Há muitas teorias tentando explicar porque não conseguimos desfrutar de oito horas ininterruptas de sono, falam de tudo desde estresse no trabalho até muita cafeína no organismo. Entretanto, eu tenho minha teoria, que é um tanto simplória, quando comparada à qualquer outra: eu acho que muitas pessoas têm uma vida solitária, e há algo reconfortante em saber que há outro alguém assistindo à mesma porcaria de filme B às duas da madrugada, sim, é sobre estar sozinho em um mundo de bilhões.
(escrito em uma madrugada de 2010)

II.
Há quem diga que o paraquedismo é uma atividade voltada para as pessoas que desejam morrer. Pelo contrário. É para as pessoas que têm um desejo imensurável de viver. Um profundo desejo de que a vida seja algo tão incrível e emocionante quanto saltar de um avião em um céu tão claro e belo, tão alto que você pode sentir como se pudesse tocar as estrelas se esticasse sua mão um pouquinho mais. E eu pretendo fazer isso algum dia. Dar o Grande Salto. Tocar as estrelas. Será incrível.
(escrito em uma quarta-feira de 2007)

III.
Algumas pessoas abominam a salvação. Afinal, para ser salvo, é necessário mudar. E mudar não é tão fácil quanto permanecer o mesmo, é necessário ter coragem para se encarar no espelho e olhar além da imagem refletida, para descobrir quem você é e quem você quer ser, aceitar tudo aquilo que aconteceu e distorceu o curso natural da sua vida, transformando-a em algo inimaginável... E até mesmo incrível.
(escrito em uma noite enluarada de 2008)

IV.
Eu dediquei anos e anos da minha vida para estudar o meu próprio comportamento. E eu digo isso do jeito menos egocêntrico possível. Quando você dedica uma boa parte da sua vida à solução de problemas, tem de ser muito solícito com o que você faz e como você faz. Não há espaço para negligência. Negligência é um fruto da complacência. Ou da presunção. Há quem diga que é uma combinação de ambos. Tendo isso em mente, você poderá aprender com seus erros, você disseca a situação, encontra o ponto em que errou e planeja tudo detalhe por detalhe para que isso não aconteça outra vez no próximo episódio. Se por um sucinto momento parecer que eu estou sendo muito rígido comigo, é porque há uma grande chance de meu queridíssimo amigo descobrir que eu e a irmãzinha de dezessete anos dele fizemos, ah, coisas erradas.
(escrito em uma tarde chuvosa de 2010)

V.
É difícil imaginar o que teria sido de mim sem o Octeto Fantástico. Eu creio que o Octeto ajudou a me definir. Por muito tempo eu fui "o amigo dele", "o primo daquele", etc, etc... Agora eu sou eu. Minha própria pessoa. Tudo que eu fizer a partir de agora é por livre e espontânea vontade. E há momentos em que isso é particularmente assustador. Oh, bem, imagino que tudo seja mais fácil quando alguém diz como você deve agir... Eu não me sinto como um adulto de verdade ainda, contudo tenho certeza de que amadureci bastante nesses últimos tempos, afinal, parei de tomar decisões importantes baseando-me no calor do momento. Eu não faço a menor ideia do que acontecerá daqui em diante, mas, ah, estou ansioso para descobrir.
(escrito no meu último dia como aluno do Ensino Médio, 2007)

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